As Associações Paulista de Medicina (APM) e de Neurologia (APAN) se uniram mais uma vez para organizar o X Congresso Paulista de Neurologia, realizado entre os dias 18 e 20 de junho no Sofitel Jequitimar, no Guarujá, litoral paulista. O trabalho conjunto das entidades, que ocorre há mais de 20 anos, proporciona ao evento o posto de maior ação de suas agendas científicas e uma das principais do país na especialidade.
Esta edição manteve a linha das antecessoras: apresentar ao congressista as novidades de uma especialidade de atualização constante como a Neurologia e oferecer conteúdo de qualidade por meio de conferencistas gabaritados no tema. Entre tantos assuntos, destacaram-se alguns como “Cefaleia”, “Semiologia”, “Neurônio motor”, “Neuroinfecção” e “Neurologia Infantil”.
Além de contemplar todas as áreas de conhecimento neurológico, esta edição buscou ampliar a percepção dos especialistas no que se refere à relação entre os campos da Arte e da Neurologia. Entre tantas opções dentro do conteúdo programático do Congresso, os presentes ainda puderam participar de simpósios satélite e do Neurocinema – sessões de filmes que, de alguma maneira, apresentavam elementos importantes para a educação médica.
Os cerca de 1.500 inscritos ainda puderam aproveitar os intervalos das aulas oferecidas para visitar os diversos stands expostos em um dos pavilhões do Sofitel Jequitimar. O espaço dedicado à APM, por exemplo, montado no formato de uma praça, oferecia petiscos, café e um totem no qual os congressistas puderam recarregar a bateria de seus celulares.
Longo caminho
Realizado a cada dois anos, o Congresso Paulista de Neurologia é considerado um dos principais eventos médicos do estado. Acary Bulle de Oliveira, presidente da Comissão Julgadora de Temas Livres, no entanto, faz questão de ressaltar que nem sempre foi assim: “A primeira edição que realizamos, em Serra Negra (SP), contou com 120 inscritos”. De acordo com ele, o Congresso tem uma característica peculiar muito importante, que é a valorização do residente, que ensina cada vez mais. “Uma escola pode existir sem professores, mas não sem alunos. É esta a nossa lógica.”
Rubens Reimão, presidente de honra do Congresso e um dos responsáveis por organizá-lo desde as primeiras edições, ganhou alguns minutos da solenidade de abertura para apresentar aos presentes os avanços da especialidade nas últimas décadas. Ele não contava, no entanto, com a homenagem que os colegas concederiam-lhe, com uma placa referendando a contribuição de Reimão para a Neurologia. “Foi uma grande surpresa e uma alegria imensa. Ser escolhido como presidente de honra do Congresso após tantos anos trabalhando junto a estes companheiros também foi, com certeza, um prazer”, afirmou.
O presidente da APAN e da Academia Brasileira de Neurologia (ABN), Rubens Gagliardi, apontou a emoção como fator motivador para a organização do Congresso. “O tamanho que este evento tomou e a infraestrutura que podemos oferecer agora – além, claro, do nível científico excelente – me alegram muito. A parceria com a APM é outro ponto fundamental. E a presença dos congressistas é o que engrandece a especialidade e auxilia na formação dos profissionais”, considera.
Importância do evento
Para o presidente da APM, Florisval Meinão, um evento deste porte é de extrema importância não só para os especialistas da área, mas para a Saúde do País de uma maneira geral. “É uma grande satisfação para a APM organizar mais uma edição deste Congresso em parceria com a APAN. São as sociedades de especialidades que lutam e agem incessantemente para oferecer formação adequada e educação continuada aos profi ssionais e isso tem de ser valorizado”, argumentou ao constatar que o Brasil sofre com a abertura indiscriminada de escolas médicas, resultando em profissionais despreparados.
O secretário municipal de Saúde do Guarujá e pediatra, Rui de Paiva, foi outra das autoridades presentes na cerimônia de abertura do evento: “Nós estamos sofrendo com o aumento de doenças como o autismo e o Alzheimer, então é muito importante e honroso para o Guarujá receber um evento como este. Pessoalmente, também me chamou muita atenção, já que vários dos temas expostos afetam diretamente a clínica pediátrica”.
“Este Congresso levou uma mensagem de esperança e otimismo para os neurologistas e celebrou a conectividade e a complexidade da especialidade. O nosso desejo é de que cada um dos presentes tenha retornado à sua casa com a sensação de aprendizado, dizendo a si mesmo que valeu a pena”, concluiu Ronaldo Abraham, presidente do X Congresso Paulista de Neurologia.
Foto: Osmar Bustos