Na última quinta-feira, 20 de abril, o Programa Compromisso com a Qualidade Hospitalar (CQH), mantido pela Associação Paulista de Medicina, promoveu um webinar de seu grupo de benchmarking Gestão de Pessoas com o tema “Desenvolver pessoas, reduz rotatividade?”.
O encontro foi apresentado pela coordenadora de Recursos Humanos da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, Maria Aparecida Novaes, e moderado pelo coordenador do CQH, Milton Osaki. As palestrantes convidadas foram Camila Pejão, diretora do Observatório de Recursos Humanos para o SUS-SP, e Andrea Cotait Ayoub, enfermeira especializada em gestão pública e recursos humanos.
Ao introduzir o tema, Maria Aparecida declarou a importância de se falar sobre ele e citou os principais tópicos que seriam apresentados, como os custos da rotatividade pessoal, recrutamento, seleção e bem-estar do profissional.
Desenvolvimento de pessoas
A responsável pela primeira apresentação do dia foi Camila Pejão, que de início salientou os benefícios que o treinamento de funcionários pode trazer para as empresas. Ela orientou que é preciso primeiro desenvolver o profissional e apresentar as políticas da instituição, bem como os valores e o modelo de trabalho adotado, fidelizando-o com isso.
De acordo com dados apresentados pela especialista, cerca de 40% dos colaboradores que não recebem treinamentos deixam seus cargos dentro do primeiro ano de trabalho. Camila apontou ainda a correlação do abandono de cargo entre as gerações e o bem-estar no ambiente de trabalho: “68% dos colaboradores que deixaram empregos anteriores por questão de saúde mental são da geração Y e Z. O carro chefe do RH é fazer com que o colaborador se sinta parte da empresa e sinta que esta empresa se preocupa com a sua qualidade de vida”.
Andrea Ayoub, por sua vez, compartilhou de pensamentos semelhantes, dando ênfase para a área da Saúde. Segundo a palestrante, a instituição deve fornecer uma educação corporativa, com cursos para fidelizar o funcionário e é inviável pensar que terá um funcionário bem-preparado logo de início.
“As pessoas ficam na empresa porque sentem que podem crescer, então, é preciso olhar para os funcionários e ver em qual área eles conseguem ser melhores, além de promover avaliações, feedbacks, remuneração justa e tratar da saúde mental, para assim desenvolver um clima saudável dentro do local de trabalho”, apontou a enfermeira.
A alta rotatividade
As palestrantes foram convictas em dizer que a alta rotatividade é prejudicial para qualquer organização, principalmente por causa dos custos referentes aos processos de seleção, contratação, demissão e preparação dos novos colaboradores, visto que todos esses fatores exigem valores relativamente altos.
Conforme as profissionais, outro ponto que acaba sofrendo bastante com a alta rotatividade é a perda de profissionais treinados para executar determinada ação, gerando sobrecarga aos demais, que terão de ajudar e orientar o principiante.
Portanto, o índice aceitável de rotatividade dentro de uma empresa gira em torno de 10%, caso contrário, os gestores devem estudar e conhecer técnicas que visam diminuir o turn over. O estudo do perfil geracional da equipe de trabalho também foi apontado como um possível ponto a ser refletido.
“Vejo que o desenvolvimento é o que os profissionais buscam para além da teoria. O mais importante é a prática, a troca de experiências e a comunicação com os seus semelhantes, com pessoas que desenvolvem a mesma função”, acrescentou Maria Aparecida Novaes, em considerações finais.
Por último, Milton Osaki agradeceu às palestrantes e aos que acompanharam o evento, aproveitando para anunciar o tema do próximo encontro, que será sobre sustentabilidade.
Imagens: Reprodução webinar CQH