Webinar APM/Regionais foca em questões ortopédicas

Na última quarta-feira, 16 de junho, a Associação Paulista de Medicina realizou mais uma edição de seu Webinar, em conjunto com duas Regionais

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Na última quarta-feira, 16 de junho, a Associação Paulista de Medicina realizou mais uma edição de seu Webinar, em conjunto com duas Regionais. O encontro com a APM Marília focou em “Osteoporose em Tempos de Covid-19”, enquanto o debate da APM Sorocaba foi sobre o “Comprometimento Ósseo nas Artropatias Inflamatórias”.

João Sobreira de Moura Neto, vice-presidente da Associação Estadual, foi o apresentador do encontro. “É um prazer participar deste webinar. Estamos vendo a APM cumprir seu papel na área científica, como cumpre na defesa profissional e na integração social entre médicos”, introduziu.

Na sequência, Benito Garbelini Jr., presidente da APM Marília, agradeceu o convite da entidade Estadual e parabenizou a iniciativa conduzida pela Associação de aproximar todas as Regionais. “É brilhante dividir essas informações e participar desse projeto maravilhoso.”

A sua intervenção foi seguida da palestra de Emílio Cézar Mamede Murade, doutor em Ortopedia e Traumatologia pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Segundo ele, estamos vivendo uma época de muita dificuldade no combate simultâneo de duas enfermidades difíceis e de alto custo – a Covid-19 e a osteoporose.

“Sempre precisamos balancear o risco do contágio pelo coronavírus e a urgência de tratamento da osteoporose”, argumentou, antes de lembrar que o grupo de risco para ambas as patologias é o mesmo: sobretudo idosos, obesos, diabéticos, asmáticos, portadores de outras doenças crônicas e pessoas com insuficiência de vitamina D.

Murade também aproveitou a oportunidade para lembrar que a osteoporose é caracterizada por ser uma doença de comprometimento da resistência óssea, predispondo a um aumento do risco de fratura. Como mostrou, com a adesão correta ao tratamento prescrito pelos médicos, respeitando os prazos, os pacientes podem evitar futuras fraturas e também aliviar o sistema de Saúde. Hoje, a osteoporose representa gastos altíssimos com pacientes fraturados.

“A doença não aumenta o risco de contrair Covid-19 ou de ter complicações sérias. Mas o risco de hospitalizações e as idas e vindas aos prontos-socorros representam risco. Portanto, evitar quedas que podem resultar em fraturas e internação é fundamental. Principalmente neste momento em que os sistemas de Saúde estão sobrecarregados”, declarou o palestrante, que também é docente em Ortopedia e Traumatologia da Faculdade de Medicina de Marília.

Artropatias inflamatórias
A discussão seguinte foi moderada por Eduardo Luís Cruells Vieira, presidente da APM Sorocaba. Antes de convidar a palestrante, ele agradeceu a oportunidade de representar a sua Regional e de discutir temas tão importantes, recorrentes na prática clínica dos ortopedistas, como ele próprio.

Com a palavra, a palestrante Mariana Ortega Perez, reumatologista especializada pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, começou definindo as condições que abordou em sua aula.

“As artropatias inflamatórias são doenças de natureza autoimune multifatoriais, ou seja, com participação tanto genética como ambiental. E com comprometimento articular e extra-articular. É importante dizer isso, pois já traduz que se trata de doenças sistêmicas, não restritas apenas às articulações”, afirmou a especialista.

Ela, que também é diretora Científica da APM Sorocaba, passou a exemplificar algumas condições que fazem parte do grupo. Falando das artrites reumatoides, ressaltou que as mais atingidas são as mulheres entre 30 e 50 anos. Normalmente, há fator reumatoide e anti-CCP positivos como principais marcadores da doença.

Existem, porém, pacientes com esses marcadores negativos. São considerados como pacientes de artrite reumatoide soronegativo. De qualquer forma, a condição se manifesta com uma poliartrite simétrica, de pequenas e grandes articulações.

A palestrante também falou das espondiloartrites: um grupo de doenças que compartilha semelhanças e particularidades. Em todas elas, há comprometimento axial e periférico. “Também pode haver comprometimento extra-articular, com uveíte, problemas de pele ou doenças inflamatórias intestinais.”

Outra condição explorada por Mariana foi a artrite idiopática juvenil, que acomete sobretudo meninos e meninas de menos de 16 anos, levando a um quadro de artrite crônica. Há vários subtipos, como as artrites idiopáticas poliarticular, oligoarticular, sistêmicas etc.

Antes do fim do encontro, houve espaço para debate entre os participantes e espectadores. “Agradeço todos os colegas e médicos que acompanharam o webinar e agradeço ao Eduardo e ao Benito pela coordenação e mediação. Nossas Regionais são o que nos fortalece. A APM é relevante e representa a classe por estar presente em todas as regiões do estado de São Paulo, com muitos associados”, disse João Sobreira.

Celebrando a presença dos palestrantes, o vice-presidente da APM também argumentou que em um momento em que se fala muito de autonomia médica, é preciso ter consciência que ela aumenta na medida em que o conhecimento também cresce. “São as ações de professores, instituições de ensino, universidades, academias etc. que filtram o conhecimento e nos dão a verdadeira autonomia do conhecimento. Isso é levado aos tratamentos. Nos pautamos em vocês”, finalizou.

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