Na última sexta-feira, 7 de agosto, o presidente da Associação Paulista de Medicina, José Luiz Gomes do Amaral, abriu o primeiro dia da III Jornada de Dor na Mulher. O evento – realizado totalmente on-line e com mais de 500 inscritos – foi organizado pelo Comitê Científico de Dor da APM, presidido por Telma Zakka, responsável pelo ambulatório de dor pélvica crônica do Centro Indisciplinar de Dor do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC/FMUSP).
Amaral destacou que a Jornada da Dor, agora na sua terceira edição, tem sido progressivamente mais procurada, tornando-se um evento que honra e dignifica a APM. “Uma Associação tem por finalidade reunir aspirações e qualidades de seus membros, produzindo a essência de nossa atividade profissional. No caso do médico, a Ciência”, afirmou.
Para o presidente da APM, somente a vontade de ajudar ao próximo não é suficiente sem que haja união com a Ciência e a Ética. Reunir esses três pilares – argumentou – é o que faz um médico. “Sou do tempo que a dor era apenas um sintoma. Agora, ela é muito mais relevante, sendo tema central para muitos especialistas. Grande parte desse imenso progresso de expansão do conhecimento ocorreu na década de 1980. Ter uma Jornada da Dor, focada em Dor na Mulher, mostra que estamos no caminho absolutamente correto”, completou.
Amaral também tratou da pandemia de Covid-19. “Ela deverá nos acompanhar por algum tempo ainda, temos muito para enfrentar. Mas ela não foi suficiente para nos afastar, pelo contrário. Hoje, a tecnologia nos permite múltiplas formas de aproximação. Talvez nunca tenhamos trabalhado, multiplicado conhecimento e nos visto tanto quanto durante esse período.”
Após a abertura do presidente da Associação Paulista de Medicina, a presidente do encontro iniciou a programação científica da noite, convidando a palestrante Lidia Hyun Joo Myung. A especialista, médica associada do Programa de Fellowship de Cirurgia Ginecológica Minimamente Invasiva do Hospital Beneficência Portuguesa e mestre em Endometriose pela FMUSP, tratou do “Diagnóstico da endometriose e seus aspectos atuais”.
Telma Zakka também palestrou, com o tema “Dor pélvica crônica de origem não visceral”.
Sábado
O evento continuou no dia 8 de agosto com uma extensa programação. Ricardo Kobayashi, fundador do Comitê de Dor da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, ministrou a primeira aula, focando em “Lombalgia”. Na sequência, tratando das “Endocrinopatias”, participou Malebranche Berardo da Cunha Neto, médico supervisor na unidade de Neuroendrocrinologia da Divisão de Neurocirurgia do HC/FMUSP.
Andrea Cecília Toscanini, da Comissão Científica de Medicina do Sono da APM, veio a seguir para tratar do tema “Disfunção do sono, menopausa e dor”. Seguida por Diego Toledo Reis Mendes Fernandes, diretor de Dor da Associação Brasileira de Medicina Física, que falou sobre “Exercício físico e neuroplasticidade feminina”.
Após um breve intervalo, Carolina Kobayashi, reumatologista colaboradora do Centro de Dor da USP, abordou a “Osteoartrite”; e Rogério Adas Ayres de Oliveira, coordenador do Departamento Científico de Dor da Academia Brasileira de Neurologia, falou sobre o diagnóstico e tratamento da “Dor neuropática”.
Ao fim do dia houve, ainda, um simpósio-satélite da Lilly, com o tema “Enxaqueca na mulher: o impacto da doença e a importância do tratamento profilático”.