Organizado pelo Comitê Científico do Sono e Departamento de Eventos da Associação Paulista de Medicina, nos dias 13 e 14 de maio, o XIV Congresso Paulista de Medicina do Sono, já considerado referência na área, reuniu cerca de 300 pessoas – de diversas especialidades e áreas da Saúde, entre congressistas e palestrantes, além de expositores.
Na abertura dos trabalhos, a neurologista Rosana Cardoso Alves, presidente do Congresso, fez um levantamento histórico, relembrando que o curso de “Introdução ao Estudo do Sono”, realizado em 1999, iniciou a discussão sobre o tema na APM. Nos anos seguintes, os debates passaram a ser organizados em congressos anuais, sempre com ampla procura.
Sobre os avanços na área, “durante estes 14 anos, obtivemos muitas mudanças nas classificações dos distúrbios do sono, com novas descrições de transtornos e métodos diagnósticos, atrelados às inovações tecnológicas”, avaliou a neurologista.
Dentre as análises aprofundadas, Rosana destaca a fisiopatologia da narcolepsia, caracterizada pela sonolência diurna excessiva, e apneia obstrutiva do sono. “Cada vez mais, são descritos riscos relacionados à doença, como os cardiovasculares, e os diversos tipos de tratamento [clínico e terapêutico].”
Os estudos sobre a insônia, segundo a especialista, também tiveram relevância nos últimos anos: “Antes, as intervenções eram muito medicamentosas. Hoje, as terapias cognitiva e comportamental alcançam bons resultados, sem precisar medicamentar o paciente”.
Interesse multidisciplinar
A procura por capacitação nesta área tem atraído médicos de diversas especialidades, como Neurologia, Pneumologia, Otorrinolaringologia, Psiquiatria e Clínica Médica, além de outros profissionais da Saúde. Para Rosana, a interferência do sono na qualidade de vida tem despertado cada vez mais o interesse desse público heterogêneo. E ao possibilitar uma participação multidisciplinar, “as diversas especialidades também contribuem com trocas de experiências”, completou.
Embora haja diversas atualizações sobre o sono, o maior desafio hoje, segundo a pesquisadora, é conscientizar o paciente sobre a importância do tratamento terapêutico e clínico dos distúrbios. “E quanto mais informações dermos a ele, melhor”, finaliza.
Texto: Keli Rocha
Publicado na edição de junho de 2016 da Revista da APM