Com a proposta de alcançar atualização científica de alto nível na Administração em Saúde, com palestras de excelência, e permitir intensa troca de experiência entre profissionais renomados, nesta quarta-feira (29), a APM deu início ao 18º Congresso Brasileiro de Qualidade em Serviços de Saúde. Mais de 100 participantes, entre médicos, gestores de hospitais e enfermeiros, participarão dos dois dias de aulas, organizadas pelo Programa Compromisso com a Qualidade Hospitalar (CQH).
À mesa de abertura, o presidente da Associação Paulista de Medicina, José Luiz Gomes do Amaral, rememorou a trajetória do CQH, que teve suas primeiras reuniões em meados de 1990. Uma vez consolidado, se estabeleceu na sede da APM, onde permanece até os dias atuais. “Acompanhei as primeiras discussões do Haino [Burmester, um dos idealizadores do CQH] para implantação do Programa e, hoje, como esses feitos têm repercutido de forma positiva na assistência em saúde do nosso País. Por isso, é uma ocasião muito importante para a Associação sediar este Congresso.”
De acordo com Amaral, a atual crise financeira enfrentada pelo Brasil é propícia para o surgimento de novas oportunidades, como definir estratégias de melhorias permanentes da qualidade hospitalar. “Há um discurso inspirador do Steve Jobs a um grupo de estudantes, viralizado nas redes sociais, que diz que o importante não é o que fazemos, mas sim sempre fazer o melhor em qualquer uma das nossas iniciativas. Isso nos inspira.”
“Há 26 anos, fazemos parte da APM com muito orgulho e honra. Creio que o CQH chegou a este porte hoje por conta do apoio inigualável desta entidade”, agradeceu Haino Burmester, também presidente da Sociedade Paulista de Administração em Saúde.
Ainda durante a abertura do Congresso, ele sintetizou os trabalhos desenvolvidos pelo Programa ao longo dos anos: “Eventualmente, o primeiro o público do CQH são os hospitais, mas seu grande cliente é a sociedade de modo geral, pela quantidade de serviços que proporciona, como os indicadores disponíveis no nosso site gratuitamente, as melhores práticas para fins de benchmarking e os núcleos de apoio à gestão hospitalar. Temos um manual de enfermagem, por exemplo, que já foi acessado por mais de 60 mil pessoas, além da distribuição média de 15 mil exemplares impressos. O esforço do CQH, desde o início, foi defender a necessidade de os hospitais trabalharem com seus aprimoramentos”.
Em consonância, o presidente da Associação Brasileira de Medicina Preventiva e Administração em Saúde (Abrampas), Antonio Eduardo Fernandes D’Aguiar, destacou a aceitabilidade crescente dos médicos em discussões envolvendo melhorias de gestão nos hospitais públicos e privados. “Eles dizem que o Brasil está precisando cada vez mais de pessoas formadas com a instrução de administrador de saúde. Tenho carregado essa bandeira para tentar trazer os colegas para esse movimento maravilhoso em prol da gestão dos nossos hospitais e, principalmente, para a melhoria da assistência aos pacientes.”
O diretor Científico da APM, Álvaro Nagib Atallah, afirmou que a bandeira defendida pelo CQH para o aprimoramento dos processos de assistência médica tem sido executada de maneira plena. “Falamos muito da humanização da Medicina, e nada é mais humano do que prestar um bom serviço, com direito à vida e à dignidade do paciente. Não são adjetivos que resolvem, são atitudes, trabalhos e condutas como essa do CQH que dignificam muito a nossa classe, envolvendo-a de maneira geral”, finaliza.
Programação
Em dois dias de Congresso, as palestras foram organizadas nas temáticas planejamento, processos, enfermagem, cliente e sociedade, pessoas, informação e conhecimento e resultados, distribuídas em 16 aulas. Dentre os assuntos abordados, destacam-se “custos e desperdícios (sustentabilidade)”, “modelos internacionais de gestão”, “transparência nas informações”, “experiência do paciente”, “avaliação do corpo clínico”, “eficácia de treinamento” e “tecnologia, prontuário eletrônico e segurança”.
Fotos: Marina Bustos