A Academia de Medicina de São Paulo celebrou a renovação de seu quadro com a posse dos membros titulares Carlos Vicente Serrano Júnior (cadeira nº 111) e Lydia Masako Ferreira (cadeira nº 88), em cerimônia virtual realizada na última quarta-feira, 27 de abril.
“É também o momento de homenagearmos a memória dos que nos precedem. Conforme nossa melhor tradição e cultura, agora com o confrade e confreira escreveremos as páginas que cabem à Academia no futuro da Medicina”, resumiu o presidente da AMSP e da Associação Paulista de Medicina, José Luiz Gomes do Amaral.
O evento também marcou a posse do membro honorário Sérgio Carlos Nahas e a diplomação dos membros eméritos Antonio Carlos Lopes, José Luiz Gomes do Amaral, Maria de Lourdes Mendes Carneiro Pinheiro Franco e Yvonne Capuano, que completaram 20 anos como acadêmicos titulares da AMSP.
“Os acadêmicos são eleitos com a expectativa de que possam, com sua dedicação e presença assídua, contribuir para o engrandecimento desta Academia, que preza pela nossa arte da ciência médica, trazendo assim qualidade e atenção à Saúde dos que aqui vivem e o progresso ao nosso País. Bem hajam por aceitarem mais essa missão”, sintetizou Amaral.
Carlos Vicente Serrano Júnior
O acadêmico Paulo Manuel Pêgo Fernandes deu as boas-vindas ao novo confrade Carlos Vicente Serrano Júnior, apresentando aos telespectadores o currículo do agraciado. Nascido no dia 16 de outubro de 1960, se graduou pela Escola Paulista de Medicina/Universidade Federal de São Paulo (EPM/Unifesp) em 1984.
Concluiu a residência médica em Cardiologia no Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC/FMUSP) entre os anos de 1985 e 1988. Em 1992, foi aceito na Johns Hopkins University como research fellow para executar pesquisas na interface entre aterosclerose e inflamação vascular. De volta ao InCor, em 1994, dedicou-se ao estudo da doença arterial coronária (DAC), tanto em estudos experimentais como clínicos.
Atualmente, é professor associado da FMUSP, membro da Comissão de Pós-graduação na área de Cardiologia e presidente da Comissão de Cultura e Extensão Universitária. Além de coordenador de Congressos e editor de livros, é também editor-chefe da Revista da Associação Médica Brasileira, um dos editores associados do Clinics Journal e revisor de diversas revistas nacionais e internacionais. Preside o Grupo de Estudos de Antitrombóticos da Sociedade Brasileira de Cardiologia e atua como diretor de Relações Internacionais da Associação Médica Brasileira.
“Além de inúmeras publicações, prêmios e apresentações, o seu livro ‘Tratado de Cardiologia Socesp’ foi escolhido como a melhor obra de Ciências da Saúde do País. O Prêmio Jabuti, promovido pela Câmara Brasileira do Livro, condecorou não apenas o livro, mas a Socesp pelo trabalho desenvolvido em conjunto”, acrescenta Fernandes sobre o novo acadêmico.
“É muito emocionante ver os discursos de posse da Academia de Medicina de São Paulo, instituição que admiro muito há anos. Principalmente pela tradição que carrega em São Paulo, trazendo como um de seus objetivos a promoção e a divulgação da boa Medicina no estado e no País”, disse Serrano.
Serrano passou a ocupar a cadeira nº 111, cujo patrono é Sergio de Paiva Meira Filho. Seu antecessor era o acadêmico emérito José Mandía Netto (1929/2021). “Gostaria de cumprir o meu papel de perpetuar a Academia em seus principais objetivos”, acrescentou o novo acadêmico.
Lydia Masako Ferreira
A acadêmica Marilene Rezende Melo saudou a nova confreira Lydia Masako Ferreira. Nascida no dia 24 de março de 1952, formou-se na Faculdade de Medicina de Mogi das Cruzes (1976) e especializou-se em Cirurgia Geral (1978) e Cirurgia Plástica (1981) na Escola Paulista de Medicina/Unifesp. Em 1985, finalizou o doutorado no Programa de Pós-Graduação em Ortopedia e Cirurgia Plástica da EPM/Unifesp.
“Em 2009, tornou realidade o sonho de criar a Unidade de Treinamento de Queimaduras da Unifesp. Além disso, foi presidente da Fundação de Apoio da Unifesp em 2013 e criou o mestrado profissional em Ciência, Tecnologia e Gestão em Regeneração Solar da instituição. Recentemente, ainda foi empossada como presidenta da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, cargo que ocupará até dezembro de 2023”, informou Marilene.
Atuou como presidenta da Sociedade Brasileira Para o Desenvolvimento da Pesquisa em Cirurgia – Regional São Paulo (2005-2015) e colabora com dezenas de publicações científicas de renome nacional e internacional, como editora e revisora. Além disso, foi membro da Câmara sobre produção técnica (2007-2017) e da Câmara de Cirurgia Plástica do CFM (2007-atual) e do Cremesp (2021-atual). É membro da International Society Aesthetic Plastic Surgery e das Sociedades Brasileiras de Cirurgia Plástica e de Queimaduras.
“Quero enaltecer a tão amável oportunidade de integrar essa centenária e eminente casa, que abriga a mais distinta intelectualidade da Medicina de nosso estado. Estou agradecida e honrada a todos que me apoiaram, em especial, a insígnia confreira doutora Marilene Rezende Melo”, destacou a nova acadêmica.
Lydia passou a ocupar a cadeira nº 88, cujo patrono é Anísio Costa Toledo. Seus antecessores são os acadêmicos Alberto Rossetti Ferraz (1939/2012) e José Evandro Andrade Prudente de Aquino (1947/2020). “Por que o patrono e os dois antecessores me inspiram? O que esses três insignes professores confrades têm em comum? A busca constante pela formação e renovação dos saberes, o despertar para a docência e a liderança de uma geração de acadêmicos”, reiterou.
Sérgio Carlos Nahas
O acadêmico Giovanni Guido Cerri fez a apresentação do novo membro honorário Sérgio Carlos Nahas. Graduado em Medicina pela Universidade de Mogi das Cruzes (1973), Nahas é pós-graduado em Coloproctologia no St. Marks Hospital and Academic Institute of London (1990), mestre em Cirurgia Geral e Cirurgia de Emergência pela FMUSP (1986), doutor em Cirurgia do Aparelho Digestivo pela FMUSP (1991) e livre-docente na Disciplina de Coloproctologia pela FMUSP (2000). É o atual professor Titular da Disciplina de Coloproctologia da FMUSP (2019).
“Destaco, em particular, a presidência da Sociedade Brasileira de Coloprotocologia, que exerceu de 2008 a 2009. Também foi muito presente em sua atividade do Hospital Sírio Libanês, onde começou a atuar em 1974”, acrescentou Cerri.
Entre outras atividades, o novo acadêmico honorário foi secretário Municipal de Higiene e Saúde de São Paulo, de 1981 a 1982, e recebeu 35 prêmios e distinções ao longo da sua carreira, além de uma produção científica vasta, com 177 artigos publicados e mais de 70 capítulos em livros.
“É muito digno a mim estar aqui hoje recebendo esse título da Academia de Medicina de São Paulo. Tem um grande valor porque foi aqui, através de acadêmicos que fundaram e trabalharam nesta casa, que nasceu a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, especialmente através do trabalho brilhante de Arnaldo Vieira de Carvalho”, enfatizou Nahas.
Ele relembrou ainda o tempo de residência médica, quando teve o privilégio de conviver com as maiores autoridades da área de Cirurgia colorretal do Brasil e do mundo. “Também como membro de 28 instituições nacionais e internacionais, e com título de professor honorífico de várias delas, procurei honrar e levar o nome da Academia de Medicina de São Paulo. Garanto aos senhores que me dediquei ao longo deste meio século de trabalho a propagar de maneira séria, decente e honesta a Medicina realizada na cidade de São Paulo e no Brasil. Obrigada pela oportunidade”, complementou.
Membros eméritos
Por fim, a solenidade diplomou os membros eméritos Antonio Carlos Lopes, José Luiz Gomes do Amaral, Maria de Lourdes Mendes Carneiro Pinheiro Franco e Yvonne Capuano, que completaram 20 anos como acadêmicos.
Antonio Carlos Lopes ocupa a cadeira nº 38, cujo patrono é Celestino Bourroul; José Luiz Gomes do Amaral ocupa a cadeira nº 23, cujo patrono é Gil Soares Bairão; Maria de Lourdes Mendes Carneiro Pinheiro Franco ocupa a cadeira nº 98, cujo patrono é Walter Edgard Maffei; e Yvonne Capuano ocupa a cadeira nº 64, cuja patrona é Maria Augusta Generoso Estrela.
“Entre os vales e as montanhas de suas vidas, essas quatro pessoas chegaram à inerência nesta centenária Academia de Medicina de São Paulo. O cartão de visita de suas vidas, aquilo que vieram expressar como missão, é terem tido a firmeza e a coragem necessárias para afastar fracassos. Assim, chegaram a se tornar eméritos e eméritas graças a si e a Deus”, resumiu a acadêmica Maria de Lourdes Mendes Carneiro Pinheiro Franco, porta-voz dos diplomados.
Imagens: Reprodução AMSP