Nota de pesar pelo falecimento de João Eduardo Charles

A Associação Paulista de Medicina lamenta profundamente o falecimento de João Eduardo Charles, ocorrido nesta sexta-feira, 14 de janeiro. Os amigos e colegas se despediram em velório realizado pela manhã, no cemitério Jardim da Colina, em São Bernardo do Campo, onde vivia nosso estimado colega.

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A Associação Paulista de Medicina lamenta profundamente o falecimento de João Eduardo Charles, ocorrido nesta sexta-feira, 14 de janeiro. Os amigos e colegas se despediram em velório realizado pela manhã, no cemitério Jardim da Colina, em São Bernardo do Campo, onde vivia nosso estimado colega. 

A missa de sétimo dia será em 22 de janeiro, às 16h, na Paróquia Santa Maria, na rua João Morassi, 40, no bairro Jardim Andrea Demarchi (São Bernardo do Campo).

Charles iniciou sua trajetória na APM São Bernardo do Campo/Diadema na gestão 2011-2014 como diretor de Comunicação e Marketing. No ciclo seguinte (2014-2017), por seu compromisso e seriedade, foi alçado à posição de vice-presidente.

Em 2017, seu empenho o levou a assumir a presidência da Regional, cargo que ocupou até 2020. No ciclo atual (2020-2023), ocupava as posições de 1º Diretor Distrital da APM Estadual, orquestrando os trabalhos na Grande São Paulo, e de delegado da APM São Bernardo do Campo/Diadema.

Também fez parte dos quadros diretivos da Associação Médica Brasileira (AMB), entre 1997 e 2001, e das Sociedades Paulista de Anestesiologia (Saesp) e Brasileira de Anestesiologia (SBA), entre 1995 e 2001. No Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), ocupou diversos cargos entre 1993 e 2003.

Em São Paulo, foi coordenador de Saúde da Subprefeitura da Vila Formosa, Carrão e Aricanduva. Enquanto em sua cidade, São Bernardo do Campo, foi assessor da Coordenadoria Hospitalar da Prefeitura Municipal.

Ultimamente, envolveu-se em iniciativas importantes para a Associação, como na elaboração de estratégias de valorização e defesa profissional na saúde suplementar ou em visitas às turmas da Faculdade de Medicina do ABC para divulgar a relevância da APM e convidar os jovens a ingressarem nos quadros da entidade.

Amigos se despedem
Nas últimas semanas, muitos diretores da APM prestaram suas homenagens ao colega. Confira alguns depoimentos.

“O lado combativo do Charles realmente marcou a sua vida. Talvez tenha até tido problemas por isso, mas não abria mão desse seu lado. Falava o que tinha que falar, sempre. Em seu velório, eram muitas as coroas de flores, evidenciando como era amigo e querido por todos, sempre admirado. Realmente, é uma perda muito grande.”
Akira Ishida, vice-presidente da APM

“Conheço o Charles desde 1995, um guerreiro inesquecível. Na ocasião, fez um esforço enorme e usou todas as suas habilidades para que essa chapa vencesse e tomasse posse. Impressionava muito a humildade dele, mesmo tendo um papel histórico tão importante. Nunca vi Charles puxar nenhuma sardinha para seu lado. Perde a família, a Medicina brasileira, o associativismo. Eu, que tenho necessidade de modelos e pessoas humildes para conviver, perco junto a todos.”
Álvaro Nagib Atallah, diretor de Economia Médica e Saúde Baseada em Evidências da APM

Nos conhecemos no início dos anos 80. Ele como anestesista, eu como obstetra, trabalhando nas maternidades e hospitais do ABC. Charles se tornou um grande amigo. É uma pessoa muito boa e tínhamos uma relação que ia além do associativismo. Apesar disso, trocávamos muitas ideias a respeito das entidades médicas. Na Regional de SBC, tivemos uma relação mais estreita participando da diretoria. Foram muitas ações de defesa e valorização profissional, atividades de reciclagem médica e até festas. Ele tinha uma conversa muito agradável e sempre respeitava as opiniões divergentes. Também tinha grande participação social e política. Enfim, tinha penetração total na sociedade e na vida de São Bernardo. Estamos muito sentidos com sua partida, mas com lembranças muito agradáveis de nossa convivência intensa.
Everaldo Porto Cunha, diretor de Comunicações da APM

“Fui apresentado ao Charles pela Beatriz Moura, ginecologista que operava no Hospital e Maternidade do Rudge Ramos, onde fui operar em 2000. No Rudge Ramos, Charles anestesiava comigo às terças. Em todo esse tempo, sempre admirei muito o conhecimento do Charles e seu trânsito com todas as pessoas. Um cara multitarefa: fez parte de partidos, foi candidato a vereador, compôs sambas na Vai-Vai, foi do Cremesp, da APM, das associações de Anestesia. Um cara muito influente e que não se furtava de ajudar os amigos, sempre buscando solucionar os problemas dos colegas, sobretudo no quesito Saúde. Era alguém que transitava entre o povão e a alta sociedade, sendo admirado em qualquer lugar. Travava grandes discussões quando lhe conheci e, com o passar da idade, o amadurecimento foi lhe dando mais complacência. Gostava de viajar e tinha uma visão de mundo muito interessante. No último ano, acompanhamos de perto a sua luta e vi um cara cada vez mais forte, realista, pondo suas coisas no lugar, consciente de suas limitaçoes e da finitude da vida. Encarou a doença com muita dignidade e consciência, fazendo uma análise muito interessante de sua trajetória. Tive o prazer de muitas vezes ouvir a sua opinião sobre os dilemas da vida, sociais, financeiros e comportamentais, com uma visão bem ampla e diferente. Tive o prazer de desfrutar da sua amizade por 22 anos.”
Fabio Salata, diretor de Previdência e Mutualismo da APM SBC/D

“Charles, além do forte compromisso com o associativismo, era amigo de todos nós. Em 1995, no dia em que Eleuses Paiva ganhou as eleições para a APM, lhe conheci. Um momento tumultuado, já que a oposição tentou impedir a contagem de votos e a posse. Ali, Charles se mostrou um verdadeiro guerreiro, garantindo a posse, que ocorreu no dia seguinte. Desde então, ele ficou conosco. Na minha gestão como presidente da APM, ele foi muito importante, sendo muito próximo. Em São Bernardo, deu a vida pela Regional, formando um grupo muito coeso e atuante, em que exercia liderança. Poucas vezes temos colegas tão atuantes e defensores do associativismo como o Charles. Deixo minhas condolências para a família. Perdemos um grande amigo. Fica conosco a memória de pessoa tão alegre e lutadora.”
Florisval Meinão, diretor Administrativo da APM

“Charles era extremamente participativo. Lembro bem dele conosco na APM e no Conselho. Lembro que estávamos com uma movimentação tensa de uma campanha contra os planos de saúde e ao mesmo tempo havia eleições do Conselho Federal de Medicina. Por algum motivo, tivemos reunião da APM durante a noite. Estávamos preocupados e de repente entrou o Charles com um vinho para comemorar que havíamos ganhado. Um episódio que exemplifica o quanto era combativo, mas agregador. É uma tristeza perdê-lo. Fica a memória da presença viva dele entre nós, o grande exemplo daquilo que deve ser a participação de um diretor associativo e digno participante do movimento médico brasileiro.”
Jorge Carlos Machado Curi, diretor de Responsabilidade Social da APM

“Além de amiga, fui bixete do Charles na faculdade. Era meu compadre, meu irmão – é uma perda muito grande. Estou na APM graças a ele, que me ensinou muita coisa. Também conheci o Cremesp através dele. Acho que conheci todo mundo através dele. Acompanhei todo o período de sua doença. Ele ia à minha casa e me chamava de ‘Marita’. Lembrávamos de quando trabalhamos juntos no bloco de carnaval para médicos, o Dr. Folia. Além do seu lado político e médico, de guerreiro intenso, na faculdade foi quem começou todos os movimentos para arrecadar dinheiro para a formatura. Era uma pessoa de bem com a vida e um tremendo colega e profissional. Realmente, é um acontecimento muito triste, uma perda irreparável.”
Mara Gândara, diretora Social da APM

“Conheci o Dr. Charles no começo de minha carreira. Por ser tão generoso e agregador, acabou por me introduzir ao associativismo médico. Por estímulo e orientação dele, fui presidente da APM SBC/D por seis anos. Dr. Charles foi genial em habilidades sociais. Um líder nato, com muita humildade e paciência para ensinar. Fez a nossa Regional crescer em importância frente ao forte grupo estadual. Mas quem o Dr. Charles foi e o que ele representou para todos nós, acredito que seja de conhecimento da maioria dos colegas médicos. Dr. Charles era muito conhecido e querido por todos. Gostaria de, na homenagem em questão, ser um pouco menos formal para me despedir de meu amigo. Perdi uma das pessoas mais importantes da minha vida. Sentirei saudades sempre.”
Marcelo Ferraz de Campos, ex-presidente da APM SBC/D

“Charles era um amigo querido. Também o conheci na famosa Assembleia de 1995. Por coincidência, estava sentado do lado dele. Daí em diante, nos tornamos muito amigos. Depois da notícia de sua doença, praticamente diariamente buscava notícias suas. Era um querido, um excelente contador de histórias, um associativista ao extremo, um político de mão cheia. Sabia tratar e conversar com todos os lados da política médica e partidária. A sua passagem para o oriente eterno nos atinge em cheio.”
Roberto Lotfi Jr., diretor de Defesa Profissional da APM

Conheci Charles quando ingressei na diretoria da Regional em 2005. Espírito questionador e árduo defensor do associativismo, nas reuniões mensais sempre marcava presença. Não foram poucas as oportunidades em que presenciais embates entre ele e demais diretores, sempre opinando e sugerindo caminhos para a gestão. Na sua presidência, a Regional uniu-se às vizinhas geográficas impulsionando o ABC a assumir projetos mais robustos, corroborando sua visão de integração. Polêmico, tinha suas convicções, porém nunca assisti qualquer imposição de suas ideias a quem quer que fosse. Articulador, observador, político nas decisões, ocupou diversos cargos nas instituições médicas. Uma legião de amigos, dos mais variados cargos, categorias sociais e opções políticas, prestou derradeira homenagem. Deixa um legado de liderança e amizade.
Thereza Christina Machado de Godoy, presidente da APM SBC/D

Carta de José Luiz Gomes do Amaral, presidente da APM, ao amigo

“Caro Charles,
Cara Aline.

Sempre os vimos juntos.
Era sempre bom revê-los.

Os últimos tempos foram difíceis para ambos. Ele agora descansa. Com você, Aline, ficam as boas lembranças e a solidariedade dos incontáveis amigos que vocês fizeram ao longo de tanto tempo.

Incontáveis amigos. Fazemos parte desse grupo: os colegas médicos, particularmente os que convivemos com o Charles no mundo associativo. Na APM, no CREMESP, na SAESP e em todos os espaços onde ele era visto e ouvido, sempre com atenção.

Sempre com atenção e respeito, pois Charles expressava seus sentimentos e pensamentos com sinceridade, coragem, inteligência e empatia. Tais qualidades faziam-no admirado e querido.

São qualidades que o farão sempre lembrado com carinho por todos os que tivemos o privilégio de com ele conviver. Ele faz parte das melhores páginas da história das tantas instituições por onde passou.

Aqui não nos despedimos do Charles, pois ele continua conosco. A ele prestamos homenagem.

Bem haja, querido Charles!”

João Eduardo Charles deixa esposa, três filhos e duas netas. Os colegas de APM e a Medicina brasileira lamentam tão dolorosa perda.