Na última quarta-feira (27), o projeto Música nos Hospitais foi ao Hospital Geral do Grajaú para realizar o quarto concerto de sua 15ª edição. Organizadas pela Associação Paulista de Medicina, as apresentações são realizadas pela Orquestra do Limiar e regidas pelo maestro Samir Rahme, que também é médico.
Desde 2004, a iniciativa da APM já realizou uma série de apresentações em mais de 70 hospitais ao redor de todo o Brasil, reforçando o seu compromisso de consolidar o ambiente hospitalar como um local mais acolhedor.
O maestro deu breves explicações sobre as composições das obras tocadas. Em suas palavras, a música erudita é uma obra dinâmica em que tudo é lindamente articulado. “Hoje vamos apresentar uma peça mais introspectiva, mas de uma beleza enorme. É sempre um prazer estar no Hospital do Grajaú, sempre somos muito bem recebidos e eu tenho uma memória muito importante em relação ao Música nos Hospitais, porque este foi o primeiro hospital a colocar um vídeo da Orquestra do Limiar no YouTube, então temos um carinho muito grande.”
A superintendente do hospital, Andrea De Medeiros Matsushita, agradeceu a iniciativa, pontuando a importância da música. “Além de médica, eu fui musicista. Acho que é importante trazermos essa possibilidade para os nossos pacientes, colaboradores e colegas de trabalho, para que tenham contato, conheçam, ouçam e apreciem. Quando ouvimos uma música boa é como se ficássemos um pouquinho mais perto do céu, então é um momento muito gostoso. Para nós, é uma honra recebê-los.”
Dentre os espectadores, esteve presente o pediatra Emilio Lopes Junior, que toca violão e violoncelo, manifestando que música e arte são instrumentos fundamentais na qualidade de vida. “Eu sei que há estudos que, objetivamente, mostram a melhoria dos pacientes por meio da música, mas mesmo se eles não existissem, íamos continuar apreciando a música e levá-la aos nossos pacientes, porque funciona. Nós ficamos em um estado mental receptivo e o efeito para o grupo é visível, melhora a frequência cardíaca, visão de mundo e libera serotonina.”
Para o médico, a música é fundamental ao trabalhar com crianças, já que é um modo de iniciar o diálogo com elas, além de ser uma forma de aprendizado. “Qualquer som, batuque e até o jeito de falar, mais cantado, é uma coisa que, na prática, ajuda muito. Aqui temos uma divulgação cultural de um repertório que as pessoas não estão tão acostumadas, pois não é o tipo de gênero que a maior parte das pessoas ouve com tanta frequência, então aprendemos um pouco de história e da própria música em si. É uma programação muito bacana.”
O próximo concerto, que será o último de 2024, acontece no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo – Octavio Frias de Oliviera (Icesp). Depois, a temporada retorna em 2025, no dia 12 de fevereiro, no Instituto do Coração (InCor).
O Música nos Hospitais é uma iniciativa apoiada pelo Ministério da Cultura, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, popularmente conhecida como Lei Rouanet (Nº 8.313/1991), e patrocinada pela farmacêutica Apsen.
Fotos: Ivan Almeida