Ministério da Saúde divulga dados de Monkeypox em boletim

Desde o dia 23 de maio de 2022, o Ministério da Saúde passou a divulgar boletins epidemiológicos sobre a Monkeypox, a fim de direcionar as ações de vigilância em Saúde, definir casos e oferecer orientação

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Desde o dia 23 de maio de 2022, o Ministério da Saúde passou a divulgar boletins epidemiológicos sobre a Monkeypox, a fim de direcionar as ações de vigilância em Saúde, definir casos e oferecer orientação. Conforme o último documento publicado, até 9 de julho, 470 casos foram informados no Brasil, dos quais 218 tiveram confirmação, 94 seguem sendo investigados e 158 foram descartados laboratorialmente ou por diagnóstico diferencial.

Dos casos confirmados, 158 são provenientes do estado de São Paulo; 33 do Rio de Janeiro; 14 de Minas Gerais; 3 do Paraná e do Rio Grande do Sul; 2 do Ceará e de Goiás; e um do Distrito Federal. Não haviam sido registrados óbitos ocasionados por Monkeypox até o momento.

No Brasil, 215 casos confirmados são provenientes de pacientes do sexo masculino, e 3 do sexo feminino. A faixa etária em que há a maior predominância da doença é em indivíduos de 30 a 39 anos de idade (113 casos), enquanto a raça/cor dos pacientes, 105 deles são autodeclarados brancos.

Em relação ao cenário mundial, até o dia 9 de julho, a Organização Mundial da Saúde tinha registrado 8.290 casos, em 58 países não endêmicos – com destaque para o Reino Unido, com 1.552; Alemanha, 1.490; e Espanha, 1.256.

Histórico e características

A primeira identificação do vírus Monkeypox aconteceu em 1958, em surto em macacos em cativeiro de pesquisa; em 1970, houve a identificação do primeiro caso humano, na República Democrática do Congo. O primeiro surto, no mesmo país, ocorreu em 1996-97, com taxa de ataque mais alta que o normal.

Em 2003, houve o primeiro surto da doença fora da África, nos Estados Unidos, com 70 casos confirmados. Já em 2017, surto na Nigéria teve 200 casos confirmados e taxa de mortalidade de 3%. Um ano depois, houve surto de viajantes da Nigéria para Israel e Reino Unido. E em 2021, um novo surto nos Estados Unidos, novamente com 70 casos.

A transmissão da doença acontece através do contato com lesões cutâneas de pessoas infectadas, secreções respiratórias e objetos recentemente contaminados. O período de incubação, geralmente, varia entre 6 a 16 dias, em alguns casos podendo chegar a 21 dias.

Todavia, a transmissão da doença se encerra apenas no momento em que as lesões em forma de crostas somem da pele. Entre os sintomas mais comuns estão febre, cefaleia, dores musculares, adenomegalia (aumento dos linfonodos do pescoço), dores nas costas, calafrios e exaustão.

Entretanto, os sintomas mais comuns observados nos pacientes brasileiros foram erupção cutânea, adenomegalia, febre e astenia/fraqueza. Dos casos confirmados, 11 tiveram que ser hospitalizados. Ademais, 36 pacientes que foram diagnosticados com Monkeypox no País informaram ter viajado para o exterior, sendo que 15 foram para mais de um país.

É válido salientar que, apesar de os sintomas serem semelhantes à varíola, são clinicamente menos graves, mas exigem cuidado e atenção da mesma maneira. Até o momento, o Brasil não conta com nenhum tratamento específico, como vacinas ou terapias medicamentais que contribuam para evitar a infecção do vírus. A doença ainda possui um reservatório muito desconhecido, que segue em estudo por cientistas.