A Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde divulgou, em seu mais recente boletim, estudos sobre acidentes por abelha no Brasil em 2022. Os dados foram coletados pelos Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), com data de atualização de 12 de abril de 2023.
De acordo com a análise, foram registrados 15.991 casos em indivíduos do sexo masculino, dos quais 67 resultaram em mortes; já do sexo feminino, houve 20 mortes em 8.215 casos. Identifica-se que pessoas de raça/cor parda predominam o cenário tanto de ocorrências (12.871) quanto de óbitos (49,43%). A maior taxa de letalidade para acidentes, segundo a faixa etária, ocorreu em pessoas com idade superior a 65 anos.
Regiões afetadas
No ano de 2013, foram notificados 10.728 acidentes. Já em 2022, observa-se que houve um aumento de 126%, visto que foram registradas 24.209 ocorrências. A maior elevação dos números foi marcante na Região Nordeste, que registra metade dos casos em todo o Brasil, com acréscimo de 363% em relação a uma década atrás.
Os estados que mais notificaram acidentes em 2022 foram Pernambuco (com 3.988 acontecimentos), São Paulo (3.504) e Minas Gerais (2.783). Entretanto, as maiores taxas de ocorrências foram no Rio Grande do Norte (45,86 acidentes por 100.000 habitantes), em Pernambuco (41,22/100.000 hab.) e no Tocantins (35,40/100.000 hab.). No Brasil, em 2022, o índice de incidência foi de 11,35 acidentes por 100.000 habitantes.
No total, foram registrados 87 óbitos por acidentes com abelhas na última década; dessas mortes, 41 foram na Região Nordeste, 17 na Sudeste, 12 na Região Sul, 11 na Centro-Oeste e 6 na Região Norte. As Unidades Federativas que apresentaram mais óbitos foram Pernambuco (12), Bahia (10) e Goiás (10).
Nas zonas urbanas, os dados registram maior quantidade de acontecimentos se comparados com a zona rural, 13.145 e 9.445, respectivamente. Porém, o panorama se modifica na porcentagem de óbitos, com a letalidade no perímetro urbano de 29,89%, enquanto na região rural de 65,52%.
O documento aponta que é necessário das autoridades e gestores de Saúde a prática de parcerias entre órgãos ligados à limpeza urbana, ao saneamento, às obras públicas, ao meio ambiente, à agricultura e à educação, medidas necessárias para a implementação de controle do insetos.