Este mês é marcado pela campanha “Julho Verde”, dedicada à conscientização sobre os tumores de cabeça e pescoço. A ação foi instituída com o objetivo de informar e orientar a população sobre esses tipos de cânceres, incluindo prevenção, fatores de risco e cuidados. Salientando a importância da campanha, Fátima Matos, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SBCCP), fala sobre prevenção, diagnóstico e tratamento.
Segundo ela, a SBCCP criou o Julho Verde após a participação no 5º Congresso Mundial das Sociedades de Cirurgia de Cabeça e Pescoço, realizado em 2014, quando foi estabelecido o dia 27 de julho como Dia Mundial da Conscientização sobre o Câncer de Cabeça e Pescoço. “Nosso intuito é também divulgar a especialidade para que a população conheça o que o cirurgião de cabeça e pescoço trata”, afirma Fátima Matos.
Conforme as estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA), os tumores mais comuns na região da cabeça e pescoço variam entre os gêneros. Nos homens, a laringe e a cavidade oral são as mais afetadas, enquanto nas mulheres, a tireoide é a mais comum. Além disso, o câncer de pele, cuja localização mais frequente é nesta área do corpo, é o mais recorrente em toda a população brasileira.
Os principais fatores de risco para o desenvolvimento desses tumores incluem tabagismo e consumo de álcool. “A radiação solar, radiações ionizantes e vírus como HPV e Epstein-Barr (EBV) também são relevantes”, explica a presidente da SBCCP.
Prevenção e sintomas
Para reduzir o risco de desenvolver a doença, é essencial evitar os fatores de risco identificados. “Não fumar, manter uma alimentação saudável, proteger-se do sol e praticar atividade física regular são medidas importantes”, recomenda a especialista. Ela também destaca a importância da proteção sexual e a vacinação como medidas efetivas para prevenir a transmissão do HPV, relacionado a tumores de orofaringe.
De acordo com a médica, os sintomas variam conforme a localização do tumor. Lesões que sangram, crescem ou mudam de cor podem indicar câncer de pele, enquanto feridas na boca que não cicatrizam em 15 dias podem ser sinais de câncer bucal. “Alterações persistentes na voz, dificuldade ou dor ao engolir, sangramentos nasais e aumento de volume no pescoço são sinais de alerta”, acrescenta.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico começa com um exame físico realizado por um especialista, seguido de exames específicos para cada tipo de tumor. Fátima ressalta ainda que a biópsia é essencial para definir o tipo histológico do tumor e orientar o tratamento mais adequado.
As opções de tratamento incluem cirurgia, radioterapia, quimioterapia e, em alguns casos, imunoterapia. “Nos tumores de tireoide, o uso de iodo radioativo pode ser necessário. Quanto mais precoce for o diagnóstico, melhor o prognóstico”, enfatiza.
“É fundamental atentar-se para os sintomas e se prevenir”, alerta. A presidente da SBCCP reforça a importância de evitar o tabagismo e o consumo excessivo de álcool, além de buscar informações confiáveis. “A equipe multidisciplinar é crucial para um tratamento eficaz e uma boa qualidade de vida para os pacientes.”
Texto: Ryan Felix (sob supervisão de Julia Rohrer)