Instituto do Câncer do Estado de SP sedia apresentação do Música nos Hospitais

Este foi o quinto concerto da 15ª temporada do programa

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Na manhã da última quarta-feira, 4 de dezembro, o projeto Música nos Hospitais, da Associação Paulista de Medicina, realizou uma apresentação no saguão principal do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP). O público foi contemplado com a performance da Orquestra do Limiar, composta por 14 músicos de cordas, sob a regência do maestro e médico Samir Rahme.

Com 20 anos de história, o projeto já soma mais de 200 concertos em 21 cidades brasileiras, tendo alcançado 70 hospitais e cerca de 70 mil pessoas, entre profissionais de Saúde, pacientes e familiares. Além de humanizar o ambiente hospitalar, a iniciativa promove o acesso à música instrumental e erudita, contribuindo para a democratização cultural.

Durante o evento, Mércio Cirino, gerente de Relações Governamentais da farmacêutica Apsen – patrocinadora da iniciativa, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura –, destacou a importância do projeto em um breve discurso. “Estamos ansiosos para ouvir esta orquestra maravilhosa. É um prazer para nós, da Apsen, apoiar um projeto que leva humanidade para os ambientes hospitalares”, declarou.

A diretora administrativa do ICESP, Denise Barbosa Henriques Kerr, também expressou sua gratidão. “É uma honra receber o quinto concerto do Música nos Hospitais aqui no Instituto. Agradeço aos músicos e ao maestro, doutor Samir. Este projeto representa uma forma de democratizar a música clássica. Desejo um excelente espetáculo a todos”, ressaltou.

Benefícios da música

Entre os espectadores estava Eulalia Pereira da Silva, de 59 anos, paciente do ICESP há uma década e ex-musicista. “Antes de começar meu tratamento contra o câncer, a música era parte da minha vida. Tive que parar aos 49 anos, e continuo frequentando o Instituto desde então”, contou.

Para Eulalia, a música vai além do prazer estético. “Ela é como uma terapia, um remédio para o corpo e a alma. Já passei por várias cirurgias, e as pessoas frequentemente me perguntam de onde tiro forças para continuar. Parte dessa força vem da música, que sempre foi essencial na minha vida. Por isso, acredito que trazer cultura para os hospitais é indispensável”, afirmou, emocionada.

Estudos publicados pela Scientific Electronic Library Online (SciELO) reforçam essa visão, apontando que a música atua como um estímulo que compete com a dor, desviando a atenção do paciente e promovendo bem-estar ao interagir com o córtex auditivo e o sistema límbico.

Estreias mundiais

O concerto também contou com três estreias mundiais. A primeira, “Miniaturas Pernambucanas”, composta por Beetholven Cunha, foi criada especialmente para a Orquestra do Limiar. “É uma honra estrear esta peça. Gostaria de agradecer ao compositor Beetholven Cunha por nos confiar sua obra”, disse o maestro Samir Rahme.

A segunda estreia foi a canção “Traça-Côco”, de Kim Ribeiro, seguida de “Belibá”, de Edmundo Villani-Côrtes, que compareceu ao evento ao lado de sua esposa e também musicista, Efigênia Côrtes. “A presença do Villani-Côrtes e de sua esposa é muito especial para nós. Agradeço imensamente por estarem aqui para prestigiar essa estreia”, destacou o maestro.

O encerramento ficou por conta de “Será”, da banda Legião Urbana, convidando os espectadores a uma reflexão sobre a vida, os erros e os acertos.

Fotos: Ivan Almeida