Com o objetivo de consolidar a mudança de cultura, proporcionando melhorias contínuas de qualidade e segurança à instituição, em setembro de 2021, o Hospital de Aeronáutica dos Afonsos (HAAF), do RJ, aderiu ao Programa Compromisso com a Qualidade Hospitalar (CQH), da Associação Paulista de Medicina (APM).
A diretora da instituição, Coronel Luci Alcione Apocalypse da Cunha, que está à frente do HAAF desde fevereiro do ano passado, disse que a proposta de ingressar no programa partiu da experiência de 20 anos que teve no Hospital de Força Aérea de São Paulo (HFASP). Em 1999, o HFASP aderiu ao CQH por iniciativa de seu então diretor, Major Brigadeiro Médico José Elias Matieli. Tornou-se o primeiro Hospital Militar a obter a certificação, e desde então possui oito selos de qualidade.
Luci presenciou as transformações de qualidade proporcionadas durante todo o processo. “Hoje, o HFASP é uma referência na Força Aérea Brasileira (FAB) e caminha por si só. Independentemente do gestor que ocupa a cadeira lá, o próprio efetivo já incorporou a filosofia de melhoria contínua. É exatamente essa experiência pretendo trazer para o HAAF”, destaca a gestora.
No início de sua gestão, a diretora relembra as dificuldades de cenário e de cultura organizacional que encontrou no HAAF, justamente porque faltava algo mais objetivo e estruturado, um motivo a mais para aderir ao Programa CQH. “Às vezes, durante a rotina de uma gestão, os olhos cansam, não conseguimos enxergar com clareza por onde caminhar e perdemos a trajetória. Ao ingressarmos em um programa como o CQH, obtemos uma importante ferramenta para guiar as nossas ações. Ou seja, além da consolidação da cultura, espero que consigamos mapear nossos pontos fracos e fortes e, assim, elevar o nível de maturidade da gestão do hospital. O olhar externo de um programa que prima pela segurança e qualidade contribuirá muito nessa nossa caminhada.”
Mudanças
Nestes cinco meses de adesão, a coronel observa a participação multidisciplinar de reformulação dos setores. “É lógico que há o almejo simbólico do selo de qualidade. Muitos querem alcançá-lo, mas no meu entendimento o trajeto de consolidação da cultura é o mais importante, isso independe da certificação. Vejo os responsáveis pelas áreas fazendo checklists e padronizações, novas adequações, reportando que as mudanças nos processos facilitaram e organizaram o trabalho com o foco no encantamento do cliente”, relata.
Ela reitera que a mudança de mentalidade, embora haja as dificuldades de adequações de infraestrutura e de recurso escasso, por ser uma administração pública, é o principal desafio. “A grande maioria das nossas obrigações não exige proporção enorme de investimento financeiro. E se conseguirmos mudar essa relação cultural, podemos ser um marco no Rio de Janeiro e incentivar os demais hospitais da Aeronáutica nesse sentido. Então, será um trabalho de formiguinha, não será neste ano ou no próximo, mas talvez daqui a cinco anos possamos perceber um resultado consolidado.”
O HAAF é atualmente subordinado técnica e administrativamente à Diretoria de Saúde da Aeronáutica (DIRSA). Suas origens remontam à época da Aviação Militar do Exército, onde anteriormente havia a Fazenda dos Afonsos. Em agosto de 1933, constituiu-se a Junta Médica de Aviação Militar, núcleo pioneiro de seleção médica do pessoal aeronavegante, um embrião que mais tarde passou a se chamar Hospital de Aeronáutica dos Afonsos. Nestes 72 anos de história, o hospital passou e passa por processos de reconstrução infraestrutural, por ser uma construção antiga.
“Tenho o lema de que precisamos não só atender com eficiência os nossos beneficiários, os nossos usuários, precisamos encantar todo mundo, desde a faxineira, o porteiro, o médico especializado. Todos precisam ter a mesma consciência de primar pela qualidade, pela segurança, de que todos fazem parte desse time e precisam caminhar para um bem comum. Isso será o maior ganho, a consolidação da cultura, é o que realmente espero, independentemente do gestor que se sentar nessa cadeira aqui que hoje ocupo”, resume.
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