Harmonização: Vinho & Comida – Portugal é tema do último encontro da 1ª temporada

O quinto e último encontro da primeira temporada do Programa Harmonização: Vinho & Comida, promovido pela Associação Paulista de Medicina em parceria com a Casa Flora, ocorreu na última quinta-feira, 20 de abril

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O quinto e último encontro da primeira temporada do Programa Harmonização: Vinho & Comida, promovido pela Associação Paulista de Medicina em parceria com a Casa Flora, ocorreu na última quinta-feira, 20 de abril.

Com o tema Portugal, a noite ficou ainda mais especial com a presença do renomado psiquiatra forense e diretor Cultural da APM, Guido Arturo Palomba, que durante o coquetel de abertura explicou como iniciar uma coleção de obra de arte. O primeiro passo, de acordo com ele, é gostar de arte e o segundo é escolher o estilo, se abstrato, impressionista, clássico ou outros.

“Depois de conhecer esses pontos, é hora de estudar o artista e sua trajetória. Não se pode sair por aí comprando tudo o que se encontra pela frente, porque às vezes não vai formar uma boa coleção. O ideal mesmo é adquirir uma obra só depois de conhecê-la bem e, a partir daí, seguir para o mercado de arte”, destaca Palomba, que também apresentou algumas das principais obras modernistas do acervo da Pinacoteca da Associação.

Após a palestra do diretor Cultural, os convidados foram direcionados para o Espaço Maracá, para o jantar – assinado pelo chef Josemar Sant’Anna, responsável por toda a gastronomia da entidade – que teve explicações do sommelier da Casa Flora, Renato Lutgens, sobre os vinhos da noite.

Lutgens iniciou falando sobre a cultura de Portugal, país que aquece o coração e acolhe todos os brasileiros. “Costumo dizer que Portugal tem mais uvas do que gente. Os vinhos portugueses são muito apreciados no mundo todo, inclusive no Brasil.”

Do branco ao tinto

Para começar a degustação, o sommelier citou um dos principais representantes da nova geração de enólogos portugueses, da região do Alentejo, o produtor João Portugal Ramos. E o

primeiro vinho servido foi o Loios branco, com aromas minerais e notas de lima, além de boa acidez – harmonização perfeita com aperitivos, entradas, saladas, peixes leves e carnes brancas.

O Marquês de Borba Colheita Branco foi o segundo vinho oferecido, junto do bacalhau, prato principal do jantar. Com aromas de frutas cítricas e notas minerais, possui ótima acidez e longo final. Acompanha muito bem massas leves, bacalhau, pescados e saladas.

Com visual rubi, chegou a vez do vinho Marquês de Borba Colheita Tinto, com aromas de frutas, amoras e cassis. Em boca, possui taninos macios e bom equilíbrio entre fruta e acidez. Ótima combinação no acompanhamento demassas e carnes com molhos médios, queijos curados e risotos embutidos.

Para fechar a noite em grande estilo, a sobremesa foi servida com o vinho do Porto Messias Tawny, da região Douro, com notas de frutas secas e algumas nuances de frutas vermelhas e bem marcado pela madeira.

Curiosidades

Portugal é o 11º produtor mundial de vinhos, com 900 milhões de litros por ano e ultrapassou a Argentina em importações de vinho no Brasil, ficando em 2º lugar no ranking. “Lá, o vinho é um alimento, complemento da comida, tendo um consumo de 62,1 litros per capita.” O sommelier complementa que o país conta com espécies de uvas nativas que só podem ser encontradas lá. “Esta característica faz com que os vinhos portugueses possuam sabor e aromas únicos.”

O Alentejo é uma das mais prestigiadas regiões produtoras de vinho de Portugal. Localizada no Sul, é a maior província, cobrindo quase 1/3 do país. Assim como o vinho, a rolha é um dos produtos mais importantes da região. Muitas das condições são significativamente diferentes: o solo é composto de xisto e granito, uma altitude mais baixa e o clima quente, com invernos amenos e baixa incidência de chuvas.

Entre as principais castas alentejanas tintas estão Aragonez, Trincadeira, Castelão, Alicante Bouschet, Alfrocheiro, Touriga Nacional, Syrah e Cabernet Sauvignon. Dentre as brancas, as mais cultivadas são Antão Vaz, Arinto, Roupeiro e Fernão Pires.

Para Lutgens, o grande trunfo é que as uvas nativas possuem nomes simpáticos e aromas peculiares, uma vez que são cultivadas e vinificadas com muito esmero, oferecendo aromas e sabores diferentes e deliciosos.

O Programa de Harmonização: Vinho & Comida começou em setembro de 2022 e teve encontros sobre vinhos argentinos, italianos, espanhóis e chilenos em sua primeira temporada.

Texto: Alessandra Sales
Fotos: BBustos Fotografia