Na noite da última terça-feira (13), o presidente da Associação Paulista de Medicina, José Luiz Gomes do Amaral, participou de um bate-papo promovido pela TV Doutor para resumir o primeiro dia do Global Summit Telemedicine & Digital Health, que acontece até o dia 16 de outubro de forma on-line.
O debate foi conduzido pelo CEO da empresa, Ricardo Sonati, e pela diretora de Conteúdo, Noêmia Gomes. Amaral afirma que, em razão da pandemia, as alternativas digitais, que talvez levariam mais de dez anos para serem implementadas, foram reduzidas a seis meses. “Hoje, nos encontramos em outro patamar de aceitação do potencial das novas tecnologias. A sociedade aguardava por isso, com alguma desconfiança, sobretudo, entre os médicos e profissionais da Saúde, porque tinham muito receio de que essa adoção viesse prejudicar a qualidade da prática clínica. É claro que teremos riscos, mas estamos confiantes de que é possível vencer as dificuldades, e que os benefícios ultrapassam largamente os eventuais inconvenientes.”
A conferência mais promissora, segundo o presidente da APM, foi a que tratou do envolvimento da Organização Mundial da Saúde na solução das disparidades em Telemedicina e Saúde Digital que afetam vários países do mundo: “Há locais isolados, sem acesso à rede mundial de dados, e as tecnologias digitais são muito voltadas à conexão. É necessário vencer isso, padronizar, com uma atenção particular aos países agravados desses desenvolvimentos, como da América Latina e do continente africano. Em síntese, ficamos felizes em perceber que o mundo inteiro olha para todas as partes”.
Experiências com a pandemia
Estamos há quase um ano com o novo coronavírus. Como reforça Amaral, a humanidade pouco ainda sabe sobre as possíveis sequelas da Covid-19 em médio e longo prazos. Embora haja iniciativas importantes para o surgimento de diversas vacinas, há muitas etapas e protocolos a serem cumpridos. “Diante de tantas dificuldades, a maior delas é oferecer acesso à saúde aos usuários. A Telemedicina e a Saúde Digital são recursos importantes para vencermos alguns desses desafios.”
Durante esse período de pandemia, médicos e profissionais de Saúde têm se apropriado das ferramentas digitais, além de contribuírem com conhecimento e prática clínica para o enfrentamento do vírus. “Conseguimos participar de estudos multicêntricos mundiais. Em prazos recordes, produzimos artigos de grande impacto e consistência. Vimos ainda agências reguladoras se tornarem mais ágeis em autorizar o uso de tecnologias para atendimento remoto. Demos um salto ao mostrarmos que somos capazes quando há convergência de vontade de todos. A implantação da Telemedicina em âmbito nacional é um caminho promissor”, sintetiza o presidente da APM.
Nesse sentido, de acordo com ele, há cinco anos, a Associação Paulista de Medicina vem se adaptando às inovações tecnológicas. Recentemente, implantou uma plataforma de ensino a distância para capacitação médica básica em Telemedicina. “Ampliar a educação é uma das nossas prioridades para os próximos anos. A Medicina clássica aprendida em grandes centros universitários é importante, mas é fundamental também para quem vai ingressar no mercado de trabalho conhecer a forma de se comunicar e interpretar informações remotamente”, acrescenta.