Para aquecer as discussões que ocorrerão de 4 a 6 de abril de 2019 no Global Summit Telemedicine & Digital Health, os organizadores do evento e convidados realizaram um Warm up no dia 23 de novembro, no campus Paulista da Fiap, centro de excelência em tecnologia mais respeitado do País.
“O Global Summit está sendo desenvolvido pela Associação Paulista de Medicina, em parceria com o Transamerica Expo Center. O papel do evento é de extrema importância no sentido de ser protagonista de uma área que não é mais o futuro, e sim o presente brasileiro; em alguns países, já é uma realidade”, enfatiza o presidente do Conselho Curador, Jefferson Fernandes.
Segundo ele, será uma oportunidade de trocar experiências com referências de países europeus e norte-americano, e de negócios, com exposição de novidades tecnológicas do setor, além da oportunidade de ampliar o mercado de trabalho no ramo. “Em suma, a nossa ideia é reunir todo o ecossistema da área tecnológica para alavancar as forças que temos em nosso País”, destaca.
O especialista ainda reitera que a atual transição demográfica e epidemiológica, que resulta no aumento e envelhecimento populacional, aumenta os custos de cuidados à saúde. Nesse sentido, faz-se necessário maior acesso e resolubilidade aos sistemas de saúde. “Observamos experiências internacionais em que os avanços tecnológicos em Medicina podem ser feitos de forma segura, com responsabilidade, resultando em redução de custo, maior resolubilidade, organização e gestão de serviços na área. Ou seja, o objetivo é trazer benefício para as pessoas em uma visão contínua para seus cuidados”, complementa.
Palestras
O diretor de TI da APM e presidente da Comissão Organizadora do Global Summit, Antonio Carlos Endrigo, abordou a Telemedicina 4.0. “Esse conceito – idealizado há muitos anos, em um congresso realizado na Alemanha – faz uma analogia à Revolução Industrial”, explica.
A primeira revolução ocorre com o surgimento de máquinas a vapor; a segunda é marcada com o progresso científico e tecnológico da eletricidade; a terceira é conhecida como a era da informação. “A quarta, momento atual, reúne um conjunto de novas tecnologias como robótica, inteligência artificial, realidade aumentada, big data (análise de volumes massivos de dados), nanotecnologia, impressão 3D, biologia sintética e internet das coisas”, define.
Segundo dados apresentados por Endrigo, 83% dos médicos acreditam que o aumento dos dados gerados pelo paciente de dispositivos conectados beneficia a qualidade geral dos cuidados. Sessenta e seis por cento desses profissionais afirmam que o aumento do uso de tecnologias digitais reduz a carga sobre o sistema de saúde e seus custos associados. E 64% pensam que isso ajuda a reduzir o estresse para médicos.
O especialista também falou a respeito do Projeto Idoso Bem Cuidado, desenvolvido desde 2016 em parceria com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que pretende ser um modelo assistencial de padronização de dados de atendimento em um sistema eletrônico, com informações essenciais para compartilhamento entre profissionais da Saúde.
A Associação Paulista de Medicina, parceira da iniciativa, é responsável pela elaboração do portal e do aplicativo com as informações mínimas de saúde dos pacientes, em trabalho conjunto com empresas tecnológicas especializadas.
Em seguida, o gerente médico de Telemedicina do Hospital Israelita Albert Einstein, Eduardo Cordioli, destacou um projeto piloto na área, também iniciado em 2016, para atendimento de funcionários do hospital. Na primeira fase, foram atendidos 40 casos, com 77,5% de resolução. Na segunda, o projeto foi estendido para 12 mil colaboradores. Já na terceira fase, 26 mil funcionários e familiares haviam sido atendidos a distância.
“Tivemos como resultado, de junho de 2017 a agosto de 2018, 91% de atendidos liberados e 93% de avaliação excelente ou muito bom. Isso representa uma economia importante, seja em deslocamento, pois os pacientes gastam em média 10 quilômetros para se dirigir à unidade, seja em níveis de poluição, pois são 17 mil litros de combustíveis que deixam de ser consumidos. E resulta-se numa redução de 70% das consultas presenciais”, analisa.
Já o diretor acadêmico dos cursos de graduação e coordenador do MBA em Health Tech da FIAP, Wagner Sanchez, traçou um breve comparativo histórico-social das inovações tecnológicas no mundo. Para ele, essas transformações são inevitáveis e acompanham a evolução do comportamento humano.
“Quando olhamos para a nossa evolução humana, entre expectativa de vida e renda per capita, vimos que nos anos 1800, havia 978 milhões de pessoas no planeta. Em 1900, já éramos 1 bilhão e 650 milhões de pessoas. Em 1895, se inicia a descoberta experimental dos raios x; em 1901, o físico Albert Einstein desenvolve a teoria da relatividade; em 1928, temos a descoberta da penicilina; e os avanços e aperfeiçoamentos continuam”, concluiu.