Comissão Estadual de Negociação liderada pela APM divulga balanço de 2021/2022
A Comissão Estadual de Negociação com os planos de saúde, capitaneada pela Associação Paulista de Medicina (APM), obteve melhorias nos honorários médicos com 20 empresas – após as rodadas de negociações realizadas entre agosto de 2021 e janeiro de 2022. Conforme a tabela da pág. 17, apresentaram propostas de reajuste para consultas e procedimentos as operadoras Amil, Assefaz, Austa Clínicas, Bradesco, Care Plus, Cassi, Cetesb, Dix/Medial, Economus, Funcesp/Vivest, Gama Saúde, Metrus, Omint, Porto Seguro, Postal Saúde (Correios), Saúde Caixa, Saúde Petrobrás, Sompo, SPA Saúde e SulAmérica.
A Life Empresarial, a Notredame/ Intermédica e a Plan-Assiste informaram que os reajustes são com base na normativa ANS, considerando IPCA e fatores de qualidade, em livre acordo e negociação entre as partes. Já as empresas Afresp/Amapresp, Allianz, Bacen, Cabesp, CET, Embratel, Geap, Seisa, Sepaco, Serpro e Unimed Seguros não apresentaram propostas de reajustes para os médicos.
Em reunião para apresentação prévia do balanço, no final de novembro último, o diretor de Defesa Profissional da APM, Marun David Cury, relembrou os quatro pontos aprovados pela Comissão formada pela APM e suas Regionais, com o apoio da Academia de Medicina de São Paulo e das sociedades de especialidades paulistas e nacionais com sede em São Paulo.
A reivindicação de reajuste para as consultas no valor de 12,32% é resultado de uma equação envolvendo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) e o reajuste da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Diante das mudanças aceleradas pela pandemia, a classe médica também solicita que o valor da teleconsulta seja o mesmo da consulta presencial, preservando os critérios técnicos e éticos de sua realização.
Os médicos pedem ainda a hierarquização de remuneração de procedimentos seguindo a Tabela de Portes da Classificação Hierarquizada de Procedimentos Médicos da AMB; discussão junto a entidades médicas, prévia à implantação, das novas formas de remuneração; e não descredenciamento imotivado de prestadores médicos.
Desde agosto de 2020, as reuniões com as operadoras ocorrem de forma remota, por conta da pandemia de Covid-19. E Marun Cury reitera a dificuldade de retorno: “Algumas operadoras não querem nem pagar o resultado da equação do IPCA”. Ao defender a hierarquização de remuneração e procedimentos de acordo com a CBHPM, ele critica os vários modelos de valores praticados pelas empresas, o que contribui para a expansão da verticalização.
“Muitas dessas operadoras de planos de saúde, na teoria, falam da importância do papel do médico na Saúde e que trabalham junto com eles, mas não convidam as entidades médicas para discutir esses modelos remunerativos colocados em prática. Os valores defasados dificultam a vida do profissional, inclusive para prestar uma Medicina de qualidade e com extrema segurança para a população. Essas remunerações praticadas não visam facilitar a gestão, e sim a alta lucratividade das empresas”, finaliza.