Congresso Paulista de Medicina do Sono faz nova rodada de aquecimento

Na última terça-feira, 23 de fevereiro, o Comitê Científico de Sono da Associação Paulista de Medicina realizou mais um warm up para o XVIII Congresso Paulista de Medicina do Sono de 2021

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Na última terça-feira, 23 de fevereiro, o Comitê Científico de Sono da Associação Paulista de Medicina realizou mais um warm up para o XVIII Congresso Paulista de Medicina do Sono de 2021, a ser realizado gratuita e virtualmente em 9 e de 10 de abril. O encontro, que foi transmitido no YouTube da APM, focou nas aulas de imersão, novidades desta edição do evento.

Andrea Toscanini, presidente do Congresso, antecipou que esse foi o primeiro aquecimento de uma série de quatro a focar neste tema. “Já tivemos um warm up explicando o novo modelo do evento. Hoje, começaremos a explicar as aulas de imersão – que são minicursos oferecidos logo após o Congresso, nos quais temas específicos serão aprofundados, possibilitando que cada um entenda mais do assunto de maior interesse”, introduziu.

Outro membro da Comissão Organizadora, Alexandre de Azevedo completou a explicação, informando que as aulas ocorrerão no final de semana seguinte ao Congresso, entre os dias 17 e 18 de abril, e que também serão 100% on-line. Para participar, os interessados terão de se inscrever nos módulos que desejarem e, após participarem, receberão certificados comprobatórios. Ao todo, serão oito temas – sem limite de inscrição por pessoa.

“Usamos ‘imersão’ no sentido de aprofundamento, de ganharmos mais conhecimento. Hoje, falaremos de dois deles: o diagnóstico e o conceito de insônia; e os tratamentos farmacológicos e não-farmacológicos da insônia”, disse Azevedo.

Insônia: diagnóstico, conceito e tratamentos
Neste primeiro warm up de 2021, como antecipado por Alexandre de Azevedo, os especialistas apresentaram mais detalhes sobre a insônia, dividindo o debate de acordo com o tema de dois módulos das aulas de imersão. Em relação ao diagnóstico da doença, Andrea Toscanini mencionou o conceito recente de “fenótipo”, algo que antes remetia mais à morfologia dos pacientes.

Maíra Medeiros Honorato Ferrari, neurologista e neurofisiologista, que será uma das professoras das aulas de imersão, mencionou que, antigamente, a insônia era classificada em subtipos, mas que pela interação destes, por vezes não era possível separar o paciente em um específico. Desta forma, criou-se o conceito de fenótipos da insônia. Conhecendo quais são eles, um médico poderá escolher a melhor modalidade terapêutica para o doente.

“A ideia do fenótipo é que seja algo como ‘a cara’ da doença. Se a gente conseguir identificar o fenótipo, vamos aprender a utilizar o conhecimento na prática. E é isso que faremos na aula de imersão, teremos exemplos e casos clínicos, mostrando como são os tratamentos. O aluno irá percorrer todo esse caminho”, afirmou a médica do Sono.

Entrelaçando a questão dos fenótipos com o seu tema (os tratamentos farmacológicos e não-farmacológicos), Renatha Rafihi, psicóloga clínica do Sono, afirmou que ainda há muita pesquisa a ser feita para entender melhor a reação de cada padrão a cada tratamento. Por outro lado, indicou que os estudos já estão mostrando que há diferença de respostas para cada fenótipo.

A especialista, que é pesquisadora do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo, também falou sobre a alta efetividade de abordagens não farmacológicas, como terapia comportamental, na insônia.

“É interessante, pois quando falamos de tratamento comportamental, pensamos que ele é desenvolvido para responder uma causa. Vamos considerar que a etiologia da insônia é multifatorial (predisposição, precipitação e perpetuação). Nesses fatores de perpetuação é que a terapia comportamental atua. Então, na aula, vamos falar de modo mais detalhado quais são os padrões comportamentais, quais são as crenças de sono e os motivos de alguns comportamentos perpetuarem os problemas de sono.”

Além dos módulos de insônia, serão temas das aulas de imersão: a importância da avaliação do oxigênio nos distúrbios respiratórios do sono; o tratamento cirúrgico da apneia obstrutiva do sono; a pediatria; as evidências sobre melatonina; a prática clínica da Medicina do Sono no idoso; e a sonolência excessiva diurna.