Em 2021, foram registrados 139.211 casos de malária no Brasil, dos quais 99% (137.857) foram autóctones (com transmissões relatadas dentro do País). Os números apresentaram redução de 4,1% em relação ao ano de 2020, segundo informações de boletim epidemiológico do Ministério da Saúde.
Do número total de casos autóctones, 17% (23.408) ocorreram por P. falciparum e malária mista, e os outros 83% (114.449) foram de malária por P. vivax e outras espécies parasitárias.
Em 2021, observou-se redução de 13,3% no total de casos nas áreas rurais, com 50.609 registros. Já nas áreas indígenas, a redução foi de 5,4%, com 45.642 casos. As áreas de garimpo, também de grande importância epidemiológica para a doença, registraram expressivo incremento (45,3%) no número de casos, que chegaram a 20.468.
Na região amazônica, os estados que se destacaram na transmissão da doença em áreas rurais foram Acre (70,3%), Amapá (47,5%), Amazonas (41,6%), Maranhão (90,8%) e Rondônia (56,8%). O Tocantins não registrou casos autóctones.
Em relação aos óbitos pela doença, segundo dados preliminares de 2021, foram registrados 49, aumento de 11,4% em relação ao ano anterior.
Casos importados
Sobre os casos importados, 74,3% (1.003) vieram da região das Américas (Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Nicarágua, Peru, Porto Rico, Suriname e Venezuela). Observou-se redução de 26,3% nos casos de malária importados de outros países, comparando com 2020.
Os estados que mais registraram casos importados da doença no ano de 2021 foram Tocantins, Maranhão e Rondônia, e os que mais exportaram foram Mato Grosso e Pará. Já na região extra-amazônica, Ceará, Paraíba e Sergipe foram responsáveis pelos maiores índices de importação de casos no ano passado. Goiás e Rio de Janeiro foram os que mais exportaram.
Em 2021, na região amazônica, ocorreram 1.742 surtos da doença em 126 municípios, apresentando redução de aproximadamente 10,6% em relação ao ano anterior, em que foram registrados 1.947 surtos em 120 diferentes municípios.
Tratamento e ações de prevenção
O diagnóstico da doença é fundamental para garantir o tratamento adequado para cada paciente, diminuir a gravidade e a mortalidade e, assim, controlar a transmissão no País.
Dos nove estados da região amazônica, sete (77,7%) não conseguiram atingir a meta de 70% dos casos tratados de forma correta entre 2020 e 2021, o que é um grande desafio para o Programa Nacional de Prevenção e Controle da Malária (PNCM). Na mesma região, nos dois últimos anos, somente Maranhão e Roraima atingiram a meta estabelecida.
Já nos estados da região extra-amazônica, apenas Mato Grosso do Sul e São Paulo registraram melhora na oportunidade de tratamento. Ressalta-se que Mato Grosso, Amazonas e Pará tiveram aumento nos registros de surtos em municípios de baixo risco, exigindo atenção e ações de vigilância epidemiológica.
Com o intuito de diminuir os casos da doença, o PNCM lançou o “Plano Nacional de Eliminação de Malária”. No ano passado, dos nove estados da região amazônica, apenas cinco alcançaram as metas estabelecidas. Por outro lado, na região extra-amazônica, dos 18 estados, 11 alcançaram a meta.