Até 15 de julho, o Brasil teve 1.322 notificações suspeitas de sarampo, das quais 490 se confirmaram. Entre os doentes, dois evoluíram para óbito no Amapá – ambos em crianças menores de um ano. Os dados foram divulgados no último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde.
Após os últimos casos de sarampo em 2015, o País recebeu, em 2016, a certificação de eliminação do vírus, passando os dois anos subsequentes sem casos. Em 2018, entretanto, a doença voltou a circular no território brasileiro, com 10.346 confirmações. Em 2019, foram diversos novos surtos, com a confirmação de 20.901 casos; em 2020, foram 8.488 casos.
Entre os quase 500 casos confirmados neste ano, 376 foram definidos por critério laboratorial e 114 por critério clínico-epidemiológico. 163 das notificações permanecem em investigação. O vírus é considerado ativo, atualmente, em quatro estados: Amapá, Pará, São Paulo e Alagoas.
A maioria dos casos está concentrado nas crianças menores de um ano de idade – são 176 das confirmações, com coeficiente de incidência de 71,18 casos por 100 mil habitantes. Maior ocorrência é encontrada, também, no sexo masculino, responsável por 55% dos casos.
Entre os casos que evoluíram para óbito estão uma criança de sete meses, não vacinada e sem comorbidades, e outra de quatro meses, nascida de parto prematuro, gemelar, baixo peso, síndrome de Down e pertencente à terra indígena Waiãpi – embora investigação aponte que a infecção se deu em Macapá e não na referida terra indígena.
O sarampo é uma doença viral aguda e extremamente grave, principalmente em crianças menores de cinco anos de idade, pessoas desnutridas e imunodeprimidas. A transmissão do vírus corre de forma direta, por meio de secreções expelidas ao tossir, espirrar, falar ou respirar próximo às pessoas sem imunidade contra o sarampo.
Além disso, o contágio também pode ocorrer pela dispersão de aerossóis com partículas virais no ar, em ambientes fechados como escolas, creches e clínicas, entre outros.