No último dia 29 de maio, a Comissão Estadual de Honorários Médicos, liderada pela Associação Paulista de Medicina, realizou sua primeira reunião de aproximação na sede da APM, com o objetivo de apresentar a pauta de negociação deste ano.
Neste encontro, o presidente da APM, Antonio José Gonçalves, e os diretores de Defesa Profissional Adjunto e Previdência e Mutualismo, Marun David Cury e Antonio Carlos Endrigo, respectivamente, receberam o diretor-presidente da Bradesco Saúde e presidente da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), Manoel Peres.
Antes de iniciar, Gonçalves agradeceu a participação do representante da Bradesco Saúde nesta primeira reunião, na qual foram explicados todos os pontos da pauta de negociação. Peres fez uma observação sobre o crescimento de terapias alternativas com profissionais não médicos, principalmente psicólogos, fonoaudiólogos, dentistas, fisioterapeutas, entre outros.
Marun Cury, por sua vez, falou sobre como isso impacta nos pagamentos feitos pela seguradora, representando mais de 30%, especialmente nos atendimentos de consulta. “Automaticamente, acabam tirando dos proventos que seriam pagos aos médicos que atendem seus pacientes. É ruim para nós, porque já temos uma remuneração baixa e defasada. No entanto, quem está receitando condutas a esses profissionais é o próprio médico. Por isso, precisamos ter a consciência exata do que está acontecendo, claro que não vamos deixar de receitar se o paciente realmente precisar deste tipo de atendimento. Isso ajudará a não alimentar uma cadeia equivocada de eventos que acabam atrapalhando a valorização do médico”, destacou.
Após discutirem atentamente todos os pontos, o presidente da Bradesco Saúde ficou de avaliar a pauta internamente e, posteriormente, retornará para a APM. Além da pauta geral, a Comissão Estadual de Honorários Médicos apresentou algumas propostas específicas das Regionais da APM e das especialidades.
Pauta geral de negociação
1. Reajuste do valor da consulta para R$ 200,00 (quando atendimentos no formato de fee for service), sendo R$ 150,00 devido índices inflacionários e R$ 50,00 para recomposição de valores.
2. Reajuste de honorários médicos em 15%. Este valor deverá ser aplicado no reajuste de Honorários Médicos e nos valores recebidos por profissionais em vínculos de prestação de serviços em unidades verticalizadas.
3. Manutenção da CBHPM – Classificação Brasileira Hierarquizada da AMB como balizador de remuneração prestados nos moldes de fee for service.
4. Reajuste de Honorários Médicos, independente de solicitação do médico credenciado, em percentual não inferior ao IPCA.
5. Reportar as entidades médicas os casos de descredenciamentos imotivados.
6. Avaliação prévia das entidades médicas antes da implantação de modelos e formatos diferenciados de remuneração que não seja o fee for service.
7. Criação de canais de atendimento e de ouvidorias nas operadoras de planos de saúde voltadas ao atendimento dos prestadores de serviços.
8. Remuneração da teleconsulta em valores no mínimo iguais aos atendimentos presenciais.
9. Utilização preferencialmente de membros das entidades médicas (APM, sociedades estaduais de especialidades médicas e do Conselho Regional de Medicina) como desempatadores no caso de juntas médicas.
10. Valorização dos honorários de médicos auxiliares de procedimentos em 60% (1º auxiliar) e 40% (2º auxiliar).
Fotos: Divulgação/APM