AMSP: Tertúlia discute avanços na área da Oftalmologia

No dia 14 de julho, a Tertúlia Acadêmica da Academia de Medicina de São Paulo contou com a palestra do acadêmico Miguel Noel Nascente Burnier, diretor de Treinamento e Desenvolvimento de Pesquisa do Centro de Saúde da Universidade McGill, de Montreal, na província de Quebec, Canadá. O convidado tratou especificamente dos avanços na área de Oftalmologia da faculdade, que conta com a atuação conjunta de diversas instituições ao redor do mundo.

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No dia 14 de julho, a Tertúlia Acadêmica da Academia de Medicina de São Paulo contou com a palestra do acadêmico Miguel Noel Nascente Burnier, diretor de Treinamento e Desenvolvimento de Pesquisa do Centro de Saúde da Universidade McGill, de Montreal, na província de Quebec, Canadá. O convidado tratou especificamente dos avanços na área de Oftalmologia da faculdade, que conta com a atuação conjunta de diversas instituições ao redor do mundo.

Ao iniciar a exposição, Burnier destacou as mudanças recentes no instituto de pesquisa da universidade The Muhc-MCGill University Ocular Pathology and Translational Research Laboratory, voltado para a investigação personalizada. Em primeiro lugar, houve uma alteração de localização para um espaço com prédios mais modernos, facilitando a locomoção por transportes públicos e individuais. O novo centro conta com oito edifícios.

“Fazemos Medicina desde o feto até a Geriatria, passando pela pediátrica e adulta, centrada no paciente. Contamos com 500 leitos e quartos separados e individuais, sob o Medical Care – Centro Nacional de Saúde do Canadá. Entre os prédios hospitalares, temos o centro de investigação clínica”, destacou o diretor, que também foi presidente do Departamento de Oftalmologia da McGill entre 1993 e 2008.

Em específico, falou sobre o laboratório de Patologia ocular e investigação transnacional, que desde seu início, há 28 anos, passou por transformações importantes. “O que me orgulha muito é ter a participação da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo, tendo à frente os professores José Luiz Gomes do Amaral e Rubens Belfort. Os convênios firmados com a Unifesp e outras excelentes universidades do mundo inteiro possibilitaram o treinamento de muitos pesquisadores”, reforçou Burnier.

Dessa união, foi criado o instituto Biopsy, em 2010, que conta com a participação de mais de 300 membros de 25 países, inclusive a Unifesp e Universidade de São Paulo, dentre outras instituições brasileiras. “Isso me enche muito de orgulho porque outra vez aprendemos e continuamos com os princípios e a mesma generosidade que recebemos dos nossos antepassados, principalmente, neste momento de Covid-19. Assim, acredito que a generosidade e solidariedade são atos que não podemos jamais esquecer”, enfatizou o diretor.

Avanços

Dentre os avanços abordados pelo convidado, na área de pesquisa da retina ocular, falou sobre a máquina OCT imaging. Através da lente a 20 milímetros da córnea ou das perioculares como as pálpebras, ela permite fazer a imagem. “Temos laboratório de Patologia lado a lado com a clínica, resolvemos cortar as lâminas de patologia no mesmo plano do corte tomográfico do OCT, foi o primeiro avanço inédito, com o uso de inteligência artificial. Criamos uma escala de tal maneira que o corte e a imagem do OCT coincidem muito com a imagem da biopsia que realizamos”, explicou.

A segunda parte dos estudos diz respeito ao melanoma de coróide (ocular), que atinge de sete a dez indivíduos a cada milhão de habitantes. “Estimam-se três mil casos nos Estados Unidos, mas é menos frequente no Brasil e no Canadá. Trata-se de um tumor maligno cujo diagnóstico é raro, com diagnóstico clínico através de ultrassom B e do ultrassom A”, explicou o médico.

Burnier informou que é um câncer de difícil diagnóstico. Mesmo com os avanços recentes, 45% a 50% dos casos continuam evoluindo para óbito. “Nos últimos seis anos, com transformações modernas hospitalares e progresso no tratamento ocular, a mortalidade quase foi inalterada. Nos avanços sobre conhecimento da doença, entendemos que pode ser uma patologia sistêmica”, acrescentou.

Agradecimentos

“Eu quero inicialmente agradecer muito ao meu irmão José Luiz Gomes do Amaral por essa oportunidade que só pessoas especiais como ele conseguem, ao reunir outro irmão José Burnier. Sem dúvida, José Luiz Gomes do Amaral, Miguel Burnier e eu temos essa irmandade há quase meio século”, disse Rubens Belfort de Mattos Junior.

Burnier é descendente de uma família importante na área da Oftalmologia brasileira da década de 1920. “Miguel e eu nos encontramos na Escola Paulista de Medicina pela primeira vez quando teve conjuntivite”, recordou Mattos. E acrescentou: “Ele continua professor da Escola Paulista de Medicina. Na Medicina Ocular, hoje é uma das referências mundiais em Anatomia patológica ocular, uma autoridade inconteste”.

“É uma imensa satisfação estar com vocês em mais uma tertúlia da Academia de Medicina de São Paulo. Desta feita, reunimos uma personalidade especial, o nosso membro honorário professor Miguel Burnier, que já foi membro titular da AMSP. É uma grande honra e satisfação recebê-lo aqui”, concluiu o presidente da AMSP e da Associação Paulista de Medicina, José Luiz Gomes do Amaral.

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