18/02 na Paulista: Movimento Bolívia livre e soberana protesta contra reeleição de Evo Morales

No próximo dia 18 de fevereiro, o Movimento Bolívia Livre e Soberana – formado por médicos e outros profissionais bolivianos que moram no Brasil – realiza um protesto na Avenida Paulista, contra a tentativa de reeleição do presidente Evo Morales para um quarto mandato (2020-2025)

Radar

No próximo dia 18 de fevereiro, o Movimento Bolívia Livre e Soberana – formado por médicos e outros profissionais bolivianos que moram no Brasil – realiza um protesto na Avenida Paulista, contra a tentativa de reeleição do presidente Evo Morales para um quarto mandato (2020-2025). O evento marcará os dois anos do referendo realizado na Bolívia em 21 de fevereiro de 2016, no qual 51,3% dos seis milhões de bolivianos que compareceram às urnas votaram não à terceira reeleição consecutiva de Morales.

O ato público na Paulista será uma demonstração de apoio dos imigrantes às diversas manifestações que vêm ocorrendo na Bolívia desde dezembro do ano passado e que certamente acontecerão no dia 21, como uma greve geral programada para todo o país.

Informações da Agência EFE indicam que Morales anunciou que seria candidato novamente em 2019 depois de receber autorização do Tribunal Constitucional boliviano alegando que a Convenção Americana de Direitos Humanos prevalece sobre as leis do país, que limitam a reeleição a dois mandatos. Entretanto, o presidente boliviano já tinha recorrido à Justiça para disputar as últimas eleições. Na época, o Tribunal Constitucional considerou que seu primeiro mandato não poderia ser contado porque o país foi refundado com a assinatura da Carta Magna de 2009.

“Queremos apenas que o presidente termine seu mandato e respeite a decisão do povo boliviano, de que ele não pode concorrer nas próximas eleições”, declarou a cirurgiã-dentista Leslye Juarez Domingues em reunião do Movimento Bolívia Livre e Soberana na sede da Associação Paulista de Medicina, no dia 31 de janeiro. Além dela, participaram do encontro os médicos Cecília Zubieta Lafuente de Palacios, Ivan Cedil Palacios Jesus, José William Monastério Cespedes, Maria Teresa Cabrera Castillo, Nádia Sandra Orozco Vargas, Omar Melgar Calderón, Sônia Flores Mamani Silva e Yaskara Perez Guzman.

O grupo começou a ser formado após os profissionais bolivianos participarem de um protesto na Avenida Paulista em 17 de dezembro – contra o Código Penal que havia sido promulgado na Bolívia em 15 de dezembro e que, entre vários pontos polêmicos, criminalizava o erro médico. A aplicação do novo texto foi cancelada no dia 21 de janeiro, após uma série de manifestações e greves de toda a sociedade boliviana.

“Tanto o presidente Evo Morales quanto o vice-presidente Álvaro García Linera tentam convencer a população de que os médicos não querem trabalhar e que estão fazendo as pessoas sofrerem por isso, o que não é verdade. Também existe uma tentativa de dividir a população, incitando que os brancos estariam contra os indígenas”, explica a médica Nádia Sandra Orozco Vargas, que também agradeceu o apoio da APM em conceder o espaço para as reuniões e em ajudar a divulgar a luta do grupo. “Todas as outras entidades que procuramos em busca de auxílio nos fecharam as portas.”

Com cerca de 300 participantes, que se organizam sobretudo pelo WhatsApp, o Movimento Bolívia Livre e Soberana já realizou outras atividades no período:

21/12/2017 – promoveram um ato público no Parque do Ibirapuera, formando um “NO” humano para simbolicamente dizer NÃO à atuação de Evo Morales e cantaram o hino nacional da Bolívia

27/12/2017 – novo ato público em frente ao Hospital das Clínicas, como forma de demonstrar apoio aos compatriotas

19/01/2018 – reunião na sede da APM para debater a situação política de seu país natal e tentar encontrar uma forma de ajudar os colegas e familiares que estão lá

20 e 21/01/2018 – mutirão de atendimento médico gratuito aos imigrantes bolivianos, nos bairros do Brás e Pari, onde está concentrada a maioria deles