Mortes por covid-19 caem em São Paulo pela 1ª vez em 2022

As mortes por covid-19 caíram no Estado de São Paulo pela 1.ª vez em 2022. A média móvel de óbitos diários, que ainda segue superior à apresentada no mês de janeiro, foi de 272 (entre os dias 6 a 12 de fevereiro) para 242 na última semana (de 13 a 19 de fevereiro).

O que diz a mídia

A queda registrada pelo governo paulista e divulgada ontem foi de 11,1%. Recentemente, o Estado voltou a ter menos de 50% de ocupação das enfermarias voltadas ao tratamento da covid19, segundo dados divulgados pelo governo. A porcentagem caiu de 58% para 47%, enquanto a ocupação de UTIs caiu de 68% para 58% nos últimos sete dias. A queda ocorre após um pico causado pela variante Ômicron em dezembro e janeiro. Os dados de São Paulo refletem uma tendência nacional.

Também ontem, o Boletim Infogripe, divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), revelou que os casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) mantiveram tendência de queda no País.

Em 22 das 27 unidades da federação, a observação das últimas seis semanas indicou um cenário de redução da incidência, enquanto a avaliação das últimas três semanas apontou sinal de estabilidade ou também de queda. De acordo com o boletim da Fiocruz, Tocantins e Roraima tiveram sinal de crescimento na análise das últimas três semanas, enquanto Acre e Piauí apresentaram tendência de alta da incidência de SRAG nas últimas seis semanas.

Diretor da Fiocruz SP e professor de Medicina da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Rodrigo Stabeli aponta que a queda nas mortes já era esperada. “É natural que, duas semanas após a queda no número de casos e internações, a gente comece a ter também a queda no número de óbitos”, explica.

Isso está sendo observado de forma clara em São Paulo, justifica Stabeli, sobretudo porque o Estado foi um dos primeiros a ter aumento na incidência da variante Ômicron e, por consequência, de internações e óbitos. Por outro lado, ele aponta que em Estados como Rondônia, por exemplo, a queda nas mortes pode levar um pouco mais de tempo a ser observada, uma vez que as infecções também ocorreram depois.

“O avanço da vacinação foi o grande responsável por evitar que a variante Ômicron causasse uma mortalidade em grande escala em São Paulo”, disse o governador João Doria (PSDB), destacando também que as quedas nas internações acontecem há três semanas consecutivas. “É importante, porém, alertar que quem ainda não tomou a sua dose de reforço faça isso”, acrescentou.

Atualmente, 91,85% da população de São Paulo, ou 37,8 milhões de habitantes, receberam ao menos a 1.ª dose da vacina contra covid. Ao mesmo tempo, 81,73% do total, o equivalente a 41,3 milhões de indivíduos, estão com o esquema inicial completo (ou seja, receberam duas doses ou dose única).
Menos da metade dessas pessoas, 19,9 milhões, receberam a 3.ª aplicação.

DESAFIOS

No caso da vacinação infantil, 2,8 milhões de crianças de 5 a 11 anos foram vacinadas com a 1.ª dose, ou cerca de 65,3% desse público.

Há uma semana, o índice estava em 50%, o que fez o governo iniciar no último sábado, 19, a “Semana E”, criada para fazer busca ativa de crianças em escolas e, com isso, tentar aumentar a cobertura vacinal. A ação se estende até amanhã.

Como mostrou o Estadão, a desinformação e o estoque baixo têm travado a imunização de crianças no Brasil. O governo de São Paulo procura, em meio a isso, aumentar a cobertura vacinal desse público e, além disso, o engajamento dos adolescentes que estão nas escolas e que não completaram o esquema vacinal.

“Nossa compreensão é de (o Estado) estar na fase, felizmente, descendente de transmissão da Ômicron, seguindo muito o padrão que tem sido observado em todo o mundo”, apontou Paulo Menezes, coordenador do comitê científico. 

Fonte: O Estado de S.Paulo