Gana confirma dois casos fatais de ‘primo’ do Ebola

Segundo a Organização Mundial da Saúde (O M S), os dois pacientes, que morreram em consequência da doença, não tinham relação um com o outro e apresentaram sintomas com o diarréia, febre, náuseas e vômitos.

O que diz a mídia

Os dois primeiros casos da doença provocada pelo vírus de Marburg, um a febre hemorrágica quase tão letal quanto o Ebola, foram confirmados em Gana, anunciaram ontem autoridades sanitárias do país.
Em 8 de julho, amostras de sangue de duas pessoas da região de Ashanti, no sul do país, sugeriram a presença do vírus. As amostras foram enviadas ao Instituto Pasteur de Dacar (ID P) para a confirmação do diagnóstico, informou o Serviço de Saúde de Gana.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (O M S), os dois pacientes, que morreram em consequência da doença, não tinham relação um com o outro e apresentaram sintomas com o diarréia, febre, náuseas e vômitos.
“Os exames adicionais realizados no IDP corroboraram os resultados”, declarou Patrick Kuma-Aboagye, diretor-geral do serviço de saúde ganês, em nota publicada neste domingo. “Esta é a primeira vez que Gana confirma o vírus de Marburg.” A doença do vírus de Marburg é transmitida aos seres humanos por morcegos frugívoros e se propaga pelo contágio direto com fluidos corporais de pessoas infectadas, superfícies e materiais, segundo a OMS que, em setembro de 20 2 1 , 4 2 dias depois de um único caso ter sido identificado na Guiné, anunciou o fim do primeiro surto do vírus de Marburg na África Ocidental.
Outros eventos esporádicos já foram registrados nos últimos anos em países como Quênia, África do Sul e Uganda, mas com poucos casos e de forma controlada.
Os maiores avanços da doença foram na República Democrática do Congo, de 1998 a 2000, e em Angola, de 200 4 a 2005, quando foram contabilizados, respectivamente, 128 e 228 mortos.
PRIMEIROS CASOS Embora os casos sejam detectados no continente africano, o vírus foi descoberto nas cidades de Marburg e Frankfurt, na Alemanha, em 1967. Na época, funcionários de laboratórios adoeceram após entrarem em contato com tecidos de macacos infectados que vieram da Uganda, na África.
Trata-se, portanto, de um zoonose, ou seja, uma doença disseminada normalmente entre anim ais que passou a contaminar humanos — com o foi o caso com a Covid-19 e a varíola dos macacos. “O público deve evitar entrar em cavernas onde há colônias de morcegos e cozinhar todas as proteínas animais antes do consumo”, recomendaram as autoridades sanitárias de Gana.
Os sintomas envolvem febre alta, dor de cabeça intensa e mal-estar, com muitos pacientes desenvolvendo sinais hemorrágicos graves dentro de sete dias. A taxa de letalidade varia de 24% a 88 % , segundo informações de surtos anteriores. Não existem vacinas ou antivirais específicos.

Fonte: O Globo