Com mais de 30 mil casos de varíola do macaco, a região das Américas passou a ser considerada o epicentro do atual surto da doença, informou, ontem, a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).
Segundo Carissa Etienne, diretora da agência das Nações Unidas, Estados Unidos, Brasil, Peru e Canadá concentram a maioria dos infectados.
Homens que fazem sexo com homens seguem sendo os mais diagnosticados, mas também há registros de pelo menos 145 casos em mulheres e 54 entre menores de 18 anos, segundo a OPA. Até o momento, foram notificadas quatro mortes em razão da infecção — as vítimas são de Brasil, Cuba e Equador.
Como se trata de uma região onde muitos países dependem do turismo e diante da escassez de vacina, a Opas aconselha dar prioridade à informação para que turistas e nacionais saibam o que fazer em casos de surgimento dos sintomas da infecção. “Não deve haver nenhuma restrição às viagens”, enfatizou Ciro Ugarte, diretor de Emergências Sanitárias.
Vacinas
A Opas fez um acordo com o laboratório Bavarian Nordic para fornecer 100 mil doses aos países da América Latina e do Caribe por meio do fundo rotativo, que começará a distribuí-las ainda neste mês.
Etienne insistiu que as vacinas “só complementam” outras medidas protetivas, como vigilância, testes e o rastreamento de contatos, e devem ser prioritariamente administradas em grupos de alto risco.
A diretora da Opas também salientou a importância da ação de estratégias de comunicação para evitar o estigma e a discriminação da comunidade LGBTQIA+.
“O estigma não tem cabimento na saúde pública e impede que pessoas em risco sejam testadas quando apresentam sintomas.
Se não formos proativos em superar essas barreiras, a varíola do macaco se espalhará silenciosamente”, alertou.
Fonte: Correio Braziliense
