Médicos falam sobre a importância do cooperativismo na saúde suplementar em webinar

Diretores da Unimed relataram a dimensão do sistema para pacientes e profissionais

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A Associação Paulista de Medicina recebeu os médicos Omar Abujamra Junior e Eduardo Ernesto Chinaglia, diretor-presidente da Unimed Brasil e diretor-presidente da Unimed Fesp, respectivamente, para relatarem a Importância do Cooperativismo na Saúde Suplementar. Os médicos palestraram no Webinar da APM na última quarta-feira, 27 de novembro.

A transmissão on-line também contou com a presença do vice-presidente da APM, João Sobreira de Moura Neto, como apresentador; e dos diretores de Economia Médica e Saúde Baseada em Evidências da entidade, Álvaro Nagib Attalah e Paulo De Conti, como moderadores.

Iniciando as apresentações, Omar Abujamra relembrou que a presença da Unimed do Brasil durante o webinar tem como objetivo promover uma reflexão acerca da abrangência deste sistema no País e de que maneira está sendo realizado o trabalho no sentido de promover a evolução da Saúde nacional.

De acordo com o médico, o cenário atual conta com questões específicas e adversas, como o índice baixo de crescimento – que faz com que as operadoras busquem diferentes medidas a fim de controlar a sinistralidade. Além disso, desde a pandemia de Covid-19 vem se observando um outro padrão na utilização do sistema.

Inserido neste contexto, o Sistema Unimed acredita na cooperação. “Temos esse propósito comum de valorizar o trabalho médico e promover Saúde de qualidade nas nossas comunidades. Isso nos une há 57 anos e, principalmente, é o que nos permite desenvolver um jeito próprio de cuidar dos nossos clientes, gerando impacto positivo nas comunidades em que atuamos.”

Abujamra salientou que nos últimos dois anos, as receitas consolidadas da Unimed cresceram 19%. “Representamos 30% da saúde suplementar e capturamos 10% de todo o gasto com Saúde no Brasil. Isso significa que movimentamos cerca de 1% do PIB brasileiro.”

Segundo o palestrante, também é possível medir o impacto que o sistema tem em termos populacionais, assistenciais e sociais, já que atendem 10% da população brasileira e geram empregos para 20% dos médicos do País. Além disso, as cooperativas abrangem 92% das cidades brasileiras.

“Como único modelo de saúde suplementar organizado a partir da perspectiva do médico, temos a oportunidade de balizar a qualidade da assistência que prestamos aos nossos clientes por meio de diretrizes e protocolos. Nossas cooperativas contribuem para o desenvolvimento econômico e a geração de emprego e renda, e promovem iniciativas socioambientais nas comunidades em que atuam. O cooperativismo continua sendo um remédio efetivo para a Saúde no Brasil”, concluiu.

Desafios

Em seguida, Eduardo Ernesto Chinaglia abordou os principais desafios que o setor de saúde suplementar atualmente enfrenta no Brasil. Por conta do aumento dos custos médicos e o envelhecimento da população, o sistema está sob pressão, o que exige reformas estruturais para garantir a sua sustentabilidade.

“O setor de saúde suplementar no Brasil complementa o Sistema Único de Saúde, o SUS, ao oferecer serviços por meio de planos privados. Em 2023, o setor contava com mais de 49 milhões de beneficiários. Seu crescimento é crucial para aliviar o SUS, especialmente em procedimentos de alta complexidade e na prestação de serviços contidos. No entanto, esse crescimento também vem acompanhado de significativos desafios regulatórios e financeiros para nós”, explicou.

Recordando os impactos no setor – entre 2022 e 2023, os custos assistenciais cresceram 7,5%, principalmente nos procedimentos de alta complexidade, que foram para 19,7% –, o médico pontuou que tais fatores forçam reajustes anuais, impactando diretamente os beneficiários e colocando pressão nas operadoras, o que dificulta o equilíbrio econômico.

As demais problemáticas envolvem o mutualismo, que está pressionado pelo aumento da sinistralidade; o pacto intergeracional que, devido ao envelhecimento da população brasileira, demanda cuidados mais complexos e caros; e a judicialização, em que os beneficiários acionam judicialmente as operadoras por recusa ao fornecer procedimentos ou por falta de coberturas.

“Quando observamos o mercado, incluímos em nossa análise as tendências de comportamento de consumo, perfil, Saúde e tecnologias emergentes. A união desses três tópicos traz uma percepção mais completa sobre os fatores que influenciam diretamente o indivíduo e a sociedade. É evidente que a adaptação é necessária para que o setor continue atendendo à população de forma eficaz. Reformas regulatórias, incentivo à prevenção e ajustes no pacto intergeracional são medidas urgentes para garantir a sustentabilidade do sistema”, concluiu.

Fotos: Reprodução Webinar