A Associação Paulista de Medicina recebeu, na última segunda-feira (31), uma comitiva de médicos japoneses e sobreviventes das bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki. Entre 2010 e 2019, a APM realizou a exposição “Hiroshima e Nagasaki: um agosto para nunca esquecer!” relembrando a história dos lançamentos das bombas atômicas, em 1945, que causaram a morte de milhares de pessoas. Além da sede da Associação, a mostra percorreu 14 Regionais e ocorreu também no Hospital Santa Isabel, em São Paulo, atingindo público superior a 25 mil pessoas.
O presidente da APM, José Luiz Gomes do Amaral, recepcionou os convidados. Ele relembrou o início da parceria entre a entidade e a Associação Médica de Hiroshima, em 2008, e a proximidade que os médicos dos dois países sempre tiveram – especialmente no período em que ele esteve à frente da Associação Médica Mundial (WMA), entre 2011 e 2012. E ressaltou a expressiva quantidade de médicos brasileiros com origem japonesa.
Além dele, participaram da visita o 1º vice-presidente da entidade, João Sobreira de Moura Neto, os diretores Florisval Meinão (Administrativo), Lacildes Rovella Júnior (Patrimônio e Finanças) e Cláudio Bueno da Silva (Eventos); o superintendente de Estratégia e Marketing, Jorge Assumpção; e o presidente da APM Santo André, Newton Ota Takashima.
Makoto Matsumura, presidente da Associação Médica de Hiroshima, falou na sequência. Ele já esteve outras quatro vezes no Brasil, sendo a primeira delas por ocasião da exposição da APM – à época presidida por Jorge Carlos Machado Curi. “Há muito poucos sobreviventes da bomba em Hiroshima atualmente, e as pessoas no geral não se lembram do que aconteceu no dia a dia, por isso nossa missão é nunca deixar ninguém esquecer”, afirmou.
Também da Associação, estiveram presentes Keiko Hiyama e Haruo Hirakawa. Ainda, Masaya Shigeno, vice-presidente do Hospital Genbaku; Eisaku Kishita, Miyuri Fukuhara e Yoko Kawamoto, da Prefeitura de Hiroshima; Chiho Shisido, diretor do Departamento responsável pelos sobreviventes da bomba atômica da cidade de Hiroshima; Kenji Kamiya, presidente do Conselho Internacional de Hiroshima para cuidados em saúde para exposição por radiação; e Kunihiko Bonkohara e Junko Watanabe, membros da Associação das Vítimas da Bomba Atômica residentes no Brasil.
Junko Watanabe, que está no Brasil há mais de 50 anos, tinha dois anos de idade na ocasião do lançamento das bombas atômicas. Como não tinha memória da tragédia, conta que os pais só disseram para ela que a família foi atingida pela “chuva negra” da bomba de Hiroshima quando ela tinha 38 anos – por conta da discriminação sofrida pelos sobreviventes. E há quase 20 anos faz parte da associação das vítimas residentes no Brasil, para que o evento não seja esquecido e repetido jamais pela humanidade – por meio de palestras em escolas e participação em eventos.
Antes do término da visita, os participantes puderam conhecer a Pinacoteca da Associação Paulista de Medicina.
Fotos: Marina Bustos