O presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin, recebeu representantes da classe médica na última quarta-feira, 12 de abril. Eles debateram a grave situação e as repercussões futuras dos rumos do ensino e da qualidade da formação médica, que comprometerão o exercício seguro e competente da profissão nos próximos anos – e que seguramente vão prejudicar, de modo irreparável, a boa assistência à Saúde da população.
Participaram o 2º vice-presidente da Associação Paulista de Medicina, Antônio José Gonçalves, também secretário geral da Associação Médica Brasileira; o presidente da AMB, César Eduardo Fernandes; o diretor de Assuntos Parlamentares da Associação, Luciano Carvalho; o vice-presidente da Região Centro-Oeste da AMB, Etelvino Trindade; o presidente do Colégio Médico Brasileiro de Acupuntura, André Wan Wen Tsai; o delegado do CMBA, Fernando Cláudio Genschow; e o assessor jurídico da entidade, Hélio Gil Gracindo Filho.
“Expusemos com muita clareza a gravidade da situação atual das escolas médicas e da nova versão do programa Mais Médicos, além da importância do Revalida”, resume Gonçalves. Os representantes das entidades médicas também informaram a Alckmin que já estiveram nos Ministérios da Saúde e da Educação com a mesma pauta e solicitaram a interferência do presidente em exercício no sentido de abrir espaço para que as posições da APM e da AMB sejam consideradas.
Conforme explica o vice-presidente da APM, houve proposição, inclusive, de se elaborar um Projeto de Lei com a obrigatoriedade do exame de proficiência para os egressos das escolas médicas brasileiras, bem como o estabelecimento e cumprimento de critérios para a abertura e manutenção das faculdades. “Foram analisadas maneiras de redistribuição dos médicos pelo território nacional, porém com uma infraestrutura mínima de Saúde que permita uma prática médica aceitável, utilizando meios físicos e digitais e garantindo uma assistência dentro de padrões minimamente aceitáveis.”
Geraldo Alckmin mostrou-se favorável às demandas e disse que vai procurar atuar junto aos Ministérios e Supremo Tribunal Federal, enfatizando o risco que as medidas vão trazer ao exercício da profissão médica e à população brasileira. Os representantes das entidades, por sua vez, se colocaram à disposição do presidente em exercício para auxiliar no equacionamento destas complexas questões.
O presidente em exercício disse que fará os contatos no sentido de abrir caminhos para que as entidades representativas dos médicos possam participar de grupos de trabalho – interferindo de modo efetivo e mostrando dados sem viés político-partidário nem ideologia política, mas sim preocupações efetivas com o futuro do bom exercício da profissão e da assistência médica a todos os brasileiros.
A invasão do ato médico, problema frequente em várias especialidades, sobretudo na Acupuntura, também foi tema do encontro. Neste sentido, Tsai solicitou a Alckmin apoio no sentido de fazer valer a legislação vigente.
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