Desde o mês passado, a Associação Paulista de Medicina vem realizando diversas reuniões com as sociedades de especialidade a fim de ouvir suas demandas e entender seus anseios, levando em consideração que cada área possui necessidades específicas. E na última terça-feira, 12 de julho, a Sociedade de Geriatria e Gerontologia – Seção São Paulo (SBGG-SP) foi a convidada especial do encontro, especificando quais são as suas instâncias e evidenciando o que espera do vínculo com a APM.
Os membros da SBGG-SP que estiveram presentes foram Paulo de Oliveira Duarte, presidente da instituição, e Luciana Louzada Farias, diretora de Comunicação. Eles foram recepcionados por José Luiz Gomes do Amaral, presidente da Associação Paulista de Medicina, Luiz Eugênio Garcez Leme, 4º vice-presidente da instituição e também geriatra, Marun David Cury, diretor de Defesa Profissional da APM – que participou via chamada de vídeo – e Jorge Assumpção, superintendente de Estratégia e Marketing.
Iniciando o bate-papo, Amaral explicou que o encontro visava uma conversa informal para entender as atuais carências da SBGG-SP. O presidente da APM salientou que frequentemente os médicos se manifestam junto aos candidatos dos mais diferentes partidos e que, durante um ano de eleições, é fundamental ouvir as especialidades, para que assim sejam consolidadas propostas que atendam às expectativas da Medicina como um todo.
Além disso, o presidente da APM também reforçou a importância de a Associação servir como uma porta-voz para as especialidades. “Constantemente, somos procurados para nos manifestar sobre as questões que englobam as diferentes especialidades médicas. Nós temos que ouvir as reivindicações que são feitas de forma macro, não apenas de um grupo, se não, pode não haver um alinhamento. Foi pensando nisso que os nossos regramentos mudaram e agora é a própria especialidade que indica quem quer ter como representante na nossa Associação, sendo ele o responsável por se manifestar diante dos assuntos que tangem sua área.”
Intepretações
Durante o encontro, a SBGG-SP apresentou o seu ponto de vista diante das situações que cercam a Medicina. Para o presidente da Sociedade, o alinhamento com a APM é muito importante pois, além de unir forças, possibilita agir de forma sinérgica, de modo que ambas as entidades contribuem para a evolução da área, valorizando bons profissionais e combatendo a má prática.
“Antes de ser um bom especialista, é preciso ser um bom médico. Para nós, da Geriatria, é importante demais a valorização que a Associação nos possibilita, já que enriquece o respeito de uma área que, infelizmente, sofre muito preconceito e ageísmo. Através desta parceria, nós não nos encurtaremos no papel de proteger os nossos geriatras e os nossos pacientes, que são o nosso objetivo final”, explicou Duarte.
Ele indicou também que a SBGG-SP se coloca à disposição para ajudar a Associação Paulista de Medicina, reforçando que a Sociedade já tem planos para a realização de eventos na sede da APM, demonstrando que já estão sendo realizadas pesquisas e trabalhos para entender a logística de tais ocasiões – para que, assim, elas saiam do papel e possam, de fato, acontecer.
Conforme Garcez complementou, a especialidade, regularmente, trabalha em conjunto com uma série de outros profissionais que a auxiliam, exemplificando que se há uma situação em que um idoso sofre uma queda, a Geriatria e a Ortopedia exercerão juntas o tratamento daquele paciente.
Tal relação de parceria entre os diferentes setores da Medicina é evidenciado pelos trabalhos que vêm sendo realizados pela APM, através do desenvolvimento dos departamentos científicos – que acabam contribuindo para aproximação e colaboração entre as diversas especialidades.
“Haverá, com certeza, coisas a melhorar, mas é muito importante analisar com carinho isso, porque mesmo que tenha uma ou outra aresta a resolver, a APM tem um grande potencial de levar criar eventos a distância e proporcionar publicações científicas. Tudo isso interessa muito o médico geriatra, porque relembra a humanização. E assim, a gente vai chegando em um consenso para que os dois lados tenham benefício”, salientou o vice-presidente da Associação.
APM em prol da classe
Durante a reunião, os convidados conferiram uma apresentação de Assumpção, que evidenciou os mais atuais projetos de melhorias realizados na APM. Ele deu destaque aos principais serviços e benefícios proporcionados pela Associação, além do lançamento do Hotel Fazenda APM – antigo Clube de Campo – e o desenvolvimento do IESAPM, instituição de ensino focada em Saúde que busca incentivar a educação continuada dos profissionais.
Por sua vez, Marun relembrou os principais feitos da Defesa Profissional, destacando que há mais de 11 anos a APM possui uma mesa de negociação em nível nacional, além de uma interface muito boa em conjunto com a Associação Médica Brasileira (AMB). Durante sua fala, relembrou aos convidados os trabalhos que foram realizados na tentativa de barrar a reforma tributária, indicando a forte atuação da classe médica contra a aprovação do projeto.
“A Defesa Profissional trabalha junto com a Presidência da Associação Paulista de Medicina, executando ações e criando situações para que sejam implementadas novas políticas que beneficiem os médicos. Nós trabalhamos em diversas frentes e temos uma relação muito interessante com os parlamentares, então se a Sociedade eventualmente precisar da nossa ajuda para marcar reuniões com autoridades, atenderemos suas solicitações com um imenso prazer”, indicou o diretor.
Luciana Farias, por sua vez, relembrou que, apesar de conhecer a APM há muitos anos, não tinha dimensão de tudo o que era proporcionado aos associados e à classe médica como um todo. Ela demonstrou que a ideia de fortalecer os vínculos entre sociedades de especialidade e se aproximar delas é algo que tende a ser muito duradouro e produtivo.
“Eu conhecia a APM, mas não profundamente todo o papel que ela tem. Acho que isso é muito engrandecedor. Agora, é a hora do nosso trabalho de olhar para dentro e pensar em parcerias para crescermos. Com as sociedades trabalhando juntas, conseguiremos perceber que temos visões muito semelhantes, então, consequentemente, teremos uma ponte de parceria muito boa” disse.
Amaral finalizou o encontro relembrando que, além dos trabalhos que são feitos pela Associação, o mais importante a proporcionar para os associados é a sensação de pertencimento. “O que aproxima as pessoas da APM e a deixa mais forte é a sensação de pertencerem ao local, de vestirem a camisa. Ser médico é algo nesse sentido, você tem que adotar o que você faz. A nossa função aqui é valorizar o bom médico e a prática da nossa profissão”, concluiu.
Fotos: Marina Bustos
