Em entrevista, diretora da APM comenta quadro de saúde do presidente Lula

A neurologista Diana Lara Pinto de Santana, diretora de Serviços aos Associados da APM, pontua que risco de sequela é baixo

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O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, precisou passar por uma cirurgia de emergência na madrugada da última terça-feira, 10 de dezembro, após relatar queixas de dor de cabeça. Lula foi internado às pressas no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, e submetido a um procedimento cirúrgico para drenar um hematoma.

Em outubro, o presidente teve uma queda no banheiro da residência, batendo a nuca e precisando levar pontos. O procedimento ao qual foi submetido nesta semana foi decorrente do acidente sofrido. De acordo com os boletins médicos divulgados, Lula passa bem e a cirurgia transcorreu sem intercorrências.

Em entrevista ao jornal matutino Bora Brasil, da Rede Bandeirantes, a neurocirurgiã e diretora de Serviços aos Associados da APM, Diana Lara Pinto de Santana, explica que o risco de sequelas é baixo, principalmente porque o paciente, ao chegar no hospital, estava com um quadro neurológico bom.

“Não há nenhum relato de déficit neurológico pré-operatório, então, quando isso acontece, o pós-operatório costuma ser muito bom, o paciente tem um risco muito pequeno de ter qualquer tipo de sequela neurológica e, no geral, a internação é rápida, assim como a cirurgia, que costuma durar em torno de 40 minutos a uma hora”, explica.

Segundo a médica, em casos como este, a equipe costuma colocar o paciente em recuperação na UTI para monitorar os parâmetros vitais nas primeiras horas. “Não necessariamente por conta da gravidade da cirurgia, mas para monitorar pacientes idosos, porque eles têm comorbidades, como hipertensão, diabetes, alguma doença cardiovascular. No ambiente de terapia intensiva, você consegue monitorar de uma forma mais adequada.”

Diana também complementa que, após isso, em um ou dois dias o paciente vai para o quarto, de modo que a internação hospitalar costuma durar, em média, uma semana. A recuperação costuma ser rápida, entre duas semanas e um mês no total.

Sobre as limitações, a neurocirurgiã pontua que nos primeiros dias de pós-operatório não recomenda que sejam realizadas viagens e que fique em locais cheios, como aviões, por exemplo. “A gente precisa do cuidado do paciente e uma das principais complicações para esse tipo de cirurgia são inerentes ao local da cicatriz cirúrgica, então pode ter risco de infecção se você entrar em contato com outras pessoas, trazendo alguma complicação adicional ao procedimento.”

O presidente segue internado em São Paulo e a previsão é que continue durante o restante da semana. Os compromissos de Lula estão assumidos pelo vice-presidente, Geraldo Alckmin.

Foto: Reprodução Bandeirantes