No dia 5 de outubro, a Comissão Nacional de Honorários Médicos – representada pelos diretores de Defesa Profissional da Associação Paulista de Medicina e da Associação Médica Brasileira, Marun David Cury e José Fernando Macedo, respectivamente – se reuniu com a FenaSaúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar), de forma virtual, para mais um encontro de aproximação.
Melhorar o sistema de saúde suplementar no Brasil é uma tarefa complexa, que requer ação coordenada de várias partes interessadas, incluindo operadoras de planos de saúde, entidades médicas, profissionais de Saúde e beneficiários. Neste encontro, além dos diretores de Defesa Profissional, participaram o assessor médico da Diretoria da APM, Marcos Pimenta, o presidente da FenaSaúde, Manoel Antonio Peres, e a diretora executiva da Federação, Vera Valente.
Marun David Cury iniciou a conversa agradecendo aos presentes e relembrando que, ao longo dos anos, a Comissão realizou diversos encontros com operadoras de planos de saúde e entidades representativas. “Nós precisamos estar juntos para realizar os trabalhos, no sentido de preservar a sustentabilidade do sistema. Estamos preocupados e gostaríamos de trocar ideias com vocês, que sempre atenderam as solicitações dos médicos”, explicou.
Manoel Antonio Peres disse o quanto é importante saber que pode contar com a APM e a AMB, uma vez que as entidades médicas se mostraram muito preocupadas com a situação do momento. “A FenaSaúde congrega um conjunto de associadas que são relevantes, e o cenário delas não é diferente. Estou neste setor desde 1995 e vivi experiências e situações de crises específicas de empresas”, completou.
O presidente da FenaSaúde lembrou que o único momento de calmaria ocorreu entre 2012 e 2013 – período que entraram muitos beneficiários no sistema, e a quantidade de prestadores de serviços (consultórios, clínicas, laboratórios, hospitais) estava ajustada para aquela quantidade. “O equilibro entre oferta de serviços e demanda foi muito adequado. Todo mundo equilibrado e o custo da assistência muito em linha com aquilo que se estimava, porque era uma demanda real”, explicou.
Ele continuou dizendo que, talvez, seja o momento oportuno para as entidades médicas lançarem algum tipo de manifestação junto das instituições que representam as operadoras de planos de saúde, os hospitais e os laboratórios, a fim de revisar as diretrizes. “É necessário lembrar que elas existem – mesmo que precisem passar por alguma revisão técnica. Além disso, precisamos aproveitar a ocasião para lançar uma campanha ou algum trabalho que crie uma espécie de trabalho de autorregulamentação sobre a defesa do ato profissional. Nós, da FenaSaúde, estamos abertos a apoiar campanhas deste tipo”, explicou.
De acordo com José Fernando Macedo, a AMB está em defesa do sistema de Saúde e não só do cooperativismo da classe médica. “Nós queremos bons profissionais que atendam bem e com qualidade os pacientes. Agora, o que a gente tem visto em algumas operadoras de planos de saúde é para arrebentar com o sistema.”
Marun Cury, por sua vez, reafirmou a necessidade de caminharem juntos, traçando estratégicas para melhorar a atenção dos usuários de planos de saúde e, também, esclarecendo-os sobre como utilizar o serviço. “O maior inimigo do médico não é a operadora. Hoje, os maiores inimigos são o hospital e o laboratório, e uma coisa que acho fundamental é esclarecer tudo isso para a população”, pontuou.
Imagem: Reprodução Reunião