Apontamentos da Dermatologia na 12ª reunião com as especialidades

O presidente da APM, José Luiz Gomes do Amaral, foi quem mediou o encontro. Ele esteve acompanhado de Akira Ishida, 3º vice-presidente da instituição, e Jorge Assumpção, superintendente de Estratégia e Marketing. Juntos, eles recepcionaram John V. Veasey, presidente da SBD-SP

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Entender as demandas das especialidades médicas e suas principais características é uma maneira de aproximá-las da Associação Paulista de Medicina para, assim, haver um trabalho efetivo em prol da classe médica. Desta maneira, na última terça-feira, 19 de julho, a APM recebeu a Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional São Paulo (SBD-SP) para ouvir suas especificações.

O presidente da APM, José Luiz Gomes do Amaral, foi quem mediou o encontro. Ele esteve acompanhado de Akira Ishida, 3º vice-presidente da instituição, e Jorge Assumpção, superintendente de Estratégia e Marketing. Juntos, eles recepcionaram John V. Veasey, presidente da SBD-SP.

Relembrando o contexto histórico da Associação Paulista de Medicina, Amaral evidenciou que a organização foi o berço das sociedades de especialidades. “A APM está caminhando para os seus 100 anos, sendo fundada em um dos principais períodos de evolução da Medicina brasileira. O objetivo deste nosso encontro é relembrar as interfaces entre a Associação e as diferentes especialidades, neste caso, a Dermatologia, para assim, desenvolvermos novas estruturas e explorá-las.”

Durante a sua fala, o presidente da APM salientou algumas das principais mudanças que estão sendo pensadas, a partir da reestruturação do Regimento do Conselho Científico e do Regulamento dos Departamentos Científicos, permitindo que a própria sociedade de especialidade possa determinar o profissional de sua área que deseja ter como representante no departamento científico da Associação – indicando que esta é uma maneira de ambas as instituições terem o mesmo posicionamento e evitarem eventuais conflitos que poderiam ser prejudiciais para os dois lados.

Principais critérios

Antes de o representante da Dermatologia assumir a palavra, ele pôde conferir uma apresentação de Assumpção, que destacou alguns dos principais tópicos da Associação Paulista de Medicina, referenciando os serviços e benefícios por ela oferecidos, como Defesa Profissional, espaços equiparados para receber diferentes estruturas de eventos, reformulação do Hotel Fazenda – antigo Clube de Campo – e desenvolvimento do IESAPM, instituto focado na educação continuada de profissionais da Saúde.

Para o presidente da SBD-SP, a interlocução da APM com as sociedades de especialidades é muito interessante e representa um grande avanço para a classe médica. Ele aponta que o desenvolvimento de uma instituição de ensino é relevante por representar um notável investimento financeiro.

Veasey também demonstrou que a Dermatologia é uma especialidade que possui demandas muito específicas, uma vez que acaba sendo excluída do rol de procedimentos da Agência Nacional de Saúde (ANS). Tal situação faz com que a área não possa prescrever certos medicamentos, tampouco realizar determinadas intervenções, e conforme o especialista explicou, quando são liberados, os dermatologistas ganham um valor muito inferior comparado com o dos colegas de outras áreas contratados para efetuar a mesma atividade.

“Há dois pilares que teriam que ser trabalhados incansavelmente junto à APM, que são a Defesa Profissional e a inclusão de nossas atividades no rol. Precisamos da Defesa porque, infelizmente, o nosso campo dermatológico é totalmente invadido por outros profissionais, mesmo sem terem embargo técnico ou científico para isso. E em relação à ANS, somos evidentemente excluídos, porque enxergam que as demais especialidades têm uma importância maior que a nossa. Então, este é o momento para podermos resolver e mudar isso”, destacou.

O convidado também pontuou que, em um momento em que a Medicina está sofrendo retaliações por conta da má conduta de alguns poucos profissionais, é fundamental a união para permitir que a sociedade enxergue – e compreenda – que a boa prática médica e o atendimento qualificado aos pacientes são o objetivo principal. “É fundamental a atuação de entidades médicas unidas, como a nossa parceria com a Associação Paulista de Medicina, por exemplo. A força política e de embasamento que vocês têm é muito forte, e se trabalharmos juntos, acredito que tudo tende a melhorar muito.”

Considerações

Ao realizarem suas considerações finais, os dirigentes da APM apontaram situações comuns que são frequentemente observadas. Para Ishida, é preciso destacar que Conselhos, Sindicatos e Associações têm propósitos diferentes. Além disso, ele também complementou que sociedades de especialidade não conseguem ter vida própria se caminharem sozinhas, havendo a necessidade de estarem em sintonia umas com as outras.

Amaral foi o responsável pela finalização do encontro, evidenciando a necessidade de o Brasil desenvolver um novo sistema que verifique o título de especialidade dos médicos. “Eu tirei o meu título de especialista em 1978 e, naquele tempo, a minha área, a Anestesiologia, não era o que é hoje, se desenvolveu muito. Então, o que o título indica é que há 40 anos o médico poderia saber muitas coisas, mas hoje pode não saber mais. Por isso, precisamos buscar maneiras de atualizar a comprovação da nossa especialidade, porque isso valoriza o médico, a profissão e também o paciente”, finalizou.

Fotos: Marina Bustos