APM repudia assassinato de médico no Mato Grosso do Sul

Atos de violência contra profissionais reforçam a necessidade de proteção da classe

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A Associação Paulista de Medicina presta as suas condolências à família do médico Edvandro Gil Braz, de 54 anos, morto na última segunda-feira, 18 de novembro, na cidade de Douradina, no Mato Grosso do Sul. Braz estava prestando atendimentos na Unidade de Saúde Firmo Inácio da Silva, quando um homem chamado Gabriel Nogueira da Silva Matos, de 27 anos, invadiu o consultório e golpeou o profissional com diversas facadas.

O motivo do homicídio, supostamente, estaria relacionado ao mau atendimento prestado pelo médico à ex-namorada do criminoso, três anos antes. De acordo com ele, a mulher queixava-se de dores e, após realizar uma consulta com Edvandro Braz, lhe foi prescrito um analgésico. Todavia, algumas horas depois, ela sofreu um aborto espontâneo e acabou perdendo o bebê, de modo que, para Gabriel, a culpa era do médico.

Após cometer o crime, o assassino fugiu para uma região de mata fechada, mas foi capturado em flagrante pela polícia. A vítima, por sua vez, chegou a receber atendimento médico e recebeu encaminhamento para o Hospital do Coração, no município de Dourados, mas pela gravidade dos ferimentos, acabou não resistindo. Pacientes que aguardavam por atendimento na sala de espera na unidade tentaram prestar ajuda ao médico e paralisar o agressor, mas não conseguiram.

Posicionamento dos médicos

Em outubro, dados divulgados pelo Conselho Federal de Medicina demonstraram que, no Brasil, a cada três horas, um médico que atua no âmbito público ou privado é vítima de violência. O recente episódio ocorrido no MS apenas fortalece a necessidade de medidas urgentes e eficientes, que garantam um ambiente de trabalho favorável aos profissionais e que forneçam condições seguras para realizarem as suas funções.

Em nota sobre o levantamento, a APM destaca que os responsáveis pelos atos de violência envolvem pacientes, familiares e até desconhecidos. Em determinados casos, as agressões ocorrem por parte de colegas de trabalho. A violência se divide entre ameaças, injúrias e, como no caso de Edvandro Braz, lesões corporais.

De acordo com as informações levantadas pelo CFM, 45% dos registros de violência ocorreram em hospitais, dentro dos prontos-socorros, centros cirúrgicos, UTIs e consultórios médicos. As demais ocorrências foram registradas em postos de saúde, clínicas e consultórios. Laboratórios, casas de repouso e outros estabelecimentos também compõem a lista.

A Associação Paulista de Medicina defende o diálogo e se mantém veementemente contrária a todo e qualquer ato de violência. A instituição repudia os ataques contra médicos e reforça o seu posicionamento enquanto porta-voz na defesa da integridade e segurança dos profissionais.