Representantes da Sociedade de Pediatria de São Paulo (SPSP) estiveram na sede da Associação Paulista de Medicina na última terça-feira, 7 de junho, reforçando a importância da integração e do relacionamento entre as organizações. A presidente da SPSP, Renata Dejtiar Waksman, veio acompanhada do 2º tesoureiro da entidade, Paulo Tadeu Falanghe, que também é diretor de Previdência e Mutualismo da APM e conselheiro do Cremesp.
Eles foram recebidos pelo presidente da Associação, José Luiz Gomes do Amaral – que participou de forma on-line -, e do diretor de Defesa Profissional, Marun David Cury. “Praticamente todas as especialidades médicas foram, em algum momento, departamentos da Associação Paulista de Medicina. Depois, cresceram e passaram a ter um número considerável de associados, se tornando independentes e realizando grandes eventos, além de muitas terem sedes próprias. Existe uma preocupação constante de que nós recuperemos este contato e possamos caminhar juntos”, iniciou Amaral.
De acordo com ele, a APM pode atuar em parceria com as sociedades de especialidades, defendendo os seus interesses e servindo como mediadora de conflitos.
Apoio
O presidente da APM relembrou que o Regimento do Conselho Científico e o Regulamento dos Departamentos Científicos da APM foram atualizados recentemente. “Antigamente, quando mudava a Diretoria da APM, a gente tinha que mudar a Diretoria dos departamentos científicos, mas isso não faz muito sentido. Portanto, agora, quando acharem que devem mudar o representante, quando lhes for mais conveniente, basta apenas sinalizar a APM”, esclareceu.
José Luiz Amaral ainda destacou que as especialidades podem contar com todas as Regionais da APM distribuídas ao redor do estado, uma vez que elas estão preparadas para oferecer o apoio necessário aos profissionais. Além disso, também destacou as diversas atividades técnicas, científicas e profissionais que a Associação desenvolve, contribuindo para o relacionamento com as demais entidades médicas, de modo que seja cada vez mais intenso e efetivo.
“Mais do que nunca – principalmente levando em conta o ano de eleição –, a classe médica precisa se posicionar para falar aos candidatos o que querem para o setor da Saúde”, enfatizou o presidente da APM, destacando a importância de ouvir cada uma das especialidades, entendendo suas necessidades e exigências às autoridades, visto que a entidade possui uma forte e influente atuação política.
A colocação foi reforçada por Marun Cury, que relembrou o prestígio da Associação frente a importantes órgãos públicos. “A Pediatria é muito bem representada e está em outro patamar. Se a APM estiver unida com as especialidades, a gente se torna imbatível. Temos uma interface muito boa no Ministério Público, damos visibilidade para as ações que os médicos estão fazendo. Temos que falar para fora, valorizando a especialidade e a profissão que, infelizmente, está muito desgastada”, defendeu o diretor de Defesa Profissional, que também é pediatra.
Posicionamento da Pediatria
Renata Waksman agradeceu a oportunidade de poder se reunir com a APM e pontuou três das principais exigências atuais da especialidade. A primeira delas se refere à cobertura vacinal de crianças e adolescentes, indicando ser necessária uma ampliação, por exemplo com o aumento do horário de funcionamento dos postos de saúde. “Achamos fundamental campanhas educativas, para que essas informações sobre a importância da vacina sejam muito bem divulgadas para as comunidades em geral. Nós sabemos o quanto tudo isso tem ficado para trás.”
O segundo tópico que a especialista trouxe à reunião foi a necessidade de os pediatras terem uma participação efetiva nos programa de Saúde da Família, já que em determinados casos um médico de família, sozinho, não é capaz de resolver questões acerca de uma criança. Já a terceira frente diz respeito à formação de uma comissão permanente, composta por membros das sociedades de especialidade e, no caso da Pediatria, em nível nacional.
A presidente da SPSP ainda disse que atualmente o número de crianças e adolescentes que precisam de cobertura e atendimentos específicos é muito alto. “A criação de uma comissão que atue junto ao Ministério da Saúde seria muito eficiente e iria contribuir demais no auxílio ao trabalho realizado com crianças e adolescentes. Essa comissão serviria a nós, pediatras, como consultorias. Os assuntos têm que ser tratados pelos especialistas, e na Pediatria nós temos profissionais altamente capacitados.”
Ao finalizar sua participação, Renata indicou que o encontro é a porta de entrada de uma série de possíveis ações em conjunto. E reforçou o grande valor das associações médicas e de suas defesas profissionais trabalharem juntas, já que essa união é extremamente favorável para todos os lados envolvidos.
Fotos: Marina Bustos