Na última terça-feira, 7 de março, houve um importante marco na história da Ciência brasileira. O Instituto Butantan, em parceria com o governo do estado de São Paulo, inaugurou o Museu da Vacina, o primeiro de toda a América Latina. O evento reuniu autoridades, como o governador Tarcísio de Freitas; o secretário de estado da Saúde, Eleuses Paiva; o prefeito da cidade de São Paulo, Ricardo Nunes; e o diretor do Instituto Butantan, Esper Kallás.
O presidente da Associação Paulista de Medicina, José Luiz Gomes do Amaral, o 3º vice-presidente, Akira Ishida (também 1º tesoureiro da Associação Médica Brasileira), e outros diretores da entidade, como Paulo Tadeu Falanghe e Clóvis Francisco Constantino (ambos diretores de Previdência e Mutualismo), também prestigiaram a solenidade.
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Durante o evento, também ocorreu o lançamento da campanha “Vacina 100 Dúvidas”, que terá um site (vacina100duvidas.sp.gov.br) com as 100 dúvidas mais frequentes da população em relação às vacinações. O objetivo é erradicar a propagação de notícias falsas sobre as imunizações e garantir campanhas de vacinação de sucesso a toda população, se configurando como um instrumento poderoso para a promoção de Saúde.
Para Tarcísio de Freitas, estar presente no evento simboliza a oportunidade de celebrar o esforço de profissionais que contribuíram para que uma série de doenças saíssem de circulação, dedicando uma vida inteira ao estudo e desenvolvimento de vacinas, levando esperança para a sociedade. De acordo com ele, foi um dia para celebrar a pesquisa e a Ciência, consolidando oportunidade para destacar a necessidade de não permitirmos que determinadas infecções – como varíola e poliomielite, por exemplo – voltem a assolar a população.
O governador relembrou a importância do Zé Gotinha para as campanhas de vacinação e de que maneira a figura emblemática vem contribuindo para que mães e pais levem seus filhos para se imunizarem. Para simbolizar o valor da vacinação para a população brasileira, Freitas esteve ao lado de três crianças que foram vacinadas no decorrer da solenidade.
“Cada vacina tem o esforço de muitos pesquisadores, com anos de estudo, experimentos, validação, efetivação e análise de resultados. Há muito trabalho para chegar naquele momento que vai mudar a vida de muitas pessoas. Quando falamos em vacinação, falamos em promoção da Saúde, e é isso o que estamos fazendo. Estamos muito felizes em estar em um instituto com 122 anos de história, que está fazendo a diferença. Vamos investir cada vez mais nos nossos pesquisadores, para que continuem respondendo às necessidades da sociedade brasileira”, descreveu.
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Acesso e prevenção
As principais pautas para a Saúde na atual gestão do estado são a ampliação do acesso das pessoas à saúde pública – aumentando os meios para que a população possa ser atendida com dignidade e ter os seus problemas solucionados; e a prevenção, que consiste em conseguir chegar no paciente antes da doença. Ao falar em prevenção, automaticamente também se está falando sobre imunização e vacina.
De acordo com Eleuses Paiva, a vacina ainda é o maior instrumento de eficácia e resultado em saúde pública, já que é responsável por salvar vidas. No entanto, ele relembrou que, de 2015 até a atualidade, houve uma queda na cobertura vacinal de São Paulo, estado que já chegou a ser exemplo mundial, com índices acima de 92%, mas que hoje oscilam entre 70% e 80%, trazendo o risco de doenças erradicadas voltarem.
Esper Kallas relembrou que, desde a sua fundação, há 122 anos, o Instituto Butantan tem como premissa trabalhar com educação, ensino e difusão da Ciência. Conforme ressaltou, faz um grande esforço para contribuir com o Programa Nacional de Imunizações, sendo o responsável pelo desenvolvimento de uma série de vacinas – como é o caso da vacina da dengue, que está nas etapas finais de elaboração; e da vacina de Chikungunya, que está no plano final de aprimoramento – com a expectativa de haver doses disponíveis a partir da metade de 2024.
“Estamos aqui para educar, fazer Ciência e contribuir o máximo que pudermos para o enfrentamento de doenças. Além de vacinas, nossos pesquisadores trabalham no desenvolvimento de tratamentos contra o câncer, na investigação de alvos inflamatórios para doenças reumatológicas, na elaboração de antígenos para proteção contra picadas de abelhas e na produção de novos analgésicos, entre várias outras linhas de investigação. A carreira do pesquisador é muito preciosa para nós e eu gostaria de ressaltar o esforço desses trabalhos, que representam décadas de contribuição dentro do Butantan”, manifestou.
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Museu da Vacina
A estrutura do museu conta com exposições interativas, hologramas, conteúdos educativos, jogos e um cinema 6D. O objetivo do local é expandir os ensinamentos sobre o que são as vacinas, como elas são produzidas e de que maneira agem no organismo humano para, assim, garantir a defesa contra uma série de infecções. Os visitantes também poderão conferir uma linha do tempo sobre a história do Instituto Butantan e o desenvolvimento das vacinas ao redor do Brasil e do mundo, além de contarem com explicações sobre o significado de diversos termos científicos que englobam o assunto.
Paiva salientou que o funcionamento do museu será fundamental para chamar a atenção da população em relação à relevância da vacinação. “Hoje é um dia muito importante e especial para a Saúde do nosso estado, o Museu da Vacina tem como objetivo levar informação às pessoas para saberem todos os passos tecnológicos e científicos na produção de uma vacina, é importante que a sociedade tenha esse conhecimento. Ao permitir aprender sobre o sistema imunológico e ao levar a informação correta, não tenho dúvidas de que vamos ampliar a vacinação no nosso estado de São Paulo, voltando a liderar o ranking de cobertura vacinal e sendo um orgulho para todos nós.”
Ricardo Nunes pontuou que a inauguração do Museu representa uma forma de homenagear os profissionais do Instituto, que tanto se dedicam à vacinação, responsáveis por transformar o estado na capital mundial da vacina. “Vacinas salvam vidas, e com elas, vamos poder cuidar cada vez mais da saúde da nossa população. Poder participar deste momento é motivo de muita alegria e demonstra bem a importância do local, além de indicar como São Paulo está sempre na vanguarda das ações.”
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Ao final do encontro, as autoridades puderam conhecer em primeira mão as instalações do novo museu. Além do Museu da Vacina, o Instituto Butantan também conta com o Museu Biológico, Museu de Microbiologia, Museu Histórico, Museu Emílio Ribas e Museu Terra Firme.
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Fotos: Marina Bustos