Novo diretor geral do IESAPM fala sobre os desafios

Experiência no ensino médico irá contribuir para nortear o futuro da instituição

Entrevistas

Instituto de Ensino Superior da Associação Paulista de Medicina tem como intuito complementar, com qualidade e excelência, a formação de médicos e demais profissionais da Saúde. Por meio de seus cursos de graduação, pós-graduação e extensão, o IESAPM vem se consolidando como uma instituição de renome, capacitando os seus alunos para o mercado de trabalho e os desafios da vida profissional.

A direção geral da instituição está a cargo de Fernando Sabia Tallo, diretor de Eventos da Associação Paulista de Medicina e 2º tesoureiro da Associação Médica Brasileira. O médico, que também é intensivista e professor, tem vasta experiência em educação médica, o que será fundamental para esta nova etapa do IESAPM.

Em entrevista a seguir, ele reforça a importância da Educação e destaca de que forma atuará para contribuir com o crescimento contínuo do Instituto, trazendo sua expertise para desenvolver cursos que conversem diretamente com as novas tecnologias, além de relatar a importância da parceria com as sociedades de especialidades.

Como surgiu o convite para se tornar diretor geral do IESAPM?

A experiência que tenho em ministrar cursos há muitos anos, principalmente os de imersão, aliada à minha carreira de professor universitário, me dá um bom suporte para ser diretor do IESAPM. Além disso, o presidente da APM, Antonio José Gonçalves, já me conhecia, da Associação Médica Brasileira, e lá também lancei alguns cursos para os médicos generalistas.

O que o levou a aceitar este cargo?

Foi realmente a possibilidade de oferecer pela Associação Paulista de Medicina e pelo associativismo cursos para os médicos, principalmente para os generalistas que, muitas vezes, não têm na própria universidade. Então, podemos oferecer, principalmente, cursos práticos, via Instituto, que podem complementar a formação do médico, isso é um ponto. O segundo é desenvolver cursos para os próprios especialistas – neste caso, de superespecialização, também com esse apelo prático. Eu acho que essas são duas ideias que temos e devemos pôr em prática já em 2025. O futuro do IESAPM passa não só pelos cursos on-line, mas, sobretudo, pelos cursos práticos que a gente quer implantar.

Dentre os desafios de estar à frente de uma instituição de ensino, quais considera os mais notáveis?

Os desafios são muitos. Porque existe uma concorrência muito grande na área de Educação médica, você tem grandes conglomerados que investem bilhões de reais em tecnologia e na qualidade dos cursos, então é um grande desafio entrar nesse mercado como Associação médica e conseguir competir. Em contrapartida, acho que a gente tem algumas vantagens, sobretudo, temos um grupo extraordinário de professores que podem surgir do próprio associativismo, em parceria com as sociedades de especialidades. Esta é uma vantagem que temos que explorar, para a gente ter competitividade.

Pelo fato de a APM exercer um importante papel como defensora da Educação, de que forma alavancar o Instituto e torná-lo uma referência na área contribui com o cenário?

Acho que a APM pode sim desempenhar este papel. Essa, na verdade, é uma das missões do associativismo, da Associação Paulista de Medicina e da Associação Médica Brasileira, fomentar a Educação médica. É isso que a gente vai fazer no Instituto. Estamos com algumas ideias de também trazer cursos realmente modernos, que o médico precisa o quanto antes ter o domínio, principalmente de inteligência artificial, acho que a gente precisa entrar forte no mercado ano que vem sobre esse assunto, para poder capacitar os médicos e, como eu disse, acho que o mais importante e o que pode nos tornar muito competitivos é, justamente, essa parceria com as sociedades de especialidades, que a gente tem a intenção de fazer já em 2025.

Como garantir suporte e Educação de qualidade aos médicos e profissionais da Saúde no geral?

Isso passa por todo o processo formativo, que vem desde a graduação. A gente tem que falar da universidade, de uma graduação forte, de uma pósgraduação, no sentido de uma residência médica forte, que é o que a gente sempre defende. Mas, devido às ineficiências, que são inequívocas e não tem como não citar o que está acontecendo, a gente acaba tendo um espaço para ajudar o médico. Infelizmente, no processo formativo, naquilo que seria essencial e obrigatório, percebemos grandes deficiências.


Raio-X

FORMAÇÃO: Escola Paulista de Medicina/Unifesp

ESPECIALIDADES: Clínica médica, Anestesiologia, Terapia Intensiva, Medicina de Emergência e Oftalmologia

ATUAÇÃO: Diretor geral do IESAPM, diretor de Eventos da APM e tesoureiro da AMB


Texto: Julia Rohrer | Foto: Laílson Santos/AMB

Publicada na edição 747 (Nov/Dez de 2024) da Revista da APM