Brasil registra mais de 110 mil mortes por suicídio

Entre 2010 e 2019, ocorreram 112.230 mortes por suicídio no País. Em termos percentuais, houve um aumento de 43% no número anual de óbitos, de 9.454 em 2010 para 13.523 em 2019. O estudo teve como base os dados de óbitos registrados no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan).

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Entre 2010 e 2019, ocorreram 112.230 mortes por suicídio no País. Em termos percentuais, houve um aumento de 43% no número anual de óbitos, de 9.454 em 2010 para 13.523 em 2019. O estudo teve como base os dados de óbitos registrados no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) e no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan).

De acordo com os dados divulgados em Boletim Epidemiológico da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, a “análise das taxas de mortalidade ajustadas no período demonstrou aumento de risco de morte por suicídio em todas as regiões do Brasil.”

Em 2019, a taxa nacional foi de 6,6 por 100 mil habitantes, com destaque para as
Regiões Sul e Centro-Oeste. Os estados do Rio Grande do Sul (11,8 por 100 mil habitantes) e de Santa Catarina (11 por 100 mil habitantes) apresentaram as maiores taxas de suicídio.

Na comparação evolutiva de mortalidade por suicídio, de 2010 e 2019, observou-se o aumento das taxas de suicídio para ambos os sexos, sendo 29% de mortalidade de mulheres e 26% entre homens. Entretanto, os homens apresentaram mais propensão ao risco, com taxa 3,8 vezes maior do que as mulheres. Especificamente em 2019, a taxa de tirar a própria vida foi de 10,7 por 100 mil habitantes para eles, e entre mulheres foi de 2,9.

Violências autoprovocadas

Em relação às notificações de violências autoprovocadas (compreende a ideação suicida, autoagressões, tentativas de suicídio e suicídios), as mulheres foram a grande maioria das vítimas, com 71,3% do total das notificações. Em 2019, foram registradas 124.709 lesões, um acréscimo de 39,8% em comparação a 2018.

Com relação aos grupos etários, as taxas de mortalidade de adolescentes tiveram um acréscimo de 81% no período, “passando de 606 óbitos e de uma taxa de 3,5 mortes por 100 mil habitantes, para 1.022 óbitos, e uma taxa de 6,4 suicídios para cada 100 mil adolescentes.”

Em resumo, o estudo dos últimos 10 anos demonstrou um incremento consistente nas taxas de mortalidade por suicídio, com destaque para o sexo masculino, mais propenso ao risco de tirar a própria vida, e para o aumento das taxas entre jovens. Sobre os registros de lesões autoprovocadas, o sexo feminino se sobressai.

Problema de saúde pública

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, cerca de 800 mil pessoas morrem por suicídio todos os anos. E é a principal causa de morte entre jovens com idade de 15 a 29 anos. Os países de baixa renda e renda média são os mais afetados, correspondendo com 79% dos casos registrados.

Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), “trata-se de um grave problema de saúde pública; no entanto, os suicídios podem ser evitados em tempo oportuno, com base em evidências e com intervenções de baixo custo. Para uma efetiva prevenção, as respostas nacionais necessitam de uma ampla estratégia multissetorial”.

“Relaciona-se etiologicamente com uma gama de fatores, que vão desde os de natureza sociológica, econômica, política e cultural, passando pelos psicológicos e psicopatológicos, até biológicos”, define o MS.

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