Palavra do presidente – Dia Mundial sem Tabaco

O uso do tabaco é a causa de óbito mais evitável em todo o mundo, matando mais de 8 milhões de pessoas a cada ano

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A data, celebrada anualmente em 31 de maio, foi criada em 1987 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para alertar sobre as doenças e mortes evitáveis relacionadas ao tabagismo. Conforme a Organização Pan-americana de Saúde (Opas), o uso do tabaco é a causa de óbito mais evitável em todo o mundo, matando mais de 8 milhões de pessoas a cada ano e sendo atualmente responsável pela perda da vida de um em cada 10 adultos em todo o mundo.

Neste 2023, o tema da campanha da Opas é “Cultive comida, não tabaco”, de sorte que chama a atenção para o fato de que a cultura do tabaco prejudica a saúde dos agricultores, da sociedade no geral e do planeta. Ademais, a Organização aponta que a indústria do tabaco interfere nas tentativas de substituir seu plantio, contribuindo para a crise alimentar global.

Sendo cultivado atualmente de forma comercial em mais de 125 países, especialmente de baixa e média renda, o tabaco ocupa uma área estimada de quatro milhões de hectares. Considerando este panorama, a campanha de 2023 do Dia Mundial sem Tabaco incentiva os governos a acabarem com os subsídios ao cultivo do tabaco e a usarem as economias para apoiar os agricultores a mudarem para culturas mais sustentáveis, ​​que melhorem a segurança alimentar e a nutrição. 

Com o direcionamento das atividades agrícola e econômica do tabaco para a produção de alimentos, teremos um benefício duplo para a população, com a eliminação do tabagismo e auxílio no combate à fome.

Ainda que o tabagismo tenha diminuído consideravelmente em muitos países nos últimos anos – na região das Américas, a taxa média de uso do tabaco passou de 21% em 2010 para 16% em 2020 e, no Brasil, de 15,7% em 2006 para 9,1% em 2021 –, é um problema a ser combatido.

É preciso que este sucesso sirva para continuarmos prosseguindo. A nós, médicos, chama a atenção o crescente uso de dispositivos eletrônicos para fumar, os famigerados vapers. Vemos hoje muitos jovens atraídos por um pseudo “glamour” do cigarro eletrônico, com a falsa sensação de que é menos tóxico.

Entretanto, além da nicotina, várias outras substâncias perigosas estão presentes nos dispositivos, como metais pesados e outras que causam danos pulmonares e cardiovasculares e aumentam os riscos de câncer.

Conclamamos a todos para permanecerem firmes nesta luta, pelo futuro de nossa população. Qualquer hesitação na caminhada em busca da erradicação do tabagismo pode significar um grande retrocesso do ponto de vista da Saúde.

José Luiz Gomes do Amaral, presidente da APM
Antônio José Gonçalves, vice-presidente da APM

Publicada na edição 737 – Maio de 2023 da Revista da APM