Locação de Consultório Médico Vale a Pena? Tipos e Cuidados

Quando alugar um consultório médico vale a pena? Confira dicas de especialistas em gestão financeira para médicos e saiba quais são os pontos de atenção antes de tomar a sua decisão. Veja também quando considerar coworkings ou sublocações, a fim de facilitar sua carreira médica, em especial nos estágios iniciais

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Dra. Maria, uma médica dedicada, está no final de mais um longo dia de atendimentos.

Ela sabe que abrir um consultório médico não é tarefa fácil, nem barata. Por isso, se pergunta frequentemente:

“Será que vale a pena alugar um consultório ou devo investir em um espaço próprio?”

Você se identifica com as dúvidas da Dr. Maria? Saiba que não está sozinho(a).

Alugar um consultório pode ser uma alternativa estratégica e econômica, mas é crucial entender todos os tipos e cuidados necessários para tomar a melhor decisão.

Erros na escolha do espaço podem resultar em custos inesperados ou em uma localização inadequada, comprometendo a qualidade do atendimento e a sustentabilidade do seu negócio.

Para ajudar médicos como a Dr. Maria, criamos um artigo especial em parceria com a MedAssist.

Este artigo oferece orientações práticas sobre quando e como alugar um consultório médico, abordando as principais modalidades disponíveis: coworking e sublocação.

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Locação de consultório médico vale a pena? Tipos e Cuidados

É fato que abrir um consultório médico não é tarefa fácil, nem barata.

Por esse e outros motivos, há uma forte tendência entre os médicos nos últimos anos: 

A locação de consultórios.

Afinal, a maioria dos médicos atinge o auge financeiro após 12 a 13 anos de formados (Panorama Financeiro Médico 2021). 

Bem planejada, essa prática pode ser muito viável e facilitar o empreendedorismo na área da médica.

Mas quando é indicado alugar um espaço? De que maneiras isso pode ser feito? Quais são os cuidados necessários? Coworking e sublocação de sala valem a pena?

Acompanhe tudo neste artigo feito em parceria com a MedAssist!

Quando alugar um consultório médico vale a pena?

Vai depender muito do seu atual estágio de carreira.

Se você é médico e está iniciando sua jornada empreendedora sem muitos recursos, alugar um espaço para viabilizar o seu consultório médico pode ser uma boa estratégia.

A depender da sua estratégia, esses espaços podem inclusive contar com infraestrutura completa,o que pode significar economia de tempo e recursos.

Além disso, a locação de consultório pode lhe posicionar em excelentes pontos de atendimento, o que, por si só, podem atrair e reter pacientes.

Mas, antes de tomar qualquer decisão, considere as diversas possibilidades de locação tratadas neste artigo e os recursos disponíveis.

A decisão relacionada a forma de estruturar o seu consultório envolve vários fatores, mas é muito importante encarar como uma decisão financeira, com necessário planejamento.  

Você já viu aquele empreendimento faraônico, mas com volume baixíssimo de pacientes? 

Pois é isso pode acontecer.

Para saber se a modalidade de locação vale a pena, é necessário fazer um estudo com projeções que relacionem o montante investido, a expectativa de permanência e a expectativa de retorno.

A projeção pode não se materializar na sua integralidade mas, se elaborada com razoabilidade, pode evitar prejuízos ou frustrações.

Quais as modalidades mais comuns de locação de espaços?

Existem diversas modalidades de locação de espaços médicos, cada uma atendendo a diferentes necessidades e objetivos. 

Confira abaixo as mais comuns:

Coworking médico

Não é novidade que os coworkings médicos estão em ascensão no Brasil.

A ideia destes locais é serem uma opção para médicos que estão começando suas carreiras e/ou não querem ter preocupações com questões relacionadas à gestão do negócio, como limpeza, funcionários ou manutenção.

A contratação de coworkings ganhou muito espaço com o crescente desejo dos médicos de “se livrarem dos convênios médicos” desde o início da carreira, porém sem recursos ou demanda suficientes para investir em um consultório próprio, em imóvel alugado ou próprio.  

Toda a parte administrativa fica por conta do administrador do coworking, geralmente sendo a mesma pessoa responsável pela sua locação.

Em geral, o profissional tem a sua disposição um espaço de consultório médico, mas sem as despesas que acompanham a compra e instalação do espaço próprio.

Outra grande vantagem é o tempo de contratação. 

Em geral, locar um consultório implica em o acompanhamento de um contrato de longo prazo, em geral, de ao menos um ano.

Nos coworkings, as salas podem ser reservadas por horas ou por planos mensais (e até mesmo anuais, caso deseje), dando mais liberdade estratégica ao médico, caso deseje mudar o seu local de atendimento.

Além disso, geralmente, toda uma estrutura preparada está à disposição do profissional e de seus pacientes, como:

  • Sala de espera;
  • Wi-Fi;
  • Salas de reunião e treinamento;
  • Água e café;
  • Impressoras;
  • Recepção (alguns coworkings oferecem serviços de telefonista que atende ao telefone identificando o seu consultório);
  • Salas privativas;
  • Salas para o atendimento virtual, possibilitando, assim, a prática da telemedicina.

Mas, realmente vale a pena?

A resposta está nas suas necessidades médicas em comparação ao que cada coworking oferece.

Há quem entenda que o coworking torna a relação com o paciente mais impessoal e limitada, uma vez que o modelo não permite a modulação do ambiente de acordo com os desejos do médico contratante. 

O acolhimento do paciente provavelmente ficará a seu cargo e é possível que não seja possível controlar, por exemplo, o silêncio, o trânsito intenso de pessoas. 

Além disso,  a experiência do paciente poderá ser limitada pela impossibilidade de implementar “mimos personalizados” como a colocação de “cheirinhos”, oferecimento de café em xícara, etc.

Se sua especialidade é mais complexa, o espaço precisará de mais aparelhos e especificidades técnicas para o seu atendimento ser compensatório, por exemplo alvarás específicos e licenças adequadas para descarte de materiais. 

Isso pode ser um grande limitador.

Caso não, um espaço mais simples atenderá bem às suas demandas.

Em todo caso, é importante lembrar que, independentemente das suas particularidades, o local precisa estar em dia com as normas técnicas obrigatórias, como as da Anvisa, da prefeitura municipal e da CNES (Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde).

Locação de salas

Outra modalidade também bastante adotada no Brasil é a locação de salas em um consultório ou clínica médica que já estão operando.

A locação de salas ociosas é uma saída para médicos que realizaram investimentos significativos para montar um consultório completo mas, por uma razão ou outra, mantêm salas ociosas, o que os leva a locá-las como forma de gerar renda.

E aqui um ponto importante: se o imóvel for alugado e o locatário quiser locar salas ociosas, não se tratará de locação de salas, mas de sublocação de salas. 

Para que a sublocação aconteça, é importante que o contrato de locação permita, ou que se tenha aprovação expressa do locador por e-mail, por exemplo.  

A locação de salas pode ser uma prática interessante para formação de uma clínica multidisciplinar, onde atuam diversos profissionais que procuram oferecer uma solução completa ao paciente.

Uma clínica que foca na saúde e estética do paciente, por exemplo, pode contar com médicos especializados em modulação hormonal, cirurgiões plásticos, dermatologistas e profissionais de outras áreas, como nutricionistas.

É comum o fundador da clínica (um cirurgião plástico, por exemplo), expandir a atuação da clínica por meio da locação de salas. 

Diferentemente do coworking, normalmente a imagem do profissional que loca ou subloca salas de uma clínica fica atrelada à imagem da clínica ou do seu fundador, o que exige um pouco mais de cuidado para a formação contratual. 

É muito comum, na locação, locador e locatário fazerem confusões relacionadas às limitações aplicáveis a cada um deles e da posição que cada um ocupa. 

diversos fatores a serem considerados quando tratamos da locação ou sublocação de salas:

  1. A licença sanitária da clínica locadora não é “aproveitável” pelo locatário pessoa jurídica, que precisa obter licença própria.
  1. O  locatário emite seus próprios recibos ou notas fiscais aos pacientes, devendo ao locador o pagamento de um aluguel.
  1. A maquininha de cartão a ser utilizada pelo locatário tem que ser ligada à empresa dele;
  1. A locação normalmente é realizada por período (exemplo: toda segunda-feira, pela manhã), mas pode ser convencionada de outra maneira;
  1. Os custos de insumos atrelados ao atendimento normalmente correm por conta do locatário;
  1. O aluguel firmado normalmente é fixado mensalmente; 

Caso estes pontos sejam modificados e comecem a ser implementados de maneira diversa, é bem possível que a locação perca espaço para o formato de sociedade e que a relação precise ser discutida novamente e formalizada por meio de acordo de sócios.

7 pontos de atenção ao locar um consultório médico

1. Documentação

Algumas especialidades carecem de documentações e liberação mais específicas, porém, em âmbito geral, cheque se o espaço locado está em dia com:

  • Alvará de funcionamento, emitido pela prefeitura do município;
  • Alvará do corpo de Bombeiros;
  • Vigilância sanitária (Anvisa);

Como mencionado, a sua empresa, na posição de locatária, também precisará de licenças, mas o fato do locador possuí-las é um indicativo de que você terá maior facilidade para obtê-las. 

2. Contrato

Apenas com a leitura do contrato de locação você terá segurança do que está sendo contratado, como regras de utilização da sala, tempo de contrato, valor mensal e multa rescisória.

Exija um contrato claro e, em caso de dúvidas, contrate um advogado para o esclarecimento de todas as cláusulas. 

Só assim terá mais segurança jurídica para você e o seu negócio.

3. Multa de rescisão

Este item vai estar presente no contrato analisado, mas merece atenção redobrada

Às vezes, na carreira médica, é preciso dar um passo atrás para dar dois para frente.

Em especial para médicos em início de carreira empreendedora, mudar de espaço pode ser uma estratégia interessante, seja em razão de localização, perfil de público, investimento ou por qualquer outra razão.

Independente do motivo, ele implica, diversas vezes, em quebra de contrato, resultando em multa rescisória. 

É importante analisar qual é o valor e as condições em torno desta multa, visto que se não houver planejamento, esse acordo pode inviabilizar sua saída do local.

4. Espaço

Ao alugar um consultório médico já equipado, verifique se os móveis estão em bom estado,se a pintura está em dia e se não há necessidade de reformas. 

Também, verifique se há um bom serviço de limpeza, mobiliário confortável, ambiente atrativo, garagem e acessibilidade para todos. 

Esses aspectos são essenciais não apenas para você, mas para que ocorra uma boa percepção dos pacientes, incentivando retornos e indicações.

5. Localização

A maior vantagem de alugar um consultório é escolher uma localização que atenda ao seu público-alvo. 

Opte por um local de fácil acesso, próximo a metrô, ônibus, pontos de táxi ou onde motoristas de aplicativos possam chegar facilmente. 

Considere a circulação de pessoas e escolha espaços amplos, com salas de espera e, se necessário, espaço kids para atendimento infantil. 

Priorize a acessibilidade com rampas, elevadores e corrimãos, essenciais para atender idosos e pessoas com deficiência física, além de ser uma exigência do corpo de bombeiros.

6. Custos

Ao considerar o valor mensal do aluguel, verifique se há a inclusão de taxas, como: água, luz, condomínio, material e mão de obra. 

É importante que você verifique e liste todos os custos envolvidos na locação para que não seja pego de surpresa.

E lembre-se: o acompanhamento contínuo das contas pode ser a parte mais desafiadora.

Por isso, contar com empresas especializadas em finanças médicas, como a MedAssist, pode ser uma excelente forma de sanar essa necessidade tão latente ao seu negócio. 

7. Alugar sozinho ou compartilhar o espaço?

Dividir o aluguel de um espaço pode ser uma saída mais barata e acessível para muitos médicos.

Em casos, por exemplo, de atendimentos pontuais na semana, ou apenas de meios períodos, o mesmo espaço ficará ocioso em dias opostos ou em contraturnos.

Por isso, compartilhar o mesmo espaço com um amigo ou profissional de confiança é uma estratégia interessante e de múltiplos ganhos.

Porém, antes de tomar a decisão, avalie quesitos como:

  • Quantidade de clientes atendidos;
  • Dias da semana trabalhados no local;
  • Turno de atendimento;
  • Nível de confiança com quem compartilhará o local;
  • Questões contratuais.

Tudo isso é importante para também garantir mais segurança jurídica e contratual.

Uma excelente solução quando bem planejada

Afinal, com a realidade de um mundo globalizado instaurada, pensar em modelos de trabalho que façam mais sentido a esse movimento é um acerto enorme.

Locar um espaço para o atendimento médico pode ser uma ótima opção para médicos, desde que sejam feitas as devidas análises sobre a sua viabilidade.

E se precisar de ajuda em questões de abertura e contabilidade para empresas médicas, entre em contato com a MedAssist, empresa especializada na área de inteligência e gestão financeira para médicos.

Fonte: MedAssist Serviços