APM se mobiliza em defesa dos médicos demitidos em Bauru

Anteriormente, os profissionais foram coagidos a aceitar redução de 50% do salário, para a mesma jornada

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Na última quarta-feira, 19 de março, os diretores de Defesa Profissional e de Comunicações da Associação Paulista de Medicina (APM), Marun David Cury e Marcos Cabello dos Santos, respectivamente, se reuniram com médicos de Bauru que foram demitidos de forma arbitrária em fevereiro deste ano pela Sorri Bauru, empresa contratada pela Prefeitura.

Também participaram do encontro o diretor da 7ª Região Distrital, José Eduardo Marques; o advogado que presta serviço para a APM André Botelho; e o especialista em Direito do Trabalho Juscelino Teixeira Barbosa Filho.

Entenda o caso

Os médicos, até então contratados pela Sorri Bauru sob o regime da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), relataram que, no dia 25 de fevereiro, foram convocados para uma reunião com a empresa contratante e o Sindicato dos Empregados em Turismo e Hospitalidade de Bauru e Região (SETHBR) e informados de que a Prefeitura de Bauru havia firmado um novo acordo com a Sorri, o que resultaria na redução dos repasses financeiros.

O novo contrato, que entraria em vigor em 1º de março, previa uma redução de 50% nos salários dos médicos, sem alteração na jornada atual de trabalho de 40 horas. Aqueles que não aceitassem a proposta seriam demitidos. Ao todo, a Sorri contava com 18 médicos, mas a medida seria aplicada de forma gradual. Inicialmente, seis médicos foram convocados, sendo cinco deles associados da APM Bauru.

Para a surpresa do grupo, a demissão oficial ocorreu no dia 28 de fevereiro, ao final do expediente, apesar de os médicos terem sido informados de que o processo ainda estava em negociação. Além dos seis médicos, outros profissionais da Saúde, como enfermeiros e dentistas, também foram desligados, totalizando 34 pessoas.

De acordo com os médicos, a Sorri já efetuou o pagamento das rescisões. No entanto, os profissionais relataram que foram pressionados a pedir demissão. Em virtude disso, eles solicitam o apoio da APM e de outras entidades representativas, com o objetivo de buscar uma retratação coletiva por danos morais, por meio de ação na Justiça do Trabalho e junto ao município.

A APM expressa solidariedade aos médicos e profissionais da Saúde afetados por essa medida, e se coloca à disposição para defender seus direitos e combater qualquer tipo de arbitrariedade. A entidade reafirma seu compromisso com os médicos que atuam com ética e transparência, condenando desvios que devem ser apurados de forma individual pelas instâncias competentes.

A Associação ainda reforça sua preocupação com o crescente cenário de intimidação contra médicos e destaca que o Departamento de Defesa Profissional está atento e disponível para fornecer o apoio necessário, pelo e-mail defesa@apm.org.br ou pelo telefone (11) 3188-4207.

Fotos: Reprodução reunião