Inter-relação entre perfis e ativos

Não existe certo e errado na escolha dos perfis. Entretanto, deve existir coerência com as escolhas.

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Em algum momento de sua atividade, os médicos são levados a decidir sobre a modalidade de estabelecimento que pretendem abrir. Nesta hora, é fundamental conhecer que as diferenças entre estas empresas de Saúde residem: na função especifica de cada, na estrutura necessária e nas implicações jurídicas – sendo elas no âmbito da responsabilidade civil e nas orientações do conselho sobre o funcionamento.

Em um consultório, são realizadas basicamente consultas. Diferentemente, a clínica pode ter uma multiplicidade de finalidades, por exemplo exames. Já um centro médico abriga e integra diversos profissionais de especialidades distintas em uma mesma instalação.

Tendo isso em mente, com relação às ESTRUTURAS, podemos traçar novamente um paralelo entre os perfis de risco e ativos. O conservador seria o atendimento em consultório. O cliente tem tolerância quase zero a riscos e perdas, buscas por ativos com liquidez e a preservação dos recursos. São carteiras basicamente em RENDA FIXA.

O moderado está instalado em clínica ou centro médico. Já é possível combinar diversos produtos, buscando aproveitar o melhor de cada um, seja sua segurança, ou um possível ganho acima da média. Para isso, admitem-se ativos com menor liquidez, possibilidade de perda e oscilação. Nesta carteira, além da RENDA FIXA, temos FUNDOS DE MULTIMERCADO, FUNDOS DE INVESTIMENTO IMOBILIÁRIO e AÇÕES.

No perfil agressivo, estamos operando com a complexidade de um hospital, que pode ser de pequeno, médio e grande porte, conforme sua conveniência. O objetivo é o ganho de capital, e para isso, o cliente está exposto às oscilações do mercado de renda variável e um horizonte de investimento de longo prazo. Além de todos os ativos disponíveis para o perfil moderado, ainda é possível investir em DERIVATIVOS, ETFs, PRIVATE EQUITY e etc.

Assim, novamente, não existe certo e errado na escolha dos perfis. Entretanto, deve existir coerência com as escolhas. Da mesma forma que é impossível realizar uma cirurgia – algo complexo como uma Dissecção Aórtica Torácica ou uma craniectomia – fora de um ambiente cirúrgico hospitalar, não é factível buscar retornos esperados compatíveis com private equity em carteiras conservadoras.

No próximo encontro, vamos abordar os instrumentos de Renda Fixa. Até breve!

Roberta Figueira tem 28 anos de carreira, com passagens por grandes bancos do mercado, como CCF, HSBC, Merril Lynch, UBS e Safra. Tem experiência em Gestão de Operações, Valores Imobiliários, Gestão de Ativos e Fundo de Fundos. É planejadora financeira com certificação internacional CFP®, aderindo assim ao código de ética e conduta da profissão com padrão internacional. Em 2022, conquistou o exclusivo selo de Assessoria Private Wealth Planning pela XP Investimentos.