Brasil estima mais de 16 mil novos casos de câncer de colo de útero por ano

O câncer de colo de útero, terceiro mais incidente entre as mulheres brasileiras, poderá atingir 16.710 novos casos para cada ano do triênio 2020-2022, o que corresponde a cerca de 7,5% do total das ocorrências. A informação é da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, divulgada em boletim epidemiológico de março.

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O câncer de colo de útero, terceiro mais incidente entre as mulheres brasileiras, poderá atingir 16.710 novos casos para cada ano do triênio 2020-2022, o que corresponde a cerca de 7,5% do total das ocorrências. A informação é da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, divulgada em boletim epidemiológico de março.

81,3% das mulheres de 25 a 64 anos entrevistadas pela Pesquisa Nacional de Saúde 2019, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), disseram ter realizado o exame preventivo de câncer de colo de útero nos últimos três anos. No entanto, percentuais de realização do exame menores que a média foram observados nas regiões Nordeste (76,4%), Centro-Oeste (78,8%) e Norte (79%).

O exame preventivo também varia conforme o aumento da escolaridade das entrevistadas, “de 72,5% para aquelas sem instrução e/ou ensino fundamental incompleto a 90,4% para aquelas com superior completo”, informa o boletim. Com relação à raça/cor, o percentual de realização do Papanicolau foi menor entre mulheres que se autodeclararam pardas (79,3%), em comparação àquelas que se autodeclararam brancas (83,4%).

As diferenças também foram observadas entre as entrevistadas com maior ou menor rendimento econômico. Para as mulheres com rendimento de até um quarto de salário-mínimo, o percentual foi de 72,9% de realização do exame. Com rendimento de mais de cinco salários-mínimos, foi de 93,8%.

Em resumo, o Ministério da Saúde reitera: “Os resultados indicam menor realização de exames

preventivos de câncer de colo uterino por mulheres pardas e com menores níveis de instrução e renda.” E as desigualdades são ainda observadas entre as regiões brasileiras, com menores realizações de Papanicolau no Nordeste, Norte e Centro-Oeste.

Mortalidade e riscos

O objetivo do Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis no Brasil 2011 – 2022 é “aumentar a cobertura de Papanicolau em mulheres de 25 a 64 anos de idade nos últimos três anos para 85%”. De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde 2019, o percentual de realização do exame é inferior à meta nacional (81,3%).

O Instituto Nacional de Câncer (Inca) define o câncer de colo do útero, também conhecido como câncer cervical, como uma infecção persistente causada por alguns tipos oncogênicos do Papilomavírus Humano – HPV.  O Atlas de Mortalidade por Câncer apontou 6.596 mortes decorrentes da doença em 2019.

Início precoce da atividade sexual e múltiplos parceiros, tabagismo e uso prolongado de pílulas anticoncepcionais são considerados os principais riscos. “O exame preventivo do câncer do colo do útero (Papanicolau) é a principal estratégia para detectar lesões precursoras e fazer o diagnóstico precoce da doença”, reitera o Inca.