Dia Mundial da Saúde Única: Ministério atualiza informações sobre doenças zoonóticas

O conceito de Saúde Única, celebrado no dia 3 de novembro, se apresenta como uma oportunidade de melhorar a proteção da saúde pública, animal e ambiental, por meio da implementação de ações e políticas de prevenção e controle integrado de patógenos, ameaças e impactos na interface homem, animal e meio ambiente. O tema está abordado no mais recente boletim epidemiológico da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde.

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O conceito de Saúde Única, celebrado no dia 3 de novembro, se apresenta como uma oportunidade de melhorar a proteção da saúde pública, animal e ambiental, por meio da implementação de ações e políticas de prevenção e controle integrado de patógenos, ameaças e impactos na interface homem, animal e meio ambiente. O tema está abordado no mais recente boletim epidemiológico da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde.

Segundo a Organização Mundial da Saúde Animal (OIE), as saúdes humana e animal são interdependentes e ambas estão ligadas com a saúde dos ecossistemas em que coexistem e é implementada como uma abordagem global colaborativa para a compreensão dos riscos para a saúde humana e animal (incluindo animais domésticos e animais selvagens) e a saúde do ecossistema em todo o mundo.

Aproximadamente 60% das doenças infecciosas que acometem os seres humanos são de origem zoonótica e quase 75% das doenças infecciosas emergentes que afetam humanos – como ebola, Covid-19 e influenza – tiveram origem animal. Já outras doenças zoonóticas, como febre amarela, febre do Nilo Ocidental, raiva, brucelose, gripe aviária ou febre do Vale do Rift, devem ser monitoradas de forma cuidadosa, pois representam riscos para a saúde pública.

As aplicações da abordagem de Saúde Única são de extrema relevância na vigilância e no controle dessas doenças, dependentes da priorização por parte dos formuladores de políticas públicas e de tomadas de decisão para o desenvolvimento de programas. Desta forma, a vigilância, a prevenção e o controle integrado das doenças de origem animal são ações essenciais, pois resultam em soluções mais eficazes para proteger a população humana e animal, através da conservação da biodiversidade.

Papel e ações do Ministério da Saúde

A grande missão do Ministério da Saúde é ser responsável pela organização e planejamento de ações para promoção, prevenção e assistência à saúde da população brasileira. Com isso, é necessário aplicar abordagens relacionadas à Saúde Única, na vigilância, monitoramento, investigação e análise epidemiológica das diferentes doenças, buscando contribuir, controlar e prevenir seu avanço.

Em 2019, foi criado o Grupo Técnico Saúde Única, com o objetivo de estruturar oficialmente a abordagem no contexto da vigilância epidemiológica. Com relação ao SUS, ao longo dos anos estão sendo adotadas diversas iniciativas com base em distintas doenças e seus grupos de trabalho, entre elas: malária, raiva, febre amarela e febre do Nilo Ocidental.

Em agosto de 2001, tornou-se obrigatório que todas as iniciativas de licenciamento ambiental em áreas de risco ou endêmica para malária desenvolvam estudos de Avaliação do Potencial Malarígeno (APM), para que possam conduzir programas de controle da doença, visando à prevenção da transmissão e do agravamento da situação da malária em suas áreas de risco.

No Programa da Raiva, instituições voltadas ao meio ambiente, pesquisa e de proteção animal vêm trabalhando em parceria para aperfeiçoar a vigilância em animais domésticos e silvestres, sendo sentinelas para prevenção da doença nos humanos, a fim de construir uma rede de vigilância multisetorial.

Em relação à febre amarela, desde 1999 a vigilância é baseada no monitoramento sistemático de mortes de primatas para a detecção precoce da circulação viral. Referente à Febre do Nilo Ocidental, o monitoramento realizado por meio de aves silvestres e equídeos com sintomatologia neurológica é uma forma estratégica para contribuir com a detecção da presença do vírus no País e áreas e populações de risco.

O boletim ainda ressalta que a abordagem de Saúde Única vem crescendo globalmente e, as estratégias realizadas permitem que as iniciativas tenham maior impacto, de maneira mais adequada e com melhor proveito dos recursos financeiros e humanos.