Webinar APM/Regionais debate traumas oftalmológicos e hiperplasia de próstata

Na noite da última quarta-feira (20), a Associação Paulista de Medicina realizou mais uma edição de seu webinar, em parceria com as Regionais de Franca e de Santa Bárbara d’Oeste, que trouxeram especialistas para debater Traumas Oftalmológicos e Hiperplasia de Próstata no contexto da pandemia, respectivamente.

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Na noite da última quarta-feira (20), a Associação Paulista de Medicina realizou mais uma edição de seu webinar, em parceria com as Regionais de Franca e de Santa Bárbara d’Oeste, que trouxeram especialistas para debater Traumas Oftalmológicos e Hiperplasia de Próstata no contexto da pandemia, respectivamente.

Desta vez, a reunião foi apresentada pelo 1º vice-presidente da APM Estadual, João Sobreira de Moura Neto, com transmissão ao vivo pelo canal da entidade no YouTube. 

Traumatismo ocular

Traumas oculares são acidentes de pequena ou grande gravidade, podendo afetar um ou os dois olhos. Podem ocorrer como qualquer outro acidente, em casa, no trabalho ou em momentos de lazer, e com pessoas de qualquer idade. De acordo com estudos, os homens (70% dos casos) sofrem mais traumas oculares que as mulheres, com idade média de 29 anos.

Convidado por Renato Tadeu Barufi, presidente de Franca, o primeiro palestrante a se apresentar foi Dante Bobini Jr., especialista pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia e chefe do departamento de Catarata, Cirurgia Refrativa e Urgência do Segmento Anterior da Oftalmocenter Franca.

Ao iniciar sua apresentação, o palestrante explicou sobre a anatomia do olho, as devidas funções de cada parte e as consequências causadas por traumas oftalmológicos, citando baixa visão, queda da qualidade de vida, perda parcial ou total da visão e baixa autoestima.

“O trauma não deixa de ser uma urgência, e pode acarretar riscos de perda da visão. Existem possibilidades de outros acidentes, gerando também a perda do campo de visão e sensação de profundidade. Com isso, o paciente perde benefícios de tecnologias atuais, entre elas a 3D. O mais importante de tudo realmente é a prevenção do trauma. Sabendo o que ele pode acarretar, não devemos o subestimar. A maioria ocorre no ambiente domiciliar, no trabalho e no trânsito”, explicou.

Outro ponto importante apresentado pelo especialista foi a legislação para deficiência visual. Em março de 2021, foi sancionada a lei que classifica a visão monocular como deficiência sensorial. Os principais direitos estabelecidos para os portadores da deficiência são o benefício de prestação continuada (BPC) e lei orgânica de assistência social (LOAS).

Fatores de risco e prevenção da hiperplasia de próstata

Antônio Carlos Maychak, médico urologista pela PUC-SP e auditor da Rede Municipal e Hospital da Prefeitura de Nova Odessa, foi o palestrante escolhido por Sérgio Elísio Zurita, presidente da APM Santa Bárbara d’Oeste, para debater sobre hiperplasia de próstata.

Ao iniciar sua exposição sobre o tema, ressaltou a situação angustiante que viveu com seus pacientes durante a pandemia. “Por ser uma patologia simples, não damos muito valor à Hiperplasia Benigna da Próstata, mas ela causa prejuízos importantes. A pandemia acabou nos levando a uma situação de crise, pois não conseguimos prestar um atendimento adequado aos nossos pacientes”, disse Maychak.  

Segundo o especialista, os principais sintomas do trato urinário inferior vão desde o esvaziamento, que está relacionado principalmente ao jato urinário fraco, até os sintomas pós-miccionais, com a sensação de esvaziamento incompleto. “Vale ressaltar que os sintomas são multifatoriais, relacionados à bexiga, próstata, doenças neurológicas e outros. De acordo com estudos, alguns pacientes têm fatores de risco e podem evoluir para um quadro de retenção urinária aguda, essa é a nossa maior preocupação. Com isso, a evolução ocorre de forma inadequada, os pacientes acabam sofrendo com o uso da sonda vesical e não têm sequência do tratamento”, completou. 

O urologista ainda ressaltou que os estudos clínicos também trouxeram algumas soluções para o atendimento durante a pandemia, como as monitorias remotas, consentimentos informados obtidos de modo virtual e envio de medicamentos diretamente para a casa do paciente. Por outro lado, os impactos causados pela pandemia no início de 2020 geraram atrasos de cronogramas de auditoria e aprovação e registro de medicamentos para cerca de 25 milhões de pacientes.

“O lado bom foi que pudemos olhar para nossos pacientes de modo mais adequado. Temos que começar a fazer estudos, de maneira que o SUS, nossas clínicas e hospitais possam estabelecer uma forma de tratamento que dê vazão. Para isso, implementamos novas metodologias de estudos clínicos, e nunca vimos tantos estudos serem realizados em um período tão curto de tempo. É isso que iremos levar daqui para frente”, finalizou.

Debate

Questionado por Zurita sobre o que caracterizaria emergência em uma Hiperplasia Benigna da Próstata, Maychak respondeu que o principal fator é a retenção urinária aguda. “O paciente começa a ter um enchimento vesical muito importante, com uma ingestão rápida de líquidos e demora de ida ao banheiro. Em um dado momento, entra-se em retenção. Ao longo dos anos, a bexiga perde a capacidade de esvaziamento e contração, pois fica em sua distensão máxima, causando a retenção urinária, que é realmente o grande problema e urgência”, respondeu.

Para responder questões relacionadas aos benefícios do auxílio-doença e aposentadoria para pessoas portadoras de deficiência visual, Ricardo Cassilhas, advogado especialista em Medicina previdenciária e direito médico, foi convidado por Dante. “Com a alteração da lei, questões de monovisão foram incluídas como uma deficiência. Um ponto interessante é que a aposentadoria por tempo de contribuição está relacionada ao tempo trabalhado com a condição”, disse o advogado. 

“A epidemia nos trouxe imensas dificuldades, mas também motivos para um progresso inacreditável, chegou exatamente no momento da evolução e da Ciência. Um ponto que me chamou a atenção foi a mudança de postura com relação ao o que é um apoio social, em relação a certas limitações e deficiências funcionais. Isso é muito importante, representa uma consciência da sociedade com relação aos limites do aceitável”, complementou José Luiz Gomes do Amaral, presidente da APM Estadual.

João Sobreira finalizou a edição agradecendo aos participantes pelas brilhantes palestras. “Parabéns aos palestrantes e aos presidentes das Regionais.”

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