CQH examina experiência de hospitais selados na pandemia

Na última quarta-feira, 15 de setembro, o Programa Compromisso com a Qualidade Hospitalar (CQH), de responsabilidade social da Associação Paulista de Medicina, promoveu mais uma edição do “Encontro dos hospitais selados: Covid-19 em hospitais privados – desafios e superações”. Nesta edição, o foco foi nas ações do Hospital Policlin – Unidade 9 de Julho, em São José dos Campos (SP).

Últimas notícias

Na última quarta-feira, 15 de setembro, o Programa Compromisso com a Qualidade Hospitalar (CQH), de responsabilidade social da Associação Paulista de Medicina, promoveu mais uma edição do “Encontro dos hospitais selados: Covid-19 em hospitais privados – desafios e superações”. Nesta edição, o foco foi nas ações do Hospital Policlin – Unidade 9 de Julho, em São José dos Campos (SP).

Para falar das iniciativas que a instituição conduziu, o convidado foi Japer Fonseca Júnior, médico infectologista pela Faculdade de Medicina de Botucatu, da Universidade Estadual Paulista, coordenador do Serviço de Controle de Infecção do Policlin e membro do Comitê Municipal de Combate à Covid-19 de São José dos Campos. O moderador do encontro foi Eduardo D’Aguiar, presidente da Associação Brasileira de Medicina Preventiva e Administração em Saúde (Abrampas).

“Participei, em São José, de variações em relação à pandemia. Também fui um dos primeiros pacientes da cidade, quando nem usávamos máscaras e fui internado. Depois, participei como intensivista e no controle de infecção. No Comitê Municipal, tive uma experiência grande e difícil. Opinamos sobre coisas que nem sempre tivemos convicção. A Covid-19 chegou de sobressalto e tínhamos um mundo de incerteza, que hoje é mais cristalino”, relatou Fonseca Júnior.

Adaptações
Com a chegada do novo coronavírus ao Brasil, as instituições de Saúde tiveram de tomar rápidas ações para se prepararem e executarem o atendimento aos infectados. No Policlin, uma das primeiras incursões neste novo mundo foi ainda em fevereiro de 2020, quando a equipe acompanhou e monitorou uma equipe de funcionários da Cherry local – que tem convênio com o hospital – que chegaram da China.

Em março, o hospital institui um comitê de crise e, já em abril, dedicou setores exclusivos de pronto-socorro, enfermaria e unidades de terapia intensiva (UTIs) para tratar Covid-19. “Não foi um processo tranquilo, pois havia uma grande demanda de doentes internados por outras condições.”

Segundo o relato do coordenador, também foi um desafio, em junho, quando o Hospital Policlin iniciou um processo de acompanhamento e afastamento de funcionários infectados. “Havia colaboradores que trabalhavam em outros serviços e divergência entre o que era recomendado pelas instituições. Isso implicou na construção desse processo”, comentou.

Nesse caminho, houve uma contínua melhoria nos processos em relação ao atendimento de Covid-19, começando pela orientação de uso de equipamentos de proteção individual (EPIs) e pela instituição de roupas privativas, com itens de higiene e locais exclusivos para higiene dos envolvidos na linha de frente. Entre outras ações, também foram definidas escalas de revezamentos no refeitório e na cobertura da Enfermagem.

“Protocolamos, ainda, os processos de atestado e orientações de isolamento a serem recomendadas para os pacientes. Isso porque os colegas acabavam tomando medidas diferentes”, afirmou Fonseca Júnior. Desta maneira, os atestados seguiram as orientações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), enquanto as orientações recomendavam isolamento domiciliar e acompanhamento médico via contato telefônico.

Resultados
O resultado de todas essas ações foi mensurado em números. Segundo boletim do hospital, houve, na instituição, 6.087 coletas de casos suspeitos de Covid-19, com 2.019 confirmações (cerca de 20%). Desse universo, 52 pessoas foram a óbito. Em 2021, até o momento, foram 8.729, com 2.145 confirmações (cerca de 20%) e 85 óbitos.

“Neste ano, tivemos uma segunda onda entre março e maio, com muitos pacientes com comorbidades e até jovens evoluindo para desfechos ruins. A taxa de letalidade do hospital, entre internados, ficou em 15%. Na UTI, em 55%. Os números estão dentro do índice de mortalidade entre pacientes de hospitais privados no Brasil, em um nível satisfatório.”

O coordenador do Controle de Infecção do Policlin lembrou, por fim, que a instituição adotou um modelo de “queijo suíço” na defesa da pandemia de Covid-19. “Ou seja, cada intervenção (camada) traz imperfeições (furos), mas as múltiplas camadas aumentam o sucesso”, explicou. Por camadas, ele se refere a cadeia: distância física, ventilação, máscaras, higiene das mãos e superfícies, testagem e rastreamento rápido e sensível, quarentena e isolamento e as vacinas.

Notícias relacionadas:
25/06/2021 – CQH: Assembleia aborda protocolos e responsabilidade médica e hospitalar
21/05/2021 – CQH aborda os fundamentos do novo roteiro de avaliação
29/03/2021 – CQH: Santa Casa de Limeira apresenta uso da tecnologia na Enfermagem