XXXIII Congresso Brasileiro de Cefaleia: sociedade apresenta Registro de pacientes

A partir de janeiro de 2020, estará funcionando, por iniciativa da Sociedade Brasileira de Cefaleia (SBCe), o Registro Brasileiro de Cefaleia (Rebracef), um sistema que utiliza o método observacional para coletar dados dos pacientes de forma uniformizada

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A partir de janeiro de 2020, estará funcionando, por iniciativa da Sociedade Brasileira de Cefaleia (SBCe), o Registro Brasileiro de Cefaleia (Rebracef), um sistema que utiliza o método observacional para coletar dados dos pacientes de forma uniformizada.

A informação foi passada por Fernando Kowacs, Mauro Eduardo Jurno e Vanise Grassi, responsáveis pelo Comitê do Rebracef na Sociedade, durante a manhã desta sexta-feira, 25 de outubro, durante sessão do XXXIII Congresso Brasileiro de Cefaleia e XIV Congresso de Dor Orofacial.

Entre os objetivos do Rebracef estão estudar a história natural da doença em tela; determinar a efetividade e a segurança de um ou mais tratamentos; e estudar o efeito de condições específicas, como gestação e comorbidades.

Kowacs explicou que o projeto está sendo pensado há mais de um ano, com sucessivas reuniões sobre o tema. “Os registros são cada vez mais utilizados como maneira de observar uma população de pacientes se comportando em um cenário de vida real. Os próprios organismos de aprovação de tratamentos, como o Food and Drug Administration dos Estados Unidos, estão buscando saber se um tratamento funciona não somente em um ambiente altamente controlado dos ensaios clínicos, mas também na vida real”, introduziu.

O Rebracef ainda tem alguns objetivos secundários como a definição do perfil sociodemográfico dos pacientes atendidos por queixa de cefaleia, a avaliação da efetividade dos múltiplos tratamentos indicados e a identificação dos fatores que influenciam prognóstico e qualidade de vida desses pacientes. Além disso, pretende investigar as características de apresentação, a evolução clínica dos pacientes com cefaleias primárias e secundárias e o impacto pessoal, funcional e econômico dos diversos tipos de cefaleia.

Operação

A fase piloto começará com a participação dos seguintes centros: Hospital Moinhos de Vento (Porto Alegre/RS), de onde partiu a iniciativa; Hospital Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre (RS), Hospital das Clínicas de Porto Alegre (RS), Ambulatório de Cefaleias do Grupo Hospitalar Conceição (Porto Alegre/RS), Serviço de Neurologia (Passo Fundo/RS) e Centro Acadêmico Multiprofissional Dr. Agostinho Paolluci/Faculdade de Medicina de Barbacena (MG).

Eles recolherão, a partir de janeiro, os dados dos primeiros pacientes, a partir de um protocolo de avaliação inicial de 12 módulos – divididos entre dados de identificação, sociodemográficos e antropométricos, hábitos de vida, cefaleia, síndromes episódicas, comorbidades, impacto, mulher, exames complementares, diagnóstico e conduta adotada.

Para março do próximo ano, uma expansão para centros já autorizados em todo o Brasil está autorizada. “A partir daí, há um protocolo de seguimento, em que o paciente responde semanalmente um diário eletrônico de cefaleia, informando se teve, quantas crises, se teve tratamento, etc. E a cada trimestre, há um questionário de 20 perguntas sobre continuidade e satisfação do tratamento, efeitos adversos, escala de impressão clínica global de mudança, e reavaliação do módulo de impacto”, completou Kowacs.

Segundo o neurologista, as informações são todas seguras, armazenadas na nuvem, continuando sempre pertencentes aos pacientes que as informarem. Os diferentes centros participantes do Rebracef não poderão, por exemplo, ver as informações inseridas no sistema por outras unidades.