Nos dias 7 e 8 de novembro, o Programa Compromisso com a Qualidade Hospitalar (CQH), mantido pela Associação Paulista de Medicina, realizou a 24ª edição do Congresso Brasileiro de Qualidade em Serviços de Saúde e a 7ª edição do Congresso Brasileiro de Medicina Preventiva e Social e Administração em Saúde.
No segundo dia de evento, entre as inúmeras palestras que ocorreram, destacou-se o painel que debateu o tema “Ações Climáticas, Inteligência Artificial e Gestão de Pessoas: Quais desafios?”, conduzido por Haino Burmester, médico e administrador hospitalar.
A coordenadora do Grupo de Benchmarking Pessoas do CQH, Maria Aparecida Novaes, apresentou o tema e o palestrante. “Falaremos agora sobre os desafios de unir tecnologia e qualidade em prol de um planeta mais saudável, debatendo como garantir que todos participem desse esforço coletivo. Convido o professor Haino Burmester.”
Sustentabilidade e tecnologia
Burmester iniciou sua palestra com um alerta sobre o consumismo global, exemplificando com o descarte de pilhas e baterias de dispositivos eletrônicos, que demoram centenas de anos para se decompor. Ele também mencionou os milhões de veículos em boas condições de uso que ficam parados na China, devido ao lançamento constante de novos modelos.
“O mundo está discutindo sustentabilidade o tempo todo. Teremos, no próximo ano, aqui no Brasil, a COP30 [Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas], que discutirá a redução da temperatura média do planeta até 2030”, disse o especialista, evidenciando a necessidade de medidas efetivas para que isso ocorra.
Ele apontou ainda que uma grande parte da energia mundial é consumida por data centers (centros de processamento de dados) que, devido ao alto tráfego de informações, exigem grande quantidade de água para evitar superaquecimento.
A partir desse pensamento, o palestrante explicou que a sustentabilidade se refere à responsabilidade e à consciência de cada um em relação aos próprios hábitos e escolhas, visto que o planeta reflete a população que o habita. “O ser humano é o centro da sustentabilidade. Precisamos fazer a diferença, pois somos nós que a fazemos, e não esperar apenas pelas ações globais. Precisamos rever nossas escolhas”, alertou.
O especialista também defendeu que os seres humanos são parte do planeta Terra e funcionam como um só organismo; por isso, todos devem se preocupar com as pautas sustentáveis, evitando a produção de lixo e a emissão de gases poluentes. Além disso, expressou preocupação ao enfatizar que, possivelmente, o planeta um dia será inabitável. “Recebemos e doamos átomos, nitrogênio, oxigênio. Somos parte da Terra, e não cuidamos muito bem dela”, afirmou.
Encerramento
Após a palestra de Haino Burmester, Milton Osaki, coordenador do CQH, prestou homenagem ao ex-membro da governança do Programa, Jackson Vilela, com uma placa de reconhecimento pelos esforços. “Considerando a dedicação e o compromisso com o Programa CQH, através da sua liderança transformadora, marcada pelo pensamento sistêmico, que definiu as estratégias e planos implementados, viemos, por meio desta, agradecê-lo”, dizia um trecho da honraria.
“Tenho muito orgulho de ter trabalhado no CQH e agradeço a todos que fizeram parte desta jornada”, disse Vilela.
Na oportunidade, os participantes também puderam escolher, por meio de votação, o tema do Congresso para o próximo ano, que será “Inovação e Práticas de Qualidade: Medindo Resultados e Melhorias Contínuas”.
“Chegamos ao final do Congresso CQH 2024. Neste evento, debatemos estratégias para reduzir a emissão de carbono e promover práticas sustentáveis nas instituições de Saúde. Em relação à inteligência artificial, discutimos como ela pode ajudar a melhorar a eficiência nos serviços de Saúde, otimizando recursos. Uma gestão eficaz de pessoas tornou-se necessária para fomentar o uso de tecnologia que melhore a assistência. Gostaria de agradecer a todos pela participação”, concluiu Milton Osaki.
Texto e fotos: Ryan Felix