Diretor da APM fala sobre transplantes em programa da CNN Brasil

Paulo Manuel Pêgo Fernandes participou do “CNN Sinais Vitais – Dr. Kalil Entrevista”

Últimas notícias

No último sábado, 2 de novembro, Paulo Manuel Pêgo Fernandes, professor Titular e vice-diretor da FMUSP, além de diretor Científico da Associação Paulista de Medicina, esteve no programa “CNN Sinais Vitais – Dr. Kalil Entrevista”, da CNN Brasil. Ele participou ao lado de Fernando Bacal, diretor do Núcleo de Transplantes do Incor. Os especialistas discutiram a importância da doação de órgãos.

Transparência no processo

O Brasil é referência mundial em transplantes de órgãos, possuindo o maior programa público do procedimento. “90% dos transplantes no País são realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Mais de 150 milhões de brasileiros dependem exclusivamente do SUS, o que o torna fundamental”, afirma Bacal.

Ele também explica que a fila de transplantes é regulada pelo Ministério da Saúde, por meio do Sistema Nacional de Transplantes (STN), garantindo a transparência em todo o processo. E enfatiza que a fila considera a gravidade de cada paciente, independentemente de quem seja o receptor ou de sua classe socioeconômica.

“Esse modelo foi construído por várias mãos, e a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO) desempenha um papel fundamental na regulamentação deste programa”, acrescenta Paulo Pêgo. Segundo ele, do ponto de vista legislativo, o Brasil é um dos países mais equitativos. “A lista única por gravidade incentiva a doação, pois os doadores e seus familiares sabem que os órgãos irão para quem realmente precisa.”

Pêgo também reforça os argumentos de Bacal sobre a transparência do sistema, ressaltando sua eficácia: “Qualquer pessoa que acessa o sistema de transplantes pode ver quem está na lista.”

Filas de transplantes

De acordo com o diretor da APM, o Brasil realiza, em média, 6 mil transplantes de rim, 2.200 de fígado, 350 de coração e 100 de pulmão por ano. “As filas de espera são mais ou menos compatíveis com esses números. Ou seja, a maior fila é para rim, seguida pela de fígado, depois coração e, por último, pulmão. Claro que esses números variam, com alguns estados tendo filas maiores e outros, menores”, explica.

“Um único doador pode salvar diretamente até oito vidas e, ao mesmo tempo, melhorar a qualidade de vida de várias outras pessoas, oferecendo dignidade e saúde”, complementa Fernando Bacal, incentivando a doação.

Outro ponto abordado por Pêgo foi sobre a doação de tecidos, esclarecendo que doadores desse material não têm seus corpos mutilados. Ele mencionou que, atualmente, em São Paulo, há uma epidemia de acidentes de moto. “Muitas vezes, há perda de substância óssea, como ossos das pernas ou dos braços, além de queimaduras extensas que necessitam de doações de pele.”

Foto: Divulgação/CNN Brasil